Governo elabora ações para combater o racismo e promover igualdade racial no esporte

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e a ministra do Esporte, Ana Moser, entregaram na última semana para o Governo Federal

Postado em: 09-08-2023 às 14h39
Por: Ildeu Iussef
Imagem Ilustrando a Notícia: Governo elabora ações para combater o racismo e promover igualdade racial no esporte
Documento foi elaborado pelos ministérios da Igualdade Racial e do Esporte (Foto: Mariana Raphael / MEsp)

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e a ministra do Esporte, Ana Moser, entregaram na última semana para o Governo Federal o relatório do Grupo de Trabalho de Combate ao Racismo no Esporte.

No relatório, os ministérios elencaram propostas de ações recomendadas para compor o Programa de Combate ao Racismo no Esporte, um programa nacional de políticas públicas de superação à discriminação e promoção da igualdade racial no setor.

O documento é o primeiro passo de um trabalho intersetorial entre os dois ministérios e o Ministério da Justiça para elaboração do Plano de Ação do governo para o enfrentamento do racismo e a promoção da igualdade racial no esporte.

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Para combater a prática no esporte, o grupo técnico preparou um relatório com propostas que vão servir de base para um programa nacional contra o racismo. São 18 ações, envolvendo entidades esportivas, atletas, torcidas e o acesso à justiça. Entre elas, estão a criação de selo e de prêmio para entidades esportivas antirracistas, a oferta de assistência psicológica para atletas negros e parcerias educativas entre torcidas organizadas e coletivos.

Além disso, será proposta a criação de uma Autoridade Nacional para Prevenção e Combate à Violência e à Discriminação no Esporte. E um acordo de cooperação entre o Governo Federal e a CBF, a Confederação Brasileira de Futebol, deve ser firmado.

De acordo com o secretário de Acesso à Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Marivaldo Pereira, a ideia é a implantação de uma ferramenta nos estádios que permita às autoridades públicas identificar quem comete atos racistas durante as partidas de futebol.

“O que se busca não é a punição, mas sim inibir a prática do ato. Esse tipo de tecnologia vem demonstrando que quando a pessoa sabe que ela pode ser identificada, que a imagem dela está ali e que o ato dela tem consequência, isso ajuda, muitas vezes, a inibir a prática do crime”, explicou.

A ministra do Esporte, Ana Moser, disse que outras ações sugeridas pelos técnicos deverão ser implantadas neste segundo semestre, como confecção de bandeirões em conjunto com a Associação Nacional das Torcidas Organizadas (Anatorg), criação de selo e prêmios para entidades esportivas antirracistas e levantamento de dados sobre racismo nas atividades esportivas.

Já a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, ressaltou que as ações no âmbito do Programa de Combate ao Racismo no Esporte irão perpassar pela realidade de crianças, jovens, atletas e técnicos que lidam diariamente com preconceito e discriminação.

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