Quinta-feira, 28 de março de 2024

STJD aceita recurso e “devolve” pontos que Brusque tinha perdido por caso de racismo

Ameaçado de rebaixamento à terceira divisão do Campeonato Brasileiro, o Brusque teve, nesta quinta-feira (18), por parte do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), a devolução de três pontos na tabela de classificação da Segundona.

Postado em: 18-11-2021 às 20h20
Por: Breno Modesto
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O meia Celsinho, do Londrina, foi alvo de racismo no jogo contra o Brusque, em agosto | Foto: Ricardo Chicarelli/ Londrina EC

Ameaçado de rebaixamento à terceira divisão do Campeonato Brasileiro, o Brusque teve, nesta quinta-feira (18), por parte do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), a devolução de três pontos na tabela de classificação da Segundona. O clube catarinense teve seu recurso julgado, através de uma videoconferência, a respeito do caso de racismo por parte de um dirigente contra o jogador Celsinho, do Londrina, no fim do mês de agosto, em partida válida pela 21ª rodada da Série B.

Presidente da sessão, José Perdiz determinou a perda de um mando de campo, a ser cumprido em campeonato nacional, e o pagamento de multa de R$ 60 mil para o Brusque. A punição a Júlio Antônio Petermann, presidente do Conselho Deliberativo e identificado como autor da declaração racista contra Celsinho, foi mantida integralmente: suspensão por 360 dias e multa de R$ 30 mil.

Após o ocorrido, Celsinho falou com a repórter Gabriela Moreira, da Rede Globo. De acordo com o meia, o STJD tinha uma grande oportunidade de fazer algo positivo, mas acabou dando um tiro no próprio pé. Decepcionado, o atleta classificou a decisão como “muito vergonhosa”.

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“O STJD tinha uma grande oportunidade de mudar tudo. De fazer algo bem positivo. Ficar bem visto por todos e acabou dando um tiro no próprio pé. Ao invés de evoluir, eles retrocederam. Muito vergonhoso. Que grande decepção”, disse Celsinho em entrevista à repórter Gabriela Moreira, da Rede Globo.

Já Eduardo Vargas, advogado de Celsinho, disse à Gabriela Moreira que, como nenhum dos auditores da sessão era negro, ninguém entendia o que Celsinho havia passado contra o Brusque e em outros momentos da carreira. Para ele, é uma postura lamentável.

“Lamentável. Eles tiveram todas as ferramentas em mãos para confirmar a decisão da Quinta Comissão Disciplinar. Nenhum auditor ali era negro, eles não sabem o que é”, afirmou o advogado do jogador também em entrevista à Gabriela Moreira, da Globo.

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