Jovens que empreendem antes dos 18 anos

Com a facilidade da internet e as ferramentas das redes sociais, adolescentes e até mesmo crianças podem criar, divulgar e vender seus produtos ou serviços | Foto: Reprodução

Postado em: 08-02-2021 às 09h10
Por: Redação
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Com a facilidade da internet e as ferramentas das redes sociais, adolescentes e até mesmo crianças podem criar, divulgar e vender seus produtos ou serviços | Foto: Reprodução

Augusto Pereira

O Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) realizou pesquisa com 2.132 empreendedores
do país para traçar o perfil do jovem brasileiro. O levantamento concluiu que
32% dos entrevistados já tinham pensamento empreendedor antes de completar 18
anos. Este cenário foi reforçado com a pandemia e o desemprego, mas abrir um
negócio já é uma tendência observada antes disso.

O mentor de carreira, consultor de
mercado e professor de planejamento e marketing da Pontifícia Universidade
Católica de Goiás (PUC Goiás), Cárbio Waqued, destaca que a disseminação do
acesso à internet facilita que jovens conheçam suas habilidades e as coloquem
em prática. “Elas podem juntar a busca constante do conhecimento, que está
fácil com o celular nas mãos, com o prazer de fazer algo com suas habilidades”,
afirma.

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A popularização das redes sociais
contribui para que esses jovens empreendedores alcancem mais visibilidade. Os
aplicativos são desenvolvidos para facilitar o manuseio e, com isso, facilitam
o retorno financeiro através deles e do engajamento midiático que os perfis
conseguem. Segundo o professor, “o jovem rapidamente faz seu produto, anuncia
nas redes sociais, vende e obtém maior alcanço”.

Bárbara Rahyanne, de 12 anos,
iniciou, em julho de 2020, a vender semi jóias e utilizou as redes sociais para
divulgar o produto. “Comecei a vender para ter meu próprio dinheiro e conseguir
comprar as coisas que eu queria”, disse ao jornal. A mãe da adolescente, Rahyla
Pereira, fala que, em meio à pandemia, o empreendimento serviu para reduzir a
ociosidade e a ansiedade da jovem. Ela reforça a importância do acompanhamento
de um adulto para orientar quanto à administração financeira e, principalmente,
aos riscos da exposição nas mídias.

O mentor de carreira, Cárbio, evidencia
que o papel do jovem empreendedor, como a Bárbara, é o de ser o novo
desenvolvedor do produto interno bruto (PIB) da sua cidade, estado, país e do
mundo. “O produto ou serviço tem a capacidade de crescer, mas deve começar
atendendo a necessidade local com a habilidade que o jovem tem”, aponta. O
empreender começa como uma solução para uma situação pontual, isso já faz parte
da “filosofia” dos adolescentes.

Para o professor, existem três
âmbitos do empreendedorismo. “O da pessoa individual, com suas necessidades,
desenvolver ou pensar em fazer algo para ter ganho e receita. O da necessidade
familiar, em que possa auxiliar pela facilidade em se desenvolver com a
tecnologia, as redes sociais e a busca de informações. O terceiro âmbito é o
coletivo, quando o jovem vê que pode contribuir nas redes que estão ao lado.”

O levantamento do Sebrae também
indicou que a motivação para os jovens empreendedores abrirem um negócio é a
busca pela realização pessoal. O mercado de trabalho às vezes não é tão atrativo
devido à falta de inovações. Segundo a pesquisa, os donos de negócios com até
24 anos tendem a usar em suas empresas mais tecnologias, recursos e ferramentas
inovadoras. Além disso, 47% dos empresários nessa faixa etária buscam fazer
mais cursos para desenvolver novas habilidades.

Dicas para empreender

Empreender pode não ser tão fácil.
Por isso, Cárbio Waqued deu quatro dicas para os jovens poderem começar a
empreender. Ele destaca que são também áreas que auxiliam no processo de criar
o próprio negócio.

Primeiro, “pesquise”. Buscar
conhecimento nas plataformas digitais está cada dia mais fácil, além de haver
cursos bastante acessíveis. Com o domínio da informação, o jovem se mostra útil
para o público, sendo assim, ele deve aprender sobre as ferramentas disponíveis
e se profissionalizar.

Segundo, “é preciso entender que o
jovem tem que estar visível nas redes sociais”. Elas possuem recursos que
contribuem no desenvolvimento das habilidades e, principalmente, no crescimento
que o negócio pode alcançar.

Terceiro, “saber que hoje o mercado
não é só orgânico, só gratuito e só das coisas que podem ser feitas e
publicadas para ter logo um reconhecimento, será necessário fazer pequenos
investimentos”. É importante fazer uma poupança para que possa usá-la na área
de atuação.

Quarto, “entender o
poder de contar histórias”. O storytelling
é dar continuidade ao seguidor e transmitir o conteúdo de forma envolvente.
Isso mostra para o público o domínio daquilo que o jovem deseja passar e dá
importância para o produto ou serviço que ele está oferecendo. 

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