Calendários brasileiro e europeu podem “trocar de lugar” ainda neste ano

O técnico português André Villas Boas deseja mudanças a fim de resolver o impasse envolvendo a Copa do Mundo de 2022 - Foto: Gerard Julien/AFP/Getty Images

Postado em: 30-03-2020 às 18h35
Por: Luiz Felipe
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O técnico português André Villas Boas deseja mudanças a fim de resolver o impasse envolvendo a Copa do Mundo de 2022 - Foto: Gerard Julien/AFP/Getty Images

Luiz Felipe Mendes

A pandemia do Covid-19 vem
afetando intensamente a rotina dos clubes de futebol. Isso não é exclusivo de
um só país ou continente, mas de praticamente todo o mundo. No Brasil, surgiu a
ideia de se encerrar os estaduais antes do esperado e ajustar o calendário para
que ele seja o mesmo do europeu. Em contrapartida, há a ideia de que a Europa
ajuste o seu calendário a fim de ficar igual ao brasileiro, causando ainda mais
indefinição para o futuro.

No dia 21 de março, um sábado,
o Secretário Geral da CBF deu entrevista à Rádio Bandeirantes de Porto Alegre.
Naquela ocasião, Walter Feldman afastou qualquer possibilidade de reajuste no
calendário nacional, tanto na fórmula do Campeonato Brasileiro quanto no
sistema de iniciar a temporada no começo do ano e finalizá-la entre novembro e
dezembro. Porém, clubes como o Flamengo e o Botafogo se mostraram favoráveis à
mudança de calendário para que ele começasse no segundo semestre e terminasse
no primeiro. A medida deixaria em aberto a situação dos estaduais, que estavam
na metade do caminho em todo o território canarinho.

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Na América do Sul, a Argentina
é um dos países que já seguem o modelo do Velho Continente. Para que o Brasil
fizesse o mesmo ainda em 2020, teria que resolver o entrave dos estaduais,
podendo reduzir o tamanho dos mesmos e adiantar as finais, alterná-los com as
competições nacionais ou suspender completamente as atuais edições. A
Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ainda não deu nenhum sinal de qual
pode ser o caminho escolhido.

A ideia de alterar o
calendário não está presente apenas em solo tupiniquim. O técnico do Olympique
de Marselha, da França, sugeriu que a Uefa alterasse as datas e as alinhasse
com as brasileiras. Segundo André Villas Boas, a decisão seria útil por conta
da Copa do Mundo do Catar em 2022, a qual, ao contrário dos outros Mundiais que
acontecem na metade do ano, será disputado no final. De qualquer forma, os
europeus precisarão em algum momento fazer algum tipo de adaptação, pois a Copa
aconteceria no meio das temporadas dos clubes.

Em uma possível alteração, o
calendário europeu seria como o brasileiro até o final de 2022. De acordo com a
ideia do treinador português, haveria uma temporada de transição em 2023 e
somente em 2024 tudo voltaria ao normal no lado de lá. O alastramento crescente
do novo coronavírus e a paralisação dos torneios seria uma oportunidade de
resolver um problema em meio a uma crise internacional.

Nada disso ainda está confirmado ou sequer encaminhado. Como dito antes
na matéria, a CBF é contra qualquer tipo de mudança em seu calendário, o que
diminui as chances de isso acontecer por aqui. No caso da Uefa, que administra
o futebol da Europa, não houve nenhuma resposta à sugestão de André Villas
Boas. A Fifa também não se pronunciou sobre o assunto, mas o presidente Gianni
Infantino afirmou que o calendário precisará passar por mudanças de uma forma
ou de outra. Resta saber como.

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