Médico do Atlético Goianiense ressalta segurança nos exames e revela longo isolamento dos atletas

Médico da equipe afirmou que se dependesse dele, não iria alterar a volta dos treinos no futebol brasileiro - Foto: Assessoria/Atlético Goianiense

Postado em: 05-06-2020 às 11h45
Por: Raphael Bezerra
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Médico da equipe afirmou que se dependesse dele, não iria alterar a volta dos treinos no futebol brasileiro - Foto: Assessoria/Atlético Goianiense

Felipe André

Primeira equipe goiana a voltar aos treinos, o Atlético
Goianiense não apresentou nenhum resultado positivo em relação ao Covid-19, o
novo coronavírus. A resolução dos exames foi na contramão de outras equipes, e
do próprio Goiás, rival da capital e que também disputa a Série A, que teve
oito jogadores infectados.

Questionado sobre a utilização apenas do exame de sangue e
não do RT-PCR (do inglês reverse-transcriptase polymerase chain reaction), que é
considerado o padrão-ouro no diagnóstico da COVID-19. O clube então autorizou o
médico da equipe a falar com a imprensa por meio de uma videoconferência.

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“O PCR é recomendado a ser feito após o quarto, quinto dia,
quando o jogador está em contaminação, em fase virulenta. Quando passa essa
fase, quando respeitamos o período de 14 dias, o mais recomendado é o exame de
sangue, nós seguimos o melhor protocolo que poderia ser seguido. Se estiver
gripado ou com mal-estar, o PCR é o mais indicado, mas se não está sentindo
nenhum sintoma, o preferido é fazer o de sangue, pois ele fala se você está
imune ou não. Nosso objetivo não é só saber se o atleta está contaminado, mas
sim saber se ele está imune, esse foi o nosso objetivo”, ressaltou o Dr Avimar
Teodoro.

O médico da equipe também destacou como foi montado o
protocolo nacional, mas avisou que cada equipe pode fazer algumas mudanças que
acharem necessária.

“Após várias videoconferências com diversos médicos de
futebol no Brasil e na Confederação Brasileira de Futebol (CBF), criamos um
protocolo nacional, mas cada clube tem autonomia para fazer as mudanças que
acharem necessária, devido as particularidades de cada região. No Atlético
desde quando começou a pandemia criamos uma equipe multifuncional onde deram
assistência nesse período para todos os jogadores. Os poucos atletas que
viajaram, voltaram ao menos 20 dias antes do possível retorno aos treinos,
mantendo o isolamento social e respeitamos um período para fazer os exames. Os
exames precisam ter o respeito de no mínimo 14 dias, nós seguimos os
protocolos, fizemos os exames e voltamos aos treinos”, explicou Dr Avimar
Teodoro.

Na primeira semana de treinos, o Atlético priorizou a
recuperação da parte física dos atletas, que não treinavam em campo desde o dia
19 de março. A próxima etapa que resulta nos treinos que exigem contatos entre
os jogadores só será utilizada quando a CBF der um parecer sobre a volta das
competições.

“Sobre o teste coletivo isso vai ser ditado de acordo como
foi recomendado nas reuniões, quando tiver um parecer da CBF sobre a volta dos
jogos. Somente após isso vamos partir para essa próxima etapa, isso será
discutido em novas reuniões com médicos de todo o Brasil. Os nossos treinos
estão focando na parte física, montamos dois horários, um às 8h e outro às 10h,
em um período só. Quando começa uma atividade física intensa, existe uma baixa
de imunidade, estamos respeitando os protocolos, pois o nosso bem maior são os
nossos jogadores. O grupo que começa mais cedo, são divididos em dois grupos,
assim como o que começa depois. Temos 40 mil metros quadrados para obedecer a
todas as normas necessárias”, apontou o médico do Atlético Goianiense.

Questionado sobre uma decisão pessoal, Avimar Teodoro
afirmou que também voltaria com os treinos, apesar das mortes e do alto número
de contaminados no país. “Eu voltaria o futebol. Nós estamos tratando de
pessoas que não são de risco, quando o atleta chega no clube, é feito uma série
de exames, que são rigorosamente avaliados por uma equipe médica e se possui
algum problema de saúde, ele não é contratado. Não é um grupo de risco e está
sendo monitorado todos os dias, o atleta está mais seguro vindo para o
Atlético, do que indo na padaria comprar um pão, pela nossa rigorosidade. Mas é
claro que se começar um lockdown, eu como médico serei o primeiro a dizer para
parar os treinos”, finalizou.

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