Claudiney Batista é ouro em dia com cinco pódios brasileiros

Claudiney Batista (acima) foi ouro no lançamento de disco da classe F56 - Foto: Daniel Zappe/Exemplus/CPB

Postado em: 12-11-2019 às 08h00
Por: Raphael Bezerra
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Claudiney Batista (acima) foi ouro no lançamento de disco da classe F56 - Foto: Daniel Zappe/Exemplus/CPB

Felipe André

O mineiro Claudiney Batista foi ouro no lançamento de disco da classe F56 nesta última segunda-feira (11) no Campeonato Mundial de Atletismo em Dubai, Emirados Árabes Unidos. Outros quatro brasileiros subiram ao pódio neste quinto dia de competição.

Os resultados desta segunda deixam o Brasil na terceira colocação do quadro-geral de medalhas. Os chineses lideram com 31 medalhas, sendo 13 de ouro, seguidos dos ucranianos, com oito ouros de um total de 17 premiados. O Brasil está na cola, com seis ouros, três pratas e seis bronzes.

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Além de Claudiney, esta segunda-feira contemplou o Brasil com a prata do capixaba Daniel Mendes nos 400m T11. Na mesma prova, Felipe Gomes ficou com o bronze, após terminar em quarto lugar mas ser beneficiado pela desclassificação do espanhol Gerard Puigdeval. Já nos 100m da classe T12, Viviane Ferreira foi a terceira a cruzar a linha de chegada. Raíssa Rocha foi a responsável pela primeira medalha do dia, bronze no lançamento de dardo da classe F56.

O ouro de Claudiney veio após uma prova com mais de duas horas de duração. Na classe F56 os atletas executam as seis tentativas em sequência, porque os atletas sentam-se a um banco especial no qual são presos a amarrados para dar firmeza ao movimento. Ele foi o sexto a se apresentar.

Logo em sua primeira tentativa, o brasileiro cravou 42,32m, que já renderia a medalha dourada, porque o vice-campeão foi o indiano Yogesh Kathuniya, com 42,05m. Mas Claudiney só melhorou as marcas. No quinto lançamento, ele estabeleceu o novo recorde do Campeonato Mundial: 45,92m.

“Foi meu primeiro ouro em Mundiais. Estou radiante, a alegria é muito grande. Agora tenho a vaga para Tóquio e isso me motiva mais ainda. Foi uma prova muito longa, porque alguns atletas tiveram dificuldade para fixar as amarras da cadeira. Procurei manter a calma e o foco enquanto esperava. Agora tenho a medalha que me faltava”, disse Claudiney, que amputou a perna esquerda após um acidente de moto em 2005.

A primeira medalha do dia foi de Raíssa Rocha, na madrugada desta segunda-feira. Ela atingiu sua melhor marca em Dubai na segunda tentativa quando lançou 22,28m. Quase 1,50m inferior a sua melhor marca no ano, de abril deste ano, durante o Open Internacional Loterias Caixa, no CT Paralímpico, em São Paulo.

A baiana de Ibipeba precisou esperar por quase uma hora até que todas as concorrentes tivessem a oportunidade de lançar. Esta foi uma das mais longas provas deste Mundial. Durou duas horas e 51 minutos. O ouro ficou com a letã Diana Dadzete, atual recordista mundial, com 25,54m. A prata foi para a iraniana Moavi Motaghian (22s67)

“Foi uma prova tensa. Eu sabia que ali eu poderia ser melhor, mas não foi ruim. Estou muito feliz com o bronze. Estou me sentindo bem, sem dor porque venho me recuperando de uma lesão no ombro. Agora vou me dedicar mais para conseguir o índice para os Jogos de Tóquio 2020”, comentou Raissa, que tem má-formação congênita nas pernas.

No fim da manhã de Dubai, a delegação brasileira recebeu a informação de que o atleta João Victor Teixeira herdara a medalha de bronze no arremesso de peso da classe F37 (paralisados cerebrais). A prova foi realizada no sábado, segundo dia de Mundial, e o atleta do Rio de Janeiro havia terminado em quarto lugar. O ouro fora para o grego Apostolos Charitonidis, com 15,43m, mas o resultado foi invalidado pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês), que o considerou de uma classe acima (F38), para competidores com menor grau de comprometimento físico-motor. Assim, o ouro foi para o russo Albert Khinchagov (15,25m); a prata, ao tunisiano Ahmed Moslah (14,40m) e João Victor pegou o bronze.

“Os classificadores estavam observando este atleta havia um bom tempo. Ele não era da classe F37, mas a justiça foi feita, não adianta burlar a deficiência para competir com pessoas com menor grau de mobilidade, porque a justiça em algum momento ela vai ser feita, como aconteceu comigo”, comemorou após o pódio, João Victor, que volta a competir no disco, na quarta-feira, 13.

Vinte e três atletas competem nesta terça-feira, sexto dia de Campeonato Mundial em Dubai. Izabela Campos disputa a final do lançamento de disco da classe F11, prova da qual foi bronze no Mundial de Londres 2017.

Nas provas de pista, três trios e duas duplas buscam medalhas para o Brasil. Nos 100m da classe T47 (amputados de braço abaixo do cotovelo), Washington Júnior, Yohansson Nascimento e o atual campeão Petrúcio Ferreira buscam vaga na final pela manhã (de Dubai), que será às 13h13 (de Brasília).

Mas a prova mais esperada é a final dos 100m da classe T12 (baixa visão). Apenas quatro atletas estarão alinhados às 12h57 (de Brasília) para correr pelo ouro nesta que foi considerada a de maior nível técnico de toda a competição. Dentre eles, dois são brasileiros.

O novato Joeferson Marinho, de apenas 20 anos, chegou com o segundo melhor tempo (10s74), seguido pelo sul-matogrossense Fabrício Ferreira (10s77). Eles foram superados somente pelo norueguês Salum Kashafali, grande sensação deste Mundial. Salum é franco favorito ao ouro. Ele correu por 10s44 na semifinal, porém com vento a favor de 3,8 positivo.

Lorena Spoladore e Jerusa Geber também perfilarão juntas na final dos 100m da classe T11 às 12h49. Jerusa é atual recordista mundial e tem o melhor tempo das semifinais. Lorena soltou mais em sua eliminatória e entrou com a quarta marca. 

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