Segunda-feira, 29 de julho de 2024

Profissionais afirmam a importância das brincadeiras para as crianças

Com o cenário de pandemia e o modelo híbrido de ensino, a tecnologia se tornou uma aliada e mais um elemento vivo na composição desse aprendizado lúdico | Foto: Reprodução

Postado em: 26-05-2021 às 08h41
Por: Lanna Oliveira
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Com o cenário de pandemia e o modelo híbrido de ensino, a tecnologia se tornou uma aliada e mais um elemento vivo na composição desse aprendizado lúdico | Foto: Reprodução

Com o Dia Mundial do Brincar se aproximando, o questionamento sobre como as atividades lúdicas podem ajudar na formação intelectual das crianças ganha destaque. De acordo com Millamay Alice e Pedrina Lopes, coordenadora e orientadora de educação infantil, respectivamente, interações e brincadeiras são eixos estruturantes do desenvolvimento e da aprendizagem das crianças. Por trás do que pode parecer uma simples brincadeira, está o estímulo ao desenvolvimento da intelectualidade, curiosidade, raciocínio lógico, das noções de espaço, autoconfiança, psicomotricidade, entre outros. 

Ensinar talvez seja uma das palavras mais carregadas de significados, mensagens, formatos, impactos e potência da nossa língua. Para além da palavra, o ato de ensinar atinge camadas diversas e infindáveis. Quando se trata de uma criança, estamos falando diretamente dos primeiros contatos com a descoberta do mundo, o entendimento de inúmeros sentimentos e o reconhecimento de tudo o que está a sua volta. Lúdico vem de ludicidade, termo que deriva de “ludus”, palavra latina cujo significado é brincar ou jogar. “Os dois processos são elementos básicos na construção de cada criança como um ser único”, dizem as profissionais.

Assim, o caráter lúdico é mantido de forma contínua no cotidiano do trabalho pedagógico realizado com as crianças. “Garantimos diferentes formas de brincar, concebendo como ação essencial para o desenvolvimento integral da criança. No dia a dia oportunizamos o brincar livre e momentos nos quais o brincar acontece com brincadeiras e jogos, com objetivos específicos de aprendizagem. As crianças participam de vivências, experiências nas quais elas brincam, atuam, imaginam, investigam, criam, expressam suas ideias, constroem noções, conceitos, afetos, habilidades, atitudes e valores, construindo sua identidade”, explicam as educadoras.  

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Millamay e Pedrina afirmam que as vivências lúdicas são momentos vividos e compartilhados. Dessa forma, o espaço onde se realizam as atividades adquire o status de ‘terceiro educador’, como elas caracterizam. “O espaço aberto também corresponde à magnitude das relações e das interpretações que as crianças fazem sobre o mundo. Nesse sentido, é o lugar que provoca, instiga, convida, convoca, conforta, acolhe e educa para as pesquisas, investigações, diálogos, escuta, partilhas, interação entre as crianças, professores e o meio. Mas, principalmente, é o ambiente que a partir da sua organização proporciona o desenvolvimento infantil”, afirmam.

Com o cenário de pandemia e o modelo híbrido de ensino, a tecnologia se tornou uma aliada e mais um elemento vivo na composição desse aprendizado lúdico. “Nós procuramos estabelecer um diálogo qualitativo entre o que acontece no cotidiano escolar com o cotidiano potente da casa e utilizamos a tecnologia não só como ferramenta mas, também como linguagem, que possibilita os encontros para a manutenção dos vínculos, as conexões, as interações, a comunicação e a construção do conhecimento”, garantem Millamay e Pedrina. O retorno das aulas presenciais trouxe novas adaptações sobre a ludicidade.

Outro ponto de destaque está na importância do desenvolvimento de subjetividades e sentimentos diante de um período tão incerto e que pode ser de difícil compreensão para as crianças. “Essas vivências se iniciam nos ‘por quês’, em suas perguntas, na expressão de pensamentos e sentimentos de cada criança, que é sujeito integrante, que vive, sente e tem opiniões sobre o que está acontecendo. Portanto, as crianças precisam viver experiências nas quais podem expressar, externar, dialogar, imaginar, entre outras formas de linguagem, fortalecendo o emocional”, explicam.   Para a psicóloga Hully Segatti, é importante que os pais não sobrecarreguem a criança com atividades extracurriculares, já que é primordial o brincar para um desenvolvimento saudável em todos os aspectos. “O psicanalista Winnicott, explica que o brincar é a manifestação mais sincera de sua linguagem. É por meio da brincadeira que a criança consegue manifestar suas emoções primárias como a raiva, tristeza, alegria, nojo, amor e medo”, alerta. Ao brincar, a criança desenvolve a sua criatividade, curiosidade, autoconfiança, motivação, empatia, cooperação.

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