Moçada ‘casca grossa’

Medalhista olímpico, Nalbert aponta vôlei feminino com maiores chances de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio

Postado em: 13-07-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Moçada ‘casca grossa’
Medalhista olímpico, Nalbert aponta vôlei feminino com maiores chances de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio

FELIPE BONFIM

Atuais bicampeãs olímpicas, as atletas do vôlei de quadra feminino do Brasil chegam aos Jogos do Rio de Janeiro com chances reais de conquistar o tri. Campeãs do Grand Prix de Bangkok, na Tailândia, no último domingo, ao vencer os Estados Unidos, as brasileiras são apontadas pelo medalhista olímpico Nalbert, juntamente com as próprias americanas e as chinesas, como as maiores potências do esporte no momento.

Presença em evento realizado pela Coca-Cola, patrocinadora oficial da competição, o ex-atleta, campeão em Atenas 2004, vê o vôlei feminino, que subiu ao primeiro lugar do pódio em Pequim 2008 e também Londres 2012, com um ambiente totalmente favorável e em um nível de competitividade muito elevado nesse mês que precede os Jogos.

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“As meninas são ‘casca grossas’, essa é a palavra. Elas chegam de dois ouros olímpicos e foram campeãs do Grand Prix agora. Nesse momento, Brasil, Estados Unidos e China estão à frente. Rússia e Sérvia correm por fora. As nossas meninas já mostraram que são de chegada e podem fazer do ambiente olímpico um fator positivo para elas”, disse.

O favoritismo, aliado ao fato de o Brasil sediar a competição, representam fatores que precisam ser trabalhados corretamente, pois caso contrário, se tornam uma pressão desnecessária sobre o grupo de jogadoras. Nalbert, contudo, prefere acreditar que as atletas irão lidar bem com o ambiente olímpico no Brasil.

“A gente espera que o Brasil aproveite esse clima, aproveite a torcida, a vantagem de estar em casa. Temos que falar menos de pressão e mais de vantagens, pois jogamos na nossa casa”, afirmou.

A confiança do veterano vem não apenas da qualidade técnica apresentada pelas brasileiras nas recentes competições, mas também pela força psicológica que o grupo já demonstrou ter. Em Londres, por exemplo, a seleção conseguiu reagir após início ruim e conquistou a classificação às quartas na última rodada – avançou apenas com o 4º lugar do grupo.

Também por isso, ele aponta que o vôlei feminino tem maiores chances de título que o masculino. “Acho que na questão emocional talvez elas estejam em um nível acima. Além disso, no masculino, mais times chegam fortes à competição”, concluiu. (Felipe Bonfim viajou ao Rio a convite da Coca-Cola) 

Disputa será mais embolada no masculino

Se as garotas despontam na modalidade como favoritas à medalha de ouro, o vôlei de quadra masculino do Brasil terá que se superar para garantir o título nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Além da seleção nacional, outras cinco são avaliadas por Nalbert como reais candidatas ao lugar mais alto do pódio. Estados Unidos, França, Itália, Polônia e Rússia são os principais adversários dos brasileiros.

“Todos esses seis têm a possibilidade de ganhar o ouro. Em algum momento, cada um deles chegou ao topo nesse ciclo olímpico. A França é a atual campeã mundial; Rússia é atual campeã olímpica, ganhou títulos europeus e ligas mundiais; Estados Unidos ganharam Copa do Mundo e Liga Mundial, voltou a chegar; Polônia é a atual campeã mundial; Brasil e Itália não ganharam, mas são tradicionais”, explicou.

O “termômetro” que indicará quais desses países irá chegar com força nos Jogos é a fase final da Liga Mundial em Cracóvia, Polônia. O Brasil estreia hoje contra a Itália – Estados Unidos é a seleção que completa o grupo. Na outra chave estão França, Sérvia e Polônia.

Histórico

Aposentado desde 2010, Nalbert fez história defendendo o Brasil. O ex-ponteiro tem o ouro nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, ouro na Copa do Mundo no Japão, em 2003, ouro no Campeonato Mundial em Buenos Aires, em 2002, e  três ouros da Liga Mundial (2001, 2003 e 2007) como seus principais títulos pela seleção. Com tantas conquistas, o comentarista acredita que será muito difícil uma geração futura repetir os feitos daquela tão vitoriosa qual fez parte. 

“Esporte é cíclico. Não sendo arrogante, mas realista, fazer o que nós fizemos é muito difícil, praticamente impossível. Nós ganhamos muito e durante muito tempo. Em determinado momento, era uma preocupação nossa o pensamento de que todos podiam achar que era fácil, mas não era. Ganhar tantas vezes em alto rendimento é muito difícil”, concluiu.  (F.B.) 

 

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