Walter fala sobre doping e cita Goiás em um dos clubes preferidos da sua carreira

Walter se destacou com a camisa do Goiás em 2012 e 2013, sendo Bola de Prata da Série A, entrando na seleção do campeonato - Foto: Getty Images / Reprodução Goias

Postado em: 03-05-2020 às 14h30
Por: Daniell Alves
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Walter se destacou com a camisa do Goiás em 2012 e 2013, sendo Bola de Prata da Série A, entrando na seleção do campeonato - Foto: Getty Images / Reprodução Goias

Victor Pimenta

Enquanto não se tem data certa para a volta das atividades
físicas nos campos e a bola não volta a rolar nos gramados por todo Brasil, o
meio de ficar informado em relação aos jogadores são as entrevistas via
internet. Muitos jornalistas têm aproveitado esse tempo para se atualizarem e
assim gravam para suas redes sociais com craques do mundo do futebol.

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Após entrevistar o treinador Ney Franco, o jornalista da ESPN,
Jorge Nicola voltou a gravar no último sábado (2), com um jogador bastante
conhecido no futebol goiano, Walter. O jogador que está sem clube desde o
início de 2019, quando ficou suspenso por ser pego no antidoping, agora deseja
retornar aos gramados nessa temporada e garante que já está acertado com um
clube da Série A.

“Hoje estou em um momento muito feliz, porque um ano e seis
meses atrás ainda faltava um ano para poder voltar a treinar e sentir aquele
gosto de novo e agora só faltam três dias e não dá nem para acreditar. Dia 5 já
volto a treinar, já posso me apresentar em algum clube. Isso para mim é muito
importante porque eu queria voltar a sentir o gosto dos treinamentos, de estar
ao lado dos profissionais, estar perto dos meus colegas, porque faz um ano e
seis meses que não sinto isso”, disse o atacante, mas não revelou o clube com o
qual está acertado.

“Teve um dirigente muito importante que me abriu as portas e
que meu deu essa chance novamente. É um recomeço meu, a chance que eu queria e
ele conversou comigo dizendo que me ajudaria, mas só depende de você. Por tudo
que eu passei, não na questão do peso, não é isso que me atrapalhará agora. Vou
chegar no peso certo, vou focar certo e faça um contrato de dois, três meses.
Isso que vai acontecer, isso que você falou. Não posso falar por agora, porque
é uma aposta que ele está fazendo, está sendo difícil, complicado, mas ele está
dando essa confiança para mim”, relatou o jogador que está sem clube desde o
início de 2019.

Nesse tempo suspenso por conta do doping, o atacante ficou
restrito até mesmo de treinar em qualquer clube profissional nem que fosse para
manter a forma, assim, Walter dedicava nos treinamentos sempre com um
preparador físico e treinamento com bola em seu condomínio e as vezes em campos
de gramado sintético.

Suspensão

Em abril de 2019, o atacante foi julgado pelo Tribuna de
Justiça Desportiva Antidopagem por suspeita de doping. Walter tinha sido pego
no exame do jogo do CSA contra o Brasil de Pelotas, pela Série B, em 5 de
julho. A amostra na urina acusou a presença de furosemida e metabólicos de
sibutramina, substâncias encontradas em remédios para emagrecer. Na ocasião, o
jogador pegou um ano de suspensão, estando liberado para jogar em julho.

Três meses após o primeiro julgamento, outra bomba na
carreira do jogador. Walter estaria liberado para voltar aos gramados em julho
de 2019, mas em outro julgamento realizado, dessa vez em Brasília, o atleta
teve sua pena ampliada para mais um ano, impedindo seu acerto com o Goiás na
temporada passada. Walter já estava treinando com seus novos companheiros e com
a suspensão, não pode nem sequer treinar nas dependências do CT do Parque
Anhanguera, como em nenhum outro ligado à um clube de futebol.

“Na época uma moça me procurou no instagram para fazer uma
parceria. Eu nunca fui de fazer essas coisas, então pedi para ela me mandar
para eu ver com o médico se eu poderia tomar aquele remédio. Levei para ele,
onde que ele estava, ele meio que olhou por cima e falou que podia tomar. Fui
tomando e tomando, até que no dia do jogo contra o Brasil de Pelotas tanto
aconteceu que cai no doping, só que o erro foi meu por ter tomado. Na ocasião
eu tinha que ter assinado alguma coisa comprovando o que eu tinha tomado. Só
que eu penso que isso já é passado e o mais difícil que eu penso, que o remédio
que eu tomei não foi o que caiu no antidoping, mas sim, outro tipo de
medicamento. Fiz uma contraprova com meus advogados, mandei, mas mesmo assim
eles mantiveram os dois anos (de suspensão)”, ressaltou Walter.

Natural de Recife (PE), Walter foi revelado nas categorias
de base do Internacional, sendo chamado constantemente para as categorias de
base da Seleção Brasileira. Foi negociado com o Porto ainda em 2010, ficando
duas temporadas no futebol português. Com um contrato longo com o time de
Portugal, o atacante então acumulou uma sequência de empréstimos, tendo passado
por Cruzeiro, Fluminense, Athletico Paranaense, Atlético Goianiense, Paysandu e
por último, o CSA. O jogador relatou como foi ficar esses dois anos longe dos
gramados.

“Sem dúvida foram os dois anos mais difíceis da minha vida,
mas foram dois anos o qual aprendi muito. Hoje dou valor para coisas simples
que antes eu não dava. Quando vi as pessoas que estavam do meu lado, meus
amigos, minha esposa que está até hoje do meu lado no momento mais difícil e
isso para mim foi um ganho para mim. É como eu falo, foi um dos piores momentos
da minha vida no lado profissional, mas os melhores na minha vida pessoal,
porque fiquei ao lado de muitas pessoas especiais na minha vida e hoje minha
cabeça é totalmente diferente”, afirmou o atacante.

Espaço para o
Internauta

Em sua live, o jornalista Jorge Nicola abriu espaço para o
torcedor fazer perguntas ao atacante e a primeira pergunta foi sobre qual clube
na carreira Walter gostou de jogar. O jogador não soube escolher somente um e
explicou o porquê das preferências.

“Tem três times que eu mais gostei. O primeiro foi o Porto,
porque eu arrependo muito de ter saído e no Athletico Paranaense e no Goiás,
que me marcou muito esses três. O Porto porque foi o primeiro clube que sai
para fora do Brasil, porque um dos meus sonhos era jogar na Europa e consegui.
Um time grande e foi no primeiro ano que a gente ganhou tudo, atropelamos tudo
mundo e joguei com muitos jogadores de qualidade. No futebol português eles não
gritam o nome de todos jogadores, somente de alguns e lá eles fizeram músicas
para mim. Sempre me cobravam muito porque eu não estava jogando e o Falcão
estava muito bem e eu também estava muito bem, fora o carinho gigante que eles
tinham por mim”, falou o atacante em sua passagem pelo Porto e contou também o
porquê do carinho especial por Athletico Paranaense e Goiás.

“Vim para o Goiás, onde tive um dos melhores momentos da
minha carreira, onde ganhei a bola de prata, melhor atacante. Foi o clube que
me mostrou para o Brasil novamente, me abriu as portas e a torcida tem um
carinho muito grande por mim e aqui em Goiânia o povo gosta demais de mim e no
Athletico Paranaense foi aquela paixão da torcida. Você joga no clube, naquele
estádio e eu ficava admirado com eles gritando meu nome e é uma loucura. Quem
joga no Athetico Paranaense, vê aquele estádio fechado, é louco cara”, concluiu
Walter.

 

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