Equipe feminina do Atlético planeja volta na próxima semana e muda filosofia sobre elenco

Elenco feminino sofre baixa de quatro atletas e espera retomar aos treinamentos na próxima semana - Foto: Afonso Cardoso

Postado em: 27-04-2020 às 15h10
Por: Raphael Bezerra
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Elenco feminino sofre baixa de quatro atletas e espera retomar aos treinamentos na próxima semana - Foto: Afonso Cardoso

Felipe André

A paralisação do futebol devido a pandemia do Covid-19, o
novo coronavírus, segue exigindo dos clubes, o que no momento não podem
oferecer. Enquanto buscam soluções para voltar aos gramados, as diretorias
tentam deixar as contas em dia, mesmo sem as receitas dos campeonatos em que
deveriam estar disputando. A direção da equipe feminina do Atlético então tomou
uma decisão: manter apenas atletas que morem em Goiânia ou em um raio de 300km.

Esse foi o motivo da liberação de quatro atletas, entre elas
as duas mais experientes. Samara, Emily, Laiza e Tainara tiveram a rescisão
contratual publicado na última semana no Boletim Informativo Diário (BID) da
Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Longe de Goiânia desde quando o
elenco foi liberado, apenas um nome é esperado ainda no clube, da zagueira
Ingrith, que juntamente com Laiza vieram do Projeto Potencial Centrotec, na
cidade de Posto da Mata, no interior da Bahia. Com a promessa de que o empresário
irá arrumar um local para que Ingrith more em Goiânia, ela continua com
contrato com o rubro-negro goiano.

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O Atlético também liberou duas atletas que estavam em fase
de avaliação. Sem revelar os nomes, uma jogadora de São Paulo e outra de Minas
Gerais chegaram em Goiânia uma semana antes da estreia do clube na segunda
divisão do Campeonato Brasileiro feminino, mas foram dispensadas para buscar
novos clubes, com essa nova filosofia de manter apenas jogadoras locais. A casa
de apoio, bancada pelo clube, foi encerrada.

“Com esse período de pandemia, uma loucura do mundo, não
temos previsão da CBF de quando vai voltar. Não tenho ideia, conversando com o Romeu
de Castro, Supervisor de futebol feminino da CBF, ele disse que a previsão é que
em junho volte, mesmo que seja com portões fechados. Pode ser que volte, não é
uma certeza. Manter uma atleta de fora, a casa de apoio tem um custo, o projeto
está iniciando. Priorizamos as atletas que moram aqui ou em um raio de 300km,
liberamos as que eram de Minas Gerais ou da Bahia”, disse a Gestora do Departamento
de futebol feminino, Izabela Borges.

Izabela ressaltou que não vê a hora dos treinos presenciais
voltem a acontecer e que por ela, nem teria parado. “A minha vontade era nem
ter parado, preferia que tivesse continuado com supervisão, com grupos de
jogadoras separados no campo”, disse.

“Ele [Romeu de Castro] não pode afirmar que dia o futebol
vai voltar, enquanto o governador não liberar. Ele precisa de uma liberação
governamental dos estados, não adianta liberar no Rio Grande do Sul, mas no
Amazonas estar tudo fechado. Precisa de liberações de todos, mas ele me disse
que planejam ainda deixar de 15 a 20 dias para os treinos, antes dos jogos
serem retomados”, ressaltou Izabela Borges.

Em relação as atletas que permaneceram no Atlético, os
treinos estão sendo no formato de “home office”, com supervisão do treinador
Wagner Correia e as vezes do preparador físico. Enquanto a equipe masculina
prevê o retorno aos treinamentos no dia 1 de maio, o time feminino deve
retornar no dia 4, ou seja, na próxima segunda-feira.

O Atlético treinava no clube do Kaikan, mas justamente por
ser um clube, o local continuará fechado. Com isso, a direção priorizou os
treinos iniciais nas academias, na escolinha de futebol da equipe, no setor
Urias Magalhães

Montagem do elenco

Foram realizadas duas peneiras, a primeira em dezembro e
contou com 50 meninas, a segunda em fevereiro teve 64 participantes. O clube
ainda planeja uma nova avaliação em abril para formar novas categorias a partir
dos 16 anos. O elenco profissional, que vai viajar para a competição nacional
conta com 23 atletas, sendo 19 que estavam em Goiás tentando conquistar a vida
com o futebol, e outras quatro que vieram de outros estados, sendo três meninas
da Bahia e uma de Minas Gerais.

O projeto do rubro-negro estudava a participação na Copa
Goiás Feminina no primeiro semestre e o grande objetivo seria o Campeonato
Goiano, no fim da temporada. Entretanto, os planos mudaram com um convite que
surgiu da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para disputar a segunda
divisão, que conta com seis grupos com seis equipes cada. Com isso, as
avaliações para formar o elenco começou em dezembro.

O Atlético estreou sofrendo uma goleada no
Brasileiro A2, o rubro-negro perdeu por 4 a 0 para a equipe da Juventus,
jogando no estádio da Rua Javari, em São Paulo. A partida foi válida pela
primeira rodada da segunda divisão nacional feminina e foi disputada no dia 15
de março, no mesmo dia a CBF anunciou a suspensão imediata de todos os torneios
nacionais devido ao até então início da pandemia do Covid-19, o novo
coronavírus.  

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