Goiás e Atlético se enfrentam pela primeira vez após 10 anos na Série A

Felipe André e Victor Pimenta

 O Atlético visita o Goiás na noite deste sábado (22), às 21h (horário de Brasília), no estádio da Serrinha. A equipe rubro-negra sofreu a primeira derrota na elite do futebol nacional, na última rodada para o Internacional, e contou com o mesmo tempo de recuperação que o rival esmeraldino, entretanto, diferentemente do alviverde, precisou viajar de Porto Alegre para Goiânia e teve apenas um treino antes do clássico válido pela quinta rodada da Série A. Este será o primeiro confronto entre as duas equipes na primeira divisão desde 2010.

Após uma semana atordoada de
muitas mudanças nos bastidores do Goiás, o clube chega para um clássico de uma
forma que não queria neste início do campeonato. O clube que sofreu com perda
de jogadores por conta covid-19, soma apenas um ponto na Série A e encara o
Atlético sob os olhos de Thiago Larghi, novo treinador.

Goiás

O começo de campeonato do Goiás
não foi dos melhores. A primeira rodada que aconteceria em casa contra o São
Paulo foi adiada por conta de dez casos de coronavírus no elenco, sendo todos
descobertos seis horas antes da estreia em campo. Com um time todo mudado e
misto, o primeiro jogo aconteceu três dias depois, diante do Athletico
Paranaense, onde perdeu de 2 a 1. Por conta do campeonato mais enxuto, no
sábado a equipe enfrentou o Palmeiras em seu segundo jogo seguido e segundo
fora. Voltou para Goiânia com um ponto importante.

O elenco então faria sua primeira
partida em casa. Mais casos de covid-19 no elenco, mais desfalques, mas também
o retorno de alguns titulares que haviam recuperado. Fortaleza em casa, chance
de vencer e respirar aliviado no campeonato, o que não aconteceu. A derrota por
3 a 1 foi tão mal digerida que um dia depois e em uma reunião da diretoria
esmeraldina, o conselho determinou e o Goiás confirmou as demissões do diretor
de futebol Túlio Lustosa e do treinador Ney Franco do comando do clube. O
técnico sai após setenta e nova partidas, sendo trinta e seis vitórias, quinze
empates e vinte e oito derrotas, com 51% de aproveitamento.

Com um clássico pela frente
diante do Atlético Goianiense, as únicas certezas no momento são a confirmação
de Harlei Menezes, como mais novo diretor de futebol esmeraldino. Será sua
terceira passagem no cargo, as anteriores aconteceram em 2015 e 2017. Também
que acontecerá uma limpa no elenco e vários jogadores serão dispensados, alguns
deles indicados por Ney Franco e trazido por Túlio Lustosa no início desse ano.

Apesar de um começo de campeonato
ruim, tendo somado um ponto em nove disputados, ainda tem muita coisa para
acontecer e o clássico desse sábado pode ser uma virada de chave no Goiás que
ainda procura um treinador para a sequência da temporada. Um dos nomes
ventilados foi o de Alberto Valentim, mas por conta da chuva de críticas da
torcida, a diretoria recuou. O nome mais próximo é de Thiago Laghi,
ex-treinador do Atlético Mineiro.

“Sabemos que muita coisa estava
errada. Não podemos nos desesperar. Ainda é a terceira rodada nossa. Sabemos
que erramos. Não errou só um, erramos todos. Nossa equipe tem que procurar
agora ter um pouco de tranquilidade, acertar, porque sábado já tem um clássico
e precisamos dar uma resposta para o torcedor. Uma resposta para a gente
primeiro. Não é hora de apontar e sim ter a cabeça no lugar para poder chegar
sábado e fazer uma grande partida”, disse Rafael Vaz após a derrota na última
quarta, para o Fortaleza.

Para o clássico diante do Atlético Goianiense, o
time deve manter a base do que iniciou contra o Fortaleza. Tadeu segue no gol
do Goiás, a única mudança na defesa deve ser o retorno de Jefferson na
lateral-esquerda, onde estava Heron. Ratinho ou Breno que entraram no segundo
tempo tdisputam a posição no meio campo que compõe Sandro e Daniel Bessa. O
ataque deve ter também o retorno de Rafael Moura, liberado pelo departamento
médico. Com isso, Victor Andrade, Douglas Baggio e Keko disputam as outras duas
vagas restantes entre os onze iniciais. 

Atlético

O Atlético, comandado pelo treinador Vagner Mancini, vai contar com o retorno de dois titulares para o clássico. O lateral-direito Dudu e o atacante Ferrareis não enfrentaram o Internacional por pertencerem a equipe gaúcha e uma cláusula contratual não autorizava ambos a jogarem, além disso, o defensor foi expulso diante do Sport e não poderia atuar de qualquer maneira.

“Há uma tendência [Dudu e Ferrareis como titulares]. Eu seria muito incoerente se eu tivesse a volta dos dois jogadores que foram titulares e não utilizassem, pois ambos descansaram na quarta-feira e entram com gás novo. Os outros ainda não sabemos, depende de como eles estarão. Liberamos os atletas na quinta e no mesmo dia eles voltaram ao CT, para que tivesse a certeza de quem descansou mais, quem está mais propício a se lesionar. Eu não gostaria de passar por isso, mas as escalações dependem muito um pouco da ciência e da sensibilidade do jogador”, destacou Vagner Mancini.

Devido o calendário apertado, causado pela pandemia, Vagner Mancini levantou a possibilidade de começar a fazer alterações na equipe titular. O Internacional, realizou sete mudanças antes de enfrentar o Atlético na última rodada, o rubro-negro por sua vez espera até o último momento, para saber os resultados dos exames de CK, que prevê a possibilidade de lesão dos atletas do elenco.

“Eu sinalizo mudanças a partir de agora, não quer dizer que vai ser no clássico, contra o São José-RS ou Ceará. Diariamente estamos fazendo revisões com os atletas, às vezes no treinamento ele te dá um sinal negativo do que ele julga como ideal para entrar em campo. Alguns jogadores sentem mais que os outros, o Internacional fez as mudanças e se deram bem, tem um elenco de bons jogadores e isso faz a diferença. Temos um elenco menor, mas com atletas que possam dar a contribuição. Tem que saber o momento de mudar a equipe, sem perder rendimento”, apontou Vagner Mancini.

Se o treinador ainda tem dúvidas sobre a equipe titular, um desfalque é garantido, o atacante Renato Kayzer. O jogador sofreu uma ruptura parcial do adutor da coxa esquerda e não entrou em campo ainda na Série A, mas o retorno pode estar bem próximo.

“O Kayzer está em processo final de reabilitação. Mais alguns dias e ele deve estar em campo, ele precisa se sentir bem para evoluir, não está mais no departamento médico, já está nas mãos da equipe de transição, e assim rapidamente ele vai estar no campo. É importante que nesse fim de semana, ele possa evoluir e não sentindo nada ele volta rápido. Acredito, pessoalmente, que para o jogo contra o São José-RS ou Ceará ele estará apto, é uma visão minha”, atualizou Mancini.

Entretanto, apesar de não estar confirmado, uma peça fundamental neste início de Série A para o Atlético é o meio-campista Jorginho. Somente o camisa 10 e o zagueiro Gilvan estavam na campanha de 2017, que resultou em rebaixamento da equipe atleticana. Desta vez, o ídolo rubro-negro começou de maneira artilheira, com dois gols em três partidas nesta Série A, marcando diante do Flamengo e Sport, passando em branco apenas contra o Internacional.

No Campeonato Goiano deste ano, no único duelo entre as duas equipes, quem se deu bem foi o Atlético. Naquela ocasião, no estádio Olímpico, o rubro-negro ainda comandado por Cristóvão Borges venceu por 3 a 0 o esmeraldino de Ney Franco, naquela oportunidade foram dois gols de Renato Kayzer e um de Jorginho. 

FICHA TÉCNICA

Goiás x Atlético-GO

Data: 22 de agosto de 2020

Local e horário: Estádio Hailé
Pinheiro (Serrinha), Goiânia, às 21 horas

Arbitragem: Wilton Pereira
Sampaio (FIFA/GO); Assistentes: Fabricio Vilarinho da Silva (FIFA/GO), Bruno
Raphael Pires (FIFA/GO); Quarto árbitro: Breno Vieira Souza (GO)

Goiás: Tadeu; Pintado, Rafael
Vaz, Fábio Sanches, Jefferson; Sandro, Ratinho (Breno), Daniel Bessa; Douglas
Baggio (Keko), Victor Andrade, Rafael Moura. Técnico:

Atlético-GO: Jean; Dudu, Eder,
Gilvan e Nicolas; Edson, Marlon Freitas e Jorginho; Ferrareis, Everton Felipe
(Matheus) e Hyuri. Técnico: Vagner Mancini