Silva de ouro

Rafaela é a Silva mais famosa do Brasil. A judoca conquistou o primeiro ouro do País nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro ao bater a atual líder do ranking mundial, Sumiya Dorjsuren (Mongólia), na tarde de ontem, na Arena Carioca 2, no Parque Olímpico da Barra.
A atleta, de 24 anos, enfileirou cinco adversárias durante o dia até chegar à decisão. Na primeira fase, ela bateu a alemã Myriam Roper. Nas oitavas venceu a a sul-coreana Jandi Kim e, nas quartas, húngara Hedvig Karakas. A vaga na final e na disputa pelo ouro veio com triunfo sobre a romena Corina Caprioriu, prata em Londres 2012 e vice no Mundial de 2015, já no golden score – a prorrogação do esporte.
Nos primeiros instantes olímpicos no tatame, Rafaela mostrou que ontem seria um dia especial. Em apenas 13 segundos, ela já vencia a alemã Myriam Roper por wazari na estreia. Com paciência, ela conseguiu encaixar mais um wazari aos 45 segundos – dois wazaris correspondem a um ippon – e conquistou a vitória.
Nas oitavas, as seguidas punições da adversária sul-coreana criaram vantagem que deixou a brasileira mais confortável no combate. Atrás no placar, Jandi Kim deu espaço e Rafaela a derrubou anotando um wazari. Bastou ter paciência e “cozinhar” o relógio para avançar.
Na fase seguinte, o “fantasma” de Londres 2012 voltou à tona. Ela enfrentaria a húngara Hedvig Karakas, justamente a adversária que venceu Silva por desclassificação na última edição dos Jogos Olímpicos. Em duelo equilibrado, ambas atletas já haviam sofrido punição, mas um wazari da brasileira deixou a arena em êxtase.
A semifinal foi o confronto mais tenso do dia até então. Rafaela Silva e Corina Caprioriu se estudavam muito. Em luta morna, o relógio zerou e a vaga na decisão seria decidida no golden score. Após três minutos, em esforço da adversária, a carioca contra-atacou e conseguiu o wazari que a levaria para a decisão olímpica.
Na final, tanto Rafaela quanto Sumiya foram punidas, mas a brasileira conseguiu vantagem ainda há três minutos para o fim ao conseguir um wazari – que poderia ter sido ippon. A brasileira conseguiu segurar o ímpeto de Dorjsuren nos momentos finais e conquistou o primeiro ouro do País nesta edição dos Jogos.