Inflação desacelera e fica em 0,25%, em janeiro

Queda na energia elétrica teve papel fundamental na desaceleração | Foto: Reprodução

Postado em: 11-02-2021 às 08h30
Por: Redação
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Queda na energia elétrica teve papel fundamental na desaceleração | Foto: Reprodução

Luan
Monteiro

Após
quatro meses de altas escalonadas, variando de 0,64% em setembro a 1,35% em
dezembro, a inflação desacelerou em janeiro, registrando 0,25%, sendo o menor
índice desde agosto de 2020, onde número foi 0,24%. Os dados são do Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados na última terça-feira
(9/a), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O acumulado
do indicador é de alta de 4,56%, nos últimos 12 meses.

Alimentos
e bebidas continuam a puxar os preços para cima, mas com menos força. Além
disso, a mudança de bandeira nas contas de energia elétrica e as quedas nos
preços de passagens aéreas ajudaram a segurar a inflação em janeiro.

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“Houve
uma queda de 5,60% no item energia elétrica, que foi, individualmente, o maior
impacto negativo no índice do mês (-0,26%) após a vigência da bandeira
tarifária vermelha patamar 2, em dezembro, passou a vigorar em janeiro a
bandeira amarela. Assim, em vez do acréscimo de R$ 6,24 por cada 100
quilowatts-hora, o consumidor passou a pagar um adicional bem menor, de R$
1,34. O que resultou em uma deflação (-1,07%) no grupo Habitação, do qual esse
item faz parte, mesmo com a alta em outros componentes, como o gás encanado
(0,22%) e a taxa de água e esgoto (0,19%)”, explica o gerente da pesquisa,
Pedro Kislanov.

Outro
grupo que registrou deflação em janeiro foi o de Vestuário (-0,07%), após alta
de 0,59% em dezembro, quando as vendas do setor se aquecem para as festas de
final de ano.

Os demais
sete grupos, no entanto, registraram elevação de preços, com destaque para
Alimentação e bebidas (1,02%), que apresentou a maior variação e o maior
impacto positivo (0,22 ponto percentual) no índice do mês. Tendo alta menos
intensa em relação a dezembro de 2020, onde o número foi de 1,74%.

“Os
alimentos para consumo no domicílio, que haviam subido 2,12% no mês anterior,
variaram 1,06% em janeiro. As frutas subiram menos (2,67% contra 6,73% em
dezembro) e as carnes caíram de preço (-0,08% contra alta anterior de 3,58%),
assim como o leite longa vida (-1,35%) e o óleo de soja (-1,08%). Por outro
lado, os preços da cebola (17,58%) e do tomate (4,89%), que haviam recuado no
mês anterior, aumentaram”, destaca Kislanov.

Já a
alimentação fora do domicílio seguiu movimento inverso, passando de 0,77% em
dezembro para 0,91% em janeiro, particularmente por conta da alta do lanche
(1,83%).

O
custo dos Transportes aumentou 0,41%, grupo com o segundo maior peso no IPCA,
também desacelerou em relação ao mês anterior onde alta foi de 1,36%,
principalmente devido à queda de -19,93% no preço das passagens aéreas cujos
preços haviam subido 28,05% em dezembro. No entanto, os combustíveis (2,13%)
apresentaram variação superior à do mês passado (1,56%), com destaque para a
gasolina (2,17%) e o óleo diesel (2,60%).

Vale
destacar que os planos de saúde (0,66%), que estavam com reajuste suspenso em
2020, terão agora em 2021 aumentos retroativos, o que impacta na Saúde e
cuidados pessoais (0,32%). Em janeiro, foi incorporada a primeira parcela da
fração mensal do reajuste anual suspenso em 2020.


no que diz respeito aos índices regionais, apenas duas das dezesseis áreas
pesquisadas apresentaram variação negativa. O menor resultado ficou com o
município de Goiânia-GO (-0,17%), influenciado pela queda de 7,53% na energia
elétrica, e o maior com Campo Grande-MS (0,53%), onde pesaram as altas da
gasolina (2,42%) e da taxa de água e esgoto (4,90%).

INPC varia 0,27% em janeiro

E o
Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) também desacelerou, apresentando
alta de 0,27% em janeiro, enquanto em dezembro havia registrado 1,46%. Em 12
meses, o índice acumula alta de 5,53%. Em janeiro de 2020, a taxa foi de 0,19%.

Os
produtos alimentícios subiram 1,01% em janeiro enquanto, no mês anterior,
haviam registrado 1,86%. Já os não alimentícios apresentaram alta de 0,03%,
após registrarem 1,33% em dezembro.

O cálculo do INPC se refere às famílias com rendimento monetário de um a
cinco salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões
metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio
Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília. Já o IPCA abrange famílias que ganham
de 1 a 40 salários mínimos, independentemente da fonte.

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