Dragão preocupado com a arbitragem

Com trabalhos individuais, Roberto Giovanny tenta aplicar uma “nova educação” aos jogadores do Atlético Goianiense

Postado em: 21-05-2019 às 17h00
Por: Raphael Bezerra
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Com trabalhos individuais, Roberto Giovanny tenta aplicar uma “nova educação” aos jogadores do Atlético Goianiense

Foto: Felipe André / O Hoje 

Felipe André

O Atlético Goianiense vem colhendo os frutos do trabalho de
Roberto Giovanny, 41 anos, ex-árbitro da Federação Goiana de Futebol por 10
anos, que ao se aposentar foi contratado pelo Dragão em janeiro deste ano, para
a função de Instrutor de Regras e Relacionamento com a Arbitragem. Vale
ressaltar as mudanças nas regras estabelecidas pela International Football
Association Board (IFAB), que entraram em vigor no início do Campeonato
Brasileiro.

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Visando o trabalho com as categorias de base e no elenco
profissional, Roberto tem reuniões para tratar principalmente de como um
jogador de futebol deve lidar com o árbitro, sem pedir o famoso “cartão amarelo
professor”, mas ressaltando que a falta do adversário foi uma “entrada
temerária”.

“O meu trabalho consiste em fazer um apanhado geral das
novas regras do futebol e fazer um trabalho individualizado, com
desenvolvimento técnico e mental de cada atleta, isso vai acontecer ao longo da
semana e o clube me libera 30 minutos com cada jogador. Procuro mostrar alguns
vídeos interativos da FIFA, tipos de entradas e trazer para os atletas essa
interpretação do árbitro em relação as entradas, mostrar para o atleta a regra
do jogo, como o árbitro interpreta e a linguagem do árbitro e saber como
dialogar com ele, conhecendo as regras do jogo mesmo sendo um jogador de
futebol”, ressaltou Roberto Giovanny.

Apesar da recente implementação das novas regras, não é um
trabalho que será feito da noite para o dia, já que Roberto trata de frisar que
se passa por uma nova educação para os jogadores de futebol, o que deve começar
também com os mais jovens.

“É um trabalho de longo prazo, uma adaptação primeira a
agenda de treinamentos da equipe, quero trazer para os atletas a forma de
interpretação da regra e a linguagem do arbitro, um exemplo é o gestual do
atleta ao ficar pedindo cartões amarelos e vermelhos, quero educar o jogador
também nas categorias de base, no próximo mês tenho o primeiro contato com
eles, formar eles dentro dessa doutrina”, complementou o Instrutor de
Arbitragem do Dragão.

Na última partida do clube goiano na Série B, diante do
Criciúma no Estádio Antônio Accioly, o centroavante Pedro Raul, autor de um dos
gols na partida, cometeu oito faltas o que foi ressaltado na última conversa
entre Roberto e o atleta. Além dos jogadores, o trabalho também é realizado com
a comissão técnica, do treinador ao presidente.

“O próprio treinador [Wagner Lopes] já tem um conhecimento
muito grande nessa doutrina, o jogador está falando na linguagem do árbitro sem
pedir diretamente um cartão amarelo, mas usando a expressão “falta temerária”
ele está pedindo o cartão, até porque se ele fizer de maneira explicita, ele
irá receber. Quando o jogador usa “força excessiva” é para falta de cartão
vermelho, quando é da nossa defesa é “lance imprudente”, pois 95% das faltas no
futebol são imprudentes já que o jogador não coloca em risco a integridade
física do adversário”, finalizou Roberto Giovanny.

Com a dificuldade inicial da agenda de um clube de futebol,
Roberto faz sessões individuais com geralmente dois atletas a cada dois dias,
onde ele trata de analisar situações da última partida como intenção de
refletir no futuro do jogador dentro da competição e antes do jogo que acontece
na semana, ele costuma reunir o elenco para instruções gerais com a arbitragem.  

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