Yago Dora bate Ethan Ewing com direito a nota máxima e ergue troféu inédito
Yago Dora manteve a hegemonia de títulos verde-amarelos na etapa brasileira da World Surf League, desde que retornou a Saquarema em 2017
Por: Ildeu Iussef
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No sábado (1º/7) Yago Dora, Samuel Pupo e Jadson André chegaram na Praia de Itaúna, em Saquarema (RJ), com a missão de manter a hegemonia de títulos verde-amarelos na etapa brasileira do World Surf League (WSL) Championship Tour (CT).
Yago, que estreou na elite do surfe mundial em 2018, começou o dia batendo o compatriota Jadson André nas quartas de final com direito a uma das melhores ondas do sábado. Na semifinal, Yago Dora teve pela frente o bicampeão mundial John John Florence. Numa bateria sem grandes notas, o brasileiro foi mais consistente e avançou para sua primeira final no Championship Tour.
Na decisão, Yago Dora encarou o australiano Ethan Ewing, atual número 4 do mundo. A bateria decisiva do Rio Pro começou com ondas de baixa pontuação.
O australiano surfou a primeira onda e começou com nota 4,83. O mar estava um pouco difícil de achar boas ondas e Yago Dora ganhou 4,10 na primeira dele e 2,33 na segunda. Mas, Ethan Ewing retomou o primeiro lugar somando 3,67, enquanto o brasileiro arriscou um aéreo que não completou. Yago responde numa direita, mostrando seu backside com um ataque potente e mais duas rasgadas, para ganhar 4,83 e reassumir a ponta no placar de 8,93 a 8,50 pontos.
A bateria entre Yago Dora e Ethan Ewing parecia caminhar para um final morno, até que a 15 minutos do fim o brasileiro pegou uma onda de trás e dessa vez conseguiu completar um aéreo full rotation de frontside perfeito numa esquerda. A torcida explodiu numa vibração incrível, parecendo um estádio de futebol lotado quando os juízes deram nota 10, a primeira do Rio Pro 2023. A pontuação máxima confirmou a primeira vitória do Yago Dora em etapas do CT, por 14,83 a 10,83 pontos.
“Eu nem estou acreditando ainda que venci um CT pela primeira vez”, disse Yago Dora, logo que chegou na arena do evento, depois de atravessar a multidão nas areias de Itaúna. “Eu posso dizer que foi a melhor semana da minha vida. Mesmo nos dias sem ondas, me diverti bastante e cada dia foi especial. Eu estava com a sensação de que alguma coisa especial ia acontecer. Demorou, mas essa primeira vitória chegou na hora certa e no lugar certo, então estou muito feliz. Não poderia ter um lugar melhor para ganhar meu primeiro evento no CT, ainda mais com uma nota 10”, disse Yago Dora.
Com a conquista do título do Rio Open, Yago Dora subiu para a quinta colocação no ranking e entrou na briga por uma vaga no WSL Finals 2023, que reúne os cinco melhores surfistas do mundo. Além disso, o brasileiro também vai em busca de uma vaga nas Olimpíadas de Paris, no ano que vem, já que os dois melhores do país na temporada conseguem a vaga.
Hegemonia brasileira
A vitória de Yago Dora manteve a hegemonia brasileira de títulos desde o retorno da divisão de elite do esporte para Saquarema em 2017 e foi a 63ª do Brasil na história do Circuito Mundial iniciada em 1976.
O primeiro título na Praia de Itaúna em 2017, foi conquistado pelo campeão mundial Adriano de Souza. Depois, teve o tricampeonato consecutivo de Filipe Toledo em 2018, 2019 e 2022, já que em 2020 e 2021 o evento não foi realizado por causa da pandemia de Covid-19.
Ranking mundial
Após a oitava etapa do Championship Tour WSL, o Brasil está de volta ao topo do ranking mundial na disputa masculina. Filipe Toledo ficou pelo caminho na competição em Saquarema – após sair do mar carregado com dores no joelho direito, mas exames não indicaram lesão grave e ele deve participar da próxima etapa da WSL -, mas voltou à liderança. Yago Dora, campeão no Rio de Janeiro, saltou para a quinta posição e entrou de vez na disputa pelo WSL Finals. No feminino, Tatiana Weston-Webb caiu para fora da lista das finais.
No ranking masculino, Filipe Toledo é o líder com 44.980 pontos, seguido pelo estadunidense Griffin Colapinto com 44.220 e do australiano Ethan Ewing com 40.015 tentos. Fechando o top-5 aparecem os brasileiros João Chianca com 39.640 pontos e Yago Dora com 32.120 pontos.
Já no ranking feminino, a liderança é da havaiana Carissa Moore com 51.660 pontos. Na sequência aparecem a australiana Tyler Wright com 49.895 pontos e a estadunidense Caroline Marks com 45.125 tentos. Fechando o top-5 estão a australiana Molly Picklum com 41.525 pontos e a estadunidense Caitlin Simmers com 38.660 pontos. A única brasileira no Championship Tour feminino, Tatiana Weston-Webb é a sexta colocada com 31.625 pontos somados.
Agenda
A antepenúltima etapa da temporada 2023 da WSL começa a partir de 13 de julho, em Jeffreys Bay, na África do Sul. Em agosto, o circuito chega à Polinésia Francesa, na lendária praia de Teahupoo, no Taiti. Os melhores colocados do ano disputam o WSL Finals em Trestles, na Califórnia.