Maconha medicinal ganha destaque no mercado financeiro

Estes tratamentos inovadores tem um grande potencial de rentabilidade no exterior, mas os brasileiros podem investir legalmente | Foto: Reprodução

Postado em: 29-03-2021 às 09h25
Por: Augusto Sobrinho
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Estes tratamentos inovadores tem um grande potencial de rentabilidade no exterior, mas os brasileiros podem investir legalmente | Foto: Reprodução

Augusto
Sobrinho

Além
da discussão sobre a legalização do uso recreativo aqui no Brasil, é necessário
reconhecer que a cannabis oferece inúmeros benefícios medicinais. Os
brasileiros ainda alimentam um tabu que associa a maconha exclusivamente ao
consumo de drogas ilícitas. Entretanto, ela possui um grande potencial de
rentabilidade legal e já existe possibilidade de investir nesse mercado.

O
advogado Yuri Ben-Hurd da Rocha Tejota, que fundou a Associação Goiana de Apoio
e Pesquisa à Cannabis Medicinal (Agape), destaca que existem tratamentos de
doenças que se beneficiam do uso de derivados da maconha. “As mais emblemáticas
são o Alzheimer, Parkinson, fibromialgia, enxaqueca severa, autismo, dores
crônicas, epilepsia, esquizofrenia, depressão, ansiedade e até o câncer”,
afirma.

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Ele
também reforça que algumas dessas doenças não respondem aos tratamentos
convencionais e têm no uso medicinal da cannabis o único recurso terapêutico.
“O mercado da maconha é bastante rentável devido possuir diversas vias
administrativas. Existem pacientes que precisam ingerir, outros necessitam
inalar e aqueles que utilizam supositórios. Além disso, tem a possibilidade de
cursos para profissionais”, completou.

Neste
sentido, diversos países já legalizaram para indústrias farmacêuticas
produzirem medicamentos à base da maconha. Como por exemplo, Canadá, que possui
55% das empresas desse ramo do mundo, os Estados Unidos da América (EUA) com
27% e a Inglaterra com 10%. As maiores empresas do setor de cannabis são
Curaleaf Holdings, Green Thumb, Canopy Growth e Trulieve Cannabis.

Demonstrando
a potencialidade dessa medicina, a Curaleaf Holdings, atualmente, possui valor
de mercado em U $10 Milhões. Empresas como essa produzem extratos, óleos,
resinas, vaporizadores, comprimidos, a própria planta in natura e até mesmo
misturados e preparados com alimentos. “Por não investir nesse mercado, o
Brasil tem perda econômica, social, na legislação e na qualidade de vida dos
pacientes”, disse Yuri.

Pensando
nisso, o consultor financeiro, César Karam, que administra no YouTube o Canal
do Karam para falar sobre inteligência financeira e bolsa de valores, afirma
que o uso medicinal da maconha é um dos melhores investimentos para fazer em
2021. Investir nesse mercado pode render muito dinheiro, porém é necessário
saber quando, como e com quanto para começar fazê-lo de forma legal e eficaz.

“Quando
falamos do investimento na cannabis, acreditamos, principalmente, no seu
potencial terapêutico para tratar problemas específicos, como estresses pós-traumáticos,
esclerose, perda de peso e até problemas com apetite. Isso, sem contar no uso
para produtos cosméticos, como já é um boom na Europa, e ainda do uso do cânhamo
na construção civil e até mesmo na indústria de tecidos”, detalha.

Karam
explica que a XP Investimentos replica o rendimento de um Fundo dos Estados
Unidos, chamado ETFMG Alternative Harvest, e os brasileiros podem investir
nesse mercado através dele. “O fundo investe globalmente em ações de empresas
relacionadas diretamente ou indiretamente com o processo de cultivo legal,
produção, marketing ou distribuição da cannabis”, completa.

Assim,
como qualquer investimento no mercado financeiro, é necessário cautela para
colocar uma parcela grande do dinheiro nesse setor. Investir na cannabis
medicinal tem um potencial de crescer bastante, mas, de forma inversamente
proporcional, também pode gerar prejuízos. O consultor financeiro informa que a
aplicação mínima pela XP é de R $500 e a taxa de administração é de apenas
0,50% ao ano.

“Sem
dúvidas, é uma boa opção para quem quer começar a investir nesse mercado sem
precisar criar conta nos Estados Unidos”, finaliza Karam. Segundo o fundador da
Agape, o uso medicinal da cannabis está em ascensão. “Desde o plantio, produção
e até a reciclagem do bagaço da planta, é um mercado que não tem fim. Tem um
potencial enorme e gera um boom financeiro”, concluiu.

Desburocratização em Goiânia

O
vereador Lucas Kitão (PSL) propôs à Câmara Municipal de Goiânia o projeto de
lei nº 414, sobre a política de uso medicinal da cannabis e
distribuição gratuita do medicamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na
capital goiana. A proposta pretende desburocratizar o processo de
regulamentação e disposição pública desses tratamentos inovadores às famílias
de baixa renda.

O
projeto, que havia sido vetado pelo ex-prefeito Irís Rezende, foi encaminhado
para plenário, na última segunda-feira (22/03), após decisão da Comissão de
Constituição e Justiça da Câmara de Goiânia. “Com segurança jurídica e
profissional, esses tratamentos inovadores chegarão às famílias de baixa renda
de Goiânia”, concluiu o parlamentar.

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