Time Brasil ganha reforços do CrossFit para o Levantamento de Peso

O CrossFit é uma modalidade esportiva que foi criada em 2001 por Greg Glassman. A ideia do treinamento CrossFit é desenvolver o condicionamento físico mais amplo e completo. A modalidade chegou ao Brasil em 2009 e não demorou muito para cair no gosto dos brasileiros. Afinal, hoje se vê “Boxes”, como é chamado o local de treinamento, e competições de CrossFit por todo o Brasil.

Atualmente, o Brasil conta com 613 boxes afiliados à marca CrossFit, segundo dados disponíveis no site crossfit.com, só no município de Goiânia são 12 boxes afiliados. Claro, se levarmos em consideração os boxes não afiliados esses números aumentam exponencialmente. 

CrossFit e o Time Brasil

Os movimentos do CrossFit podem ser resumidos em três modalidades: levantamento de peso, atividades de ginastas e condicionamento metabólico (aeróbico/cardio).

O levantamento de peso, conhecido também como LPO, é uma modalidade olímpica e um dos principais movimentos do CrossFit. Diante disso, termos em inglês como “Snatch” e “Clean and Jerk”, são familiares aos praticantes dessa modalidade que abriu as portas para que dois talentos fossem descobertos e integrassem a seleção brasileira adulta de levantamentos de pesos.

Amanda Schott, medalhista mundial, e Thiago Félix, campeão sul-americano, migraram para o esporte olímpico e hoje são nomes relevantes em busca da classificação para os Jogos Olímpicos Paris 2024.

Em dezembro de 2021, em Tashkent, no Uzbequistão, Amanda Schott levantou 106kg no Snatch (arranco) da categoria até 87kg e conquistou a medalha de bronze, detalhe que foi a terceira medalha do país na história dos Mundiais, a segunda de uma mulher. Além disso, a atleta ficou com o 5º lugar no Clean and Jerk (arremesso).

“Acredito que o levantamento de pesos está crescendo muito por causa do CrossFit. Postei um vídeo na internet fazendo os movimentos e meu atual treinador viu esse vídeo e me mandou mensagem perguntando o que achava de competir no levantamento de pesos. Me falou para fazer um teste. Gostei, ganhei a competição. Fui para o Brasileiro, ganhei. Larguei meu estágio, minha faculdade, minha família e tentei arriscar no Rio de Janeiro com a nova modalidade. Até agora está dando certo”, disse Amanda Schott, que foi medalhista de bronze nos Jogos Sul-Americanos Assunção 2022 e é tetracampeã brasileira de LPO – com as conquistas de 2019, 2021, 2022 e 2023.

Já Thiago Félix, que também foi atleta de Ginástica Artística, chegou a se classificar para o CrossFit Games ainda adolescente. Acabou não competindo por ter o visto para os Estados Unidos, sede da competição, negado. Mas viu as portas do levantamento de pesos se abrirem após um curso e seguiu evoluindo. No ano passado, em Assunção 2022, foi campeão da categoria até 61kg.

“Eu não sabia, mas mesmo sem conhecer o levantamento de pesos eu já treinava através do CrossFit. Graças ao CrossFit o levantamento de peso cresceu muito. Técnicos e professores de LPO conseguem dar cursos nos boxes, apresentam o esporte, e mostram o que é vivenciar esse esporte olímpico. É um esporte que para mim é tudo, e hoje dou a vida por ele”.

“Quem tiver vontade de fazer como eu, de competir aqui também, será bem vindo. A casa está aberta”, completa Thiago, que é heptacampeão brasileiro.

Para se ter uma noção nos Jogos Sul-Americanos Assunção 2022, o Brasil competiu com oito atletas no levantamento de peso e faturou medalhas com sete. Thiago Félix (61kg) foi ouro, Nathasha Rosa (49kg) e Laura Amaro (87kg) foram prata, enquanto Letícia Moraes (55kg), Josué Lucas (73kg), Amanda Schott (76kg) e Marco Túlio Gregório (96kg) ficaram com os bronzes. Enquanto, Taiane Justino terminou com a quarta colocação na categoria acima de 87Kg.

LPO em Paris 2024

No total serão 120 atletas competindo em 10 categorias (cinco no feminino e cinco no masculino), quatro a menos em relação a Tóquio 2020, que vão medir forças para obter o prêmio máximo do esporte: uma medalha de ouro olímpica em Paris.

Como país sede, a França tem quatro vagas garantidas (duas para os homens e duas para as mulheres).

Haverá também 10 vagas reservadas para serem distribuídas entre os continentes, além de seis vagas de universalidade que serão definidas por uma Comissão Tripartite em 2024.

Cada Comitê Olímpico Nacional está habilitado em classificar um atleta por categoria de peso e três por gênero entre todas as categorias de peso. Além disso, para cada categoria estabelecida em Paris 2024, um máximo de 12 atletas vão competir – dois a menos em cada categoria em relação a Tóquio 2020.

Poderão disputar uma vaga nos Jogos Olímpicos Paris 2024, os atletas nascidos até ou antes de 31 de dezembro de 2009.