Copa expõe evolução e equilíbrio no futebol

Com seleções pequenas fazendo a festa, o Mundial da Rússia pode se tornar um marco na história do esporte bretão

Postado em: 13-07-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Com seleções pequenas fazendo a festa, o Mundial da Rússia pode se tornar um marco na história do esporte bretão

Luiz Felipe Mendes*


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A Copa do Mundo só tem mais dois jogos pela frente. Com a maioria das etapas concluídas, já é possível fazer o balanço do que foi – e do que continua sendo – o Mundial da Rússia, 21ª edição do campeonato internacional. França e Croácia vão disputar o título no domingo, mas muita coisa aconteceu antes deste duelo ser formado. Eliminações de gigantes, campanhas surpreendentes, novos artilheiros: a Copa de 2018 é uma prova do quanto o futebol está mudando.

Vamos começar pela artilharia. Dono de seis gols no campeonato, o inglês Harry Kane é o goleador isolado da competição. Ele marcou três vezes de pênalti e foi responsável por um dos únicos “hattricks” da edição (quando um jogador faz três gols em uma mesma partida). O português Cristiano Ronaldo foi o outro atleta a deter a mesma marca. Embora o centroavante Harry Kane seja conhecido no futebol europeu, é a primeira Copa que ele disputa, mostrando que novos rostos podem fazer bonito na Copa. Outros exemplos disso são o belga Lukaku e o russo Cheryshev, ambos com quatro gols anotados até aqui.

Não é incomum perceber torcedores se referindo à Copa da Rússia como a Copa das Zebras. Esta alcunha começou lá atrás, quando seleções como Itália, Holanda, Chile e Estados Unidos sequer conseguiram se classificar. O apelido ganhou ainda mais força com as saídas precoces de Alemanha, Argentina, Portugal e Espanha. Nas quartas de final, apenas metade das campeãs mundiais ainda estavam vivas, e na fase seguinte este número foi reduzido pela metade. A decisão traz uma equipe tradicional, mas que possui apenas um título. Do outro lado, uma surpresa na competição.

França e Croácia vão decidir quem fica com a taça. Os franceses têm história no esporte. Além do título em 1998, foram vice-campeões em 2006 e alcançaram as semifinais em 1958, 1982 e 1986, sem mencionar a galeria de craques revelados pelo país, tais como Zinedine Zidane e Thierry Henry. Os croatas, por outro lado, possuem uma história humilde. Com uma população de pouco mais de quatro milhões de pessoas, o país teve seu auge também em 1998, quando sua seleção foi derrotada justamente pela França. Na disputa pelo terceiro lugar, venceu a Holanda. Agora, vão ter a chance de levar a famigerada taça para casa.

A Copa da Rússia vem sendo surpreendente, sem sombra de dúvidas. Os gigantes que se cuidem, pois o futebol está evoluindo cada vez mais e provando que uma “camisa pesada” não é mais tão decisiva quanto antigamente. Times inexpressivos aprenderam como anular as ações dos poderosos, como a Islândia diante da Argentina, a Rússia diante da Espanha e a Coreia do Sul diante da Alemanha. O desfecho mais interessante para este Mundial seria a conquista da Croácia, mas a França demonstra que não está disposta a se tornar mais uma zebra no ano de 2018.  

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