UEG ajuda empresas a investir em tecnologia para evitar desperdícios

O Brasil está na lista dos dez países que mais desperdiçam alimentos no mundo, gerando descarte de aproximadamente 30% de tudo que é produzido para o consumo | Foto: Divulgação/UEG

Postado em: 18-02-2021 às 07h50
Por: Augusto Sobrinho
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O Brasil está na lista dos dez países que mais desperdiçam alimentos no mundo, gerando descarte de aproximadamente 30% de tudo que é produzido para o consumo | Foto: Divulgação/UEG

A pandemia de Covid-19 impôs mudanças no atual sistema de
produção e nas relações econômicas e sociais. Apesar disso, 26.121 empresas
foram abertas no mercado goiano em 2020, o maior índice dos últimos cinco anos,
segundo dados da Junta Comercial do Estado de Goiás (Juceg). E é exatamente no
apoio técnico ao desenvolvimento e abertura de novos negócios que a
Universidade Estadual de Goiás (UEG) atua, dentro das ações do programa Goiás
de Resultados, por meio do Ciclo de Incubação de Empreendimentos de Negócios e
Sociais.

Um dos exemplos de sucesso apontados por Karlos Matias,
técnico em gestão pública e ponto focal do programa na instituição de ensino, é
a Startup Total Strategy Gestão de Perecíveis Ltda, que trabalha no
desenvolvimento de softwares para o controle eficiente de alimentos com curto
prazo de validade, evitando desperdícios, gerando economia e promovendo ação
social com a doação de produtos em condições de consumo às famílias menos
favorecidas.

A tecnologia foi criada para o projeto ambicioso de
apresentar solução à perda de quase R$ 8 bilhões no varejo brasileiro com
alimentos aptos ao consumo, mas que são normalmente descartados por danos nas
embalagens, aparência e data de vencimento. A falta de controle sobre essas
variantes representa desperdício de 41 mil toneladas por dia, enquanto uma em
cada nove pessoas passa fome no país, segundo o WFP (Programa Mundial de
Alimentos). “Essa é uma das contradições mais tristes dos nossos dias e exige
esforço e inteligência para modificar essa realidade”, observa o professor.

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A par do avanço nessa área, o vice-governador do Estado,
Lincoln Tejota, observa que o ganho social desse trabalho é mais amplo, já que
os possíveis resultados são desenvolvimento de uma nova tecnologia, geração de
emprego, capacitação de mão de obra, melhor aproveitamento de alimentos e
melhor gestão na distribuição de gêneros alimentícios com foco na
solidariedade, por meio das doações aos mais necessitados.

O Brasil está na lista dos dez países que mais desperdiçam
alimentos no mundo, gerando descarte de aproximadamente 30% de tudo que é
produzido para o consumo. Essa “quebra operacional”, linguagem do
varejo para o desperdício, gera um prejuízo de quase 940 bilhões de dólares por
ano para a economia brasileira, afetando diversas classes trabalhadoras e o
desenvolvimento do país.

Mas, por aqui, como afirma o vice-governador, a Organização
das Voluntárias de Goiás (OVG) e o Governo do Estado estão concentrados em
atenuar esse problema. Tanto que firmaram parceria com as Centrais de
Abastecimento de Goiás (Ceasa-GO) e a Secretaria de Estado de Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Seapa) para que o Banco de Alimentos faça a distribuição
diária de produtos alimentícios às famílias em situação de vulnerabilidade. Até
o final do ano passado, cerca de 9 toneladas de verduras, legumes e frutas com
qualidade adequada para o consumo foram diariamente repassadas a 300 famílias e
126 instituições de caridade.

“Estamos atuando no atendimento aos mais necessitados, ao
mesmo tempo que ofertamos uma alternativa aos comerciantes, evitando prejuízos
econômicos e o desperdício. É por isso que a atuação do Goiás de Resultados é
eficiente, pois combina várias frentes de trabalho, de modo integrado,
promovendo a interlocução de vários setores”, salientou o vice-governador.

O programa

Em fase de tração, ou seja, de consolidação da marca para
ampliar comercializações, a empresa já desenvolveu três aplicativos em parceria
com a UEG:

BOX – por meio da leitura do código de barras, captura os
dados dos produtos para gerar alertas com 45, 30, 15 e 3 dias antes de vencer o
prazo de validade, possibilitando agilidade nas ações para evitar desperdício
ou para encaminhar o alimento ao melhor aproveitamento.

BIG – integra um conjunto de dashboards (com o PDV, ERP e
BOX) que gera insights de compras e vendas utilizando big data e inteligência
artificial.

ECO – um modelo que conecta oferta e demanda em
uma plataforma online. É uma espécie de outlet para viabilizar a venda de
produtos perecíveis. Assim é possível vender até 90% de todos os produtos
expostos nas gôndolas. Os 10% que não são vendidos podem ser doados às
instituições que auxiliam pessoas carentes, já que os produtos podem ser
consumidos em até 3 dias, após o vencimento da validade, sem quaisquer riscos à
saúde.

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