Mercado dos Skates aquece por conta de inclusão na Olimpíada

Cada dia há mais praticantes deste esporte, e empresários da área comentam aquecimento | Foto: Reprodução

Postado em: 01-04-2021 às 09h25
Por: Augusto Sobrinho
Imagem Ilustrando a Notícia: Mercado dos Skates aquece por conta de inclusão na Olimpíada
Cada dia há mais praticantes deste esporte, e empresários da área comentam aquecimento | Foto: Reprodução

Pedro Jordan

Criado na Califórnia na
década de 60, o Skateboard é um esporte radical, em que o praticante anda sobre
uma peça de madeira (chamada de shape), com quatro rodas. Os surfistas do
estado norte americano queriam replicar o que faziam no mar também em terra
firme, então resolveram colocar rodas em suas pranchas e se divertirem.

Os atletas fazem diversas
manobras arriscadas na rua ou em pistas fechadas. Esta modalidade foi bastante
marginalizada por muito tempo, mas com a introdução ao calendário olímpico a
partir dos jogos de Tóquio 2020 (que será em 2021 devido à pandemia), ele
passou a ter uma visibilidade melhor da sociedade.

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Em nosso estado não é
diferente, o Skate tem muitos praticantes, pistas espalhadas pelos quatro
cantos com jovens de todas as idades praticando suas manobras ou mesmo o utilizando
como meio de transporte. Diante desta popularidade da modalidade em “Terras
pequis”, alguns dos apaixonados viram nesse meio uma oportunidade não só de
praticar o esporte, como também de empreender e gerar lucros.

De acordo com o proprietário
da loja Ambiente Skate Shop, Daniel Atassio, a competição é só uma parte da
filosofia para os praticantes. Segundo ele, a maioria vive para se divertir com
a prática dele, pois é mais utilizado como forma de expressão. Mas ele acredita
que irá ampliar o mercado e reforça que irá assistir e curtir esse momento.

Outro destes que se
arriscaram no mercado deste esporte é o empresário Itabira Ferreira, ele é um
praticante desde sua adolescência, e depois de mais de 15 anos começou a se ver
irritado com os preços altos e qualidade baixa das peças que havia disponíveis.
A partir deste ponto, ele percebeu que havia um nicho, que poderia empreender
nessa área e trabalhar com o que gosta.

Ele começou como revendedor
de peças, mas nessa experiência ele percebeu o gargalo que havia e que ele
poderia se posicionar. “Procurei pesquisar e estudar como se faz a produção dos
shapes (Prancha de madeira da estrutura de um skate), e busquei aprimorar,
criar um produto bom e com preço acessível”, comenta.

Itabira amadureceu a ideia
por dois anos, foi nesse período em que ele fez
suas pesquisas e
conheceu todo o processo de fabricação, definiu a identidade do seu produto e
então começou a produção. “Eu percebi que todas as marcas tinham um tipo de
identidade similar, então resolvi arriscar e coloquei uma identidade e
posicionamento diferente, nos desenhos e conceitos dos produtos, e isto se
tornou um diferencial.”, afirma.

No começo, o empresário procurou ajudar skatistas em
pistas de periferias e campeonatos, pois como seu produto era novo no mercado,
ele precisava divulgar e também os submeter aos testes práticos para garantir a
qualidade. Após o primeiro ano, as vendas foram alavancadas, com lojas
parceiras de revenda em diversas cidades de Goiás, Mato Grosso do Sul, São
Paulo, Distrito Federal e Rio de Janeiro.

O diferencial que Itabira acredita que fez dar certo a
sua empresa é sobre conhecer de fato o mundo onde o produto esta inserido,
segundo ele, ser um atleta e viver o skate faz ele ter uma visão aprimorada e
saber o que os praticantes esperam do item. Hoje a Argan Skateboardé a única
fábrica de shapes da região Centro Oeste e sua média de produção é de mais de
4.500 peças por ano.

Identidade
goiana

A marca arriscou em um posicionamento peculiar mesmo
dentro do mundo do skate. A maioria dos produtos de outras empresas sempre
utilizavam-se de estampas que arremete a arte urbana, cultura de rua, na contra
mão disto, a Argan focou em valorizar a cultura local, colocar referencias ao
estado de Goiás, a cidade de Senador Canedo e aos costumes e hábitos de Goiás.
“Sempre buscamos essa referencia, colocamos siglas, desenhos, conhecimento, é
fácil encontrar essa ligação quando se vê o shape”, reforça.

Já Daniel firma que busca participar da formação da
identidade dos jovens, busca sempre mais opções para a prática de esporte,
incluir a música, tudo que envolve esse mundo. “Goiânia ainda tem muito a
evoluir, mas sempre buscamos auxiliar nesse crescimento, aqui temos uma cena
alternativa com muita gente que ama o skate, tem o pessoal das bandas de rock
que tem altíssimo nível, e eu sempre busco realizar eventos que soma tudo
isso”, salienta.

Com o esforço destes dois empreendedores e outros mais,
Goiás entrou no cenário do skateboard nacional, tanto com produtos, como
atletas, oportunidades, é um mercado que mesmo com a crise do Covid-19 consegue
se sustentar, e que tem forte tendência a crescer.

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