15 atletas vão responder no tribunal por envolvimento em esquema de apostas em jogos do Brasileirão

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) anunciou, na última terça-feira (9), que denunciou à Justiça 16 pessoas por fraudes para manipular resultados

Postado em: 10-05-2023 às 11h34
Por: Ildeu Iussef
Imagem Ilustrando a Notícia: 15 atletas vão responder no tribunal por envolvimento em esquema de apostas em jogos do Brasileirão
MP-GO denuncia 16 investigados por fraudes em jogos de futebol (Foto: João Sérgio / Assessoria de Comunicação Social do MPGO)

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) anunciou, na última terça-feira (9), que denunciou à Justiça 16 pessoas por fraudes para manipular resultados de 13 partidas de futebol, sendo oito da Série A do Campeonato Brasileiro de 2022, uma da Série B do Campeonato Brasileiro de 2022 e quatro de campeonatos estaduais de 2023) para favorecer apostas esportivas.

A denúncia, assinada por promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Promotoria de Combate ao Crime Organizado, é resultado da Operação Penalidade Máxima II e foi aceita pela Justiça de Goiás. 

“Trata-se de atuação especializada visando ao aliciamento e cooptação de atletas profissionais para, mediante contraprestação financeira, assegurar a prática de determinados eventos em partidas oficiais de futebol e, com isso, garantir o êxito em elevadas apostas esportivas feitas pelo grupo criminoso em casas do ramo, como www.bet365.com e www.betano.com. O grupo se vale, ainda, de inúmeras contas de terceiros para aumentar seus lucros, ocultar reais beneficiários e registra a atuação de intermediadores para identificar, fornecer e realizar contatos com jogadores dispostos a praticar as corrupções”, afirmam os promotores.

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Diante dos novos desdobramentos divulgados na Operação Penalidade Máxima II, tornaram-se réus na ação do núcleo de apostadores e membros da organização criminosa: Bruno Lopez de Moura (vulgo BL), Ícaro Fernando Calixto dos Santos, Luís Felipe Rodrigues de Castro (vulgo LF), Victor Yamasaki Fernandes (vulgo Vitinho), Zildo Peixoto Neto, Thiago Chambó Andrade, Romário Hugo dos Santos (vulgo Romarinho), William de Oliveira Souza (vulgo McLaren) e Pedro Gama dos Santos Júnior.

Já no núcleo de jogadores tornaram-se réus: Eduardo Bauermann (Santos), Gabriel Tota (Ypiranga-RS), Victor Ramos (Chapecoense), Igor Cariús (Sport), Paulo Miranda (Náutico), Fernando Neto (São Bernardo) e Matheus Gomes (Sergipe). Lembrando que na primeira fase da operação Penalidade Máxima, oito jogadores de diferentes clubes já haviam sido denunciados pelo MP-GO e viraram réus por participarem do suposto esquema de manipulação em jogos da Série B do ano passado.

O MPGO requereu ainda que seja fixado o valor mínimo de R$ 2 milhões para reparar os danos morais coletivos causados pelos denunciados. O valor deverá ser atribuído globalmente, de forma solidária, a todos os réus, considerando-se os fatos elementos já colhidos ao longo da investigação, bem como aqueles que serão trazidos durante a instrução processual. 

O parâmetro utilizado para a definição do valor refere-se a uma das expectativas de lucro do grupo criminoso com a utilização de dezenas de contas que foram empregadas nas apostas manipuladas descritas na denúncia.

Operação Penalidade Máxima

As investigações começaram depois que o volante Romário, ex-Vila Nova, aceitou uma oferta de R$ 150 mil para cometer um pênalti no jogo contra o Sport pela 38ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série B. Ele recebeu um sinal de R$ 10 mil, e só teria os demais R$ 140 mil após a partida. Como não foi relacionado, tentou cooptar colegas de time, sem sucesso.

A história vazou e o presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, ele próprio um policial militar, investigou o caso e entregou as provas para o MP-GO. A primeira denúncia, feita há dois meses, indicava que havia três jogos suspeitos na Série B do ano passado: Vila Nova x Sport, Criciúma x Tombense e Sampaio Corrêa e Londrina.

A Operação Penalidade Máxima II é um desdobramento da Operação Penalidade Máxima, deflagrada em fevereiro de 2023 e que resultou no oferecimento de denúncia, já recebida pelo Poder Judiciário, com imputação dos crimes de integrar organização criminosa e corrupção em âmbito desportivo.

A nova fase da operação investiga a conduta do grupo criminoso em outros 13 jogos: Palmeiras x Juventude (Série A), Juventude x Fortaleza (Série A), Ceará x Cuiabá (Série A), Sport x Operário- PR (Série B), Goiás x Juventude (Série A), Bragantino x América-MG (Série A), Santos x Avaí (Série A), Botafogo x Santos (Série A), Palmeiras x Cuiabá (Série A), Bragantino x Portuguesa (Campeonato Paulista 2023), Guarani x Portuguesa (Campeonato Paulista 2023), Bento Gonçalves x Novo Hamburgo (Campeonato Gaúcho 2023), Caxias x São Luiz (Campeonato Gaúcho 2023).

Importante destacar que algumas partidas seguem em investigação em outro procedimento criminal, Luverdense x Operário de Várzea Grande (Campeonato Mato-grossense 2023) e Goiás x Goiânia (Campeonato Goiano 2023).

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