Asma no esporte: doença não precisa ser empecilho para atividade física

Associação Brasileira de Asmáticos (ABRASP) reúne informações fundamentais que todo atleta asmático, profissional ou amador, deve saber

Postado em: 01-11-2017 às 15h50
Por: Aline Carleto
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Associação Brasileira de Asmáticos (ABRASP) reúne informações fundamentais que todo atleta asmático, profissional ou amador, deve saber

A prática de atividade física regularmente é uma das
maneiras mais eficientes de manter a saúde em boa forma. Seja pelo bem-estar,
lazer ou socialização, as pessoas se engajam em esportes competitivos, com
treinamentos intensos, que exigem excessivamente do condicionamento físico.
Muitas delas são asmáticas e podem ter sua atividade comprometida.

De acordo com a pesquisa ISAAC – Internaciotional Study of
Asthma and Allergy in Childhood – a prevalência de asma está aumentando. Uma em
cada quatro crianças que começam uma atividade esportiva pode ser asmática. Em
atletas de alto rendimento, a prevalência de asma é ainda mais alta e, muitas
vezes, permanecem anos sem diagnóstico. Porém, quando controlada, a asma não
regride o desempenho esportivo e os exercícios regulares melhoram os sintomas
da doença e a qualidade de vida.

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“Ser atleta nem sempre significa participar de uma
modalidade esportiva competitiva. Atleta é o indivíduo que depende do
condicionamento físico para realizar as atividades diárias. A educação sobre a
asma vem derrubando velhos mitos e preconceitos, propagando informações
corretas e promovendo qualidade de vida plena aos pacientes asmáticos e seus
familiares. Hoje, temos à disposição um grande arsenal de medicamentos muito
eficazes e comprovadamente seguros para tratar a asma. Podemos afirmar, com certeza,
que, apesar de não conhecermos a cura da asma, o asmático bem controlado não só
pode, como deve ter uma vida completamente normal”, explicou Marisa Augusta
Trinca, presidente da ABRASP.

Pontos fundamentais dos
praticantes de atividade física diária:

1. Exercícios
físicos também podem desencadear asma

Existem dois perfis de atletas asmáticos: os que têm asma
atópica, definida por antecedentes de alergia, rinite e outras doenças
alérgicas; e os indivíduos sem antecedentes de alergias, histórico familiar ou
sintomas na infância, que desenvolvem Asma Induzida por Exercício (AIE) ao
longo da carreira ou prática esportiva. Atualmente, a asma é a condição crônica
mais prevalente entre atletas de elite. Portanto, exercícios podem desencadear
asma. De toda forma, não é desejável que o asmático deixe de fazer atividades
físicas. A asma não deve ser um obstáculo que impeça o atleta profissional ou
amador de praticar sua modalidade esportiva.

2. Se os
sintomas de Asma Induzida por Exercício fazem parte da sua rotina esportiva,
procure um médico

Os sintomas do AIE incluem tosse, chiado, aperto no peito e
falta de ar, que ocorrem durante ou após a realização de esforço físico. São
mais frequentes nos dias frios e secos. Em atletas de alto rendimento o AIE é
mais comum, mesmo em indivíduos que nunca apresentaram asma ou alergias. Se esses
sintomas fazem parte da sua rotina esportiva, procure um médico para fazer
exames de função pulmonar.

3. Atletas são
mais vulneráveis quando o assunto é sistema respiratório

Apesar de apresentarem condições físicas aparentemente
invejáveis, atletas são muito mais vulneráveis quando se refere ao sistema
respiratório. Desde 2008, a prevalência de atletas com o fenótipo asma do
esporte em relação à asma atópica nos atletas é maior.

4. Existe muita
dificuldade no diagnóstico de asma em atletas

O diagnóstico de asma em atletas é complicado, já que os
sintomas são atípicos ou ausentes. A maioria dos médicos, especialmente os
pneumologistas, é treinada para identificar e atender pacientes com
insuficiência respiratória e dificuldade para realizar simples atividades da
vida diária. Entender que um paciente que corre uma maratona ou percorre uma
distância de 80 km pedalando se sente  cansado requer um ajuste.

5. Acabe com o
preconceito em relação ao tratamento

Mínimas alterações na função pulmonar podem custar os
segundos que separam o atleta de sua conquista. Muitos pacientes sabem que têm
asma e devem usar a medicação diariamente, mas estão presos a mitos e
preconceitos. Asma é uma doença crônica e deve ser tratada todos dos dias. O tratamento
do atleta e população geral tem o mesmo pilar, o corticoide inalatório, que
está liberado para o tratamento da asma em atletas, assim como os nasais, sem
necessidade de autorizações de entidades esportivas. Procure se médico para um
tratamento adequado.

(Assessoria)

Foto: Reprodução

 

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