Naturalidade: cirurgião plástico fala sobre os cuidados com as intervenções estéticas

O cirurgião plástico Fernando de Nápole conta sobre as técnicas que utiliza para desmistificar o umbigo de lipo e abdominopastia

Postado em: 07-10-2021 às 09h21
Por: Lanna Oliveira
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O cirurgião plástico Fernando de Nápole conta sobre as técnicas que utiliza para desmistificar o umbigo de lipo e abdominopastia | Foto: Reprodução

Cirurgia plástica deixou de ser tabu há muitos anos, e hoje a lipoescultura e abdominoplastia são alguns dos procedimentos cirúrgicos mais procurados, não só por mulheres. Mas essas intervenções ainda carregam alguns estigmas que o médico Fernando de Nápole está pronto para desmistificar. Um dos mais falados é o umbigo pós-cirurgia, que nem sempre fica com uma estética agradável e natural. Pacientes alegam que por muitas vezes o umbigo fica raso e grande, além da cicatriz ficar aparente.

De acordo com o cirurgião plástico Fernando de Nápole hoje as cirurgias estão mais populares. “A cirurgia plástica que era um privilégio de poucos, há décadas, tornou-se acessível a maior parte da população, quer seja através de serviços públicos ou privados”. Devido a essa popularização, as técnicas cirúrgicas foram cada vez mais se diversificando. Assim, a naturalidade dos resultados foi surgindo como parte da própria evolução científica da especialidade, tornando-a mais atraente aos olhares de todos.

As mulheres que desejam alterar a silhueta e perder aquela barriguinha que mesmo com exercícios e alimentação adequada insiste em não sair, tem a preocupação presente de saber como fica o umbigo após abdominoplastia e como ficarão as cicatrizes decorrentes da cirurgia? O umbigo pode ficar diferente em cada mulher e por ser a parte central do abdômen, é um local que direcionam-se os olhares em uma barriga à mostra. A estética do umbigo é parte determinante para o sucesso da cirurgia.

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Por chamar a atenção, o umbigo merece um cuidado maior na hora de refazer a forma do abdômen. Fernando conta que antigamente eram feitas suturas externas, deixando-o marcado e estigmatizado. “Seu formato disforme, raso demais e pouco compatível com o seu natural, imprimia traços de artificialidade a cirurgia de abdominoplastia. Não raras as vezes, ele se fechava ao longo do processo de cicatrização, a que denominamos de estenose umbilical”. Recorria-se ao uso de moldes ou órteses no seu interior, hoje não mais.

Foram criadas e testadas várias formas de umbigo ao longo dos anos. Tais como os umbigos triangulares, losangulares, arredondados e aqueles totalmente redesenhados. Alguns eram literalmente amputados e uma nova cicatriz umbilical era feita. Mas foi com o uso de suturas internas, que a medicina avançou em busca do umbigo perfeito. “Sua fixação a aponeurose e confecção arredonda, pequena e ponteada com fios internos, mudou esse paradigma. Hoje, conseguimos atingir o aspecto mais natural tão desejado por todos”, revela o cirurgião.

Sem cicatrizes e um umbigo mais natural

Inúmeras técnicas de se refazer o umbigo surgiram e Fernando de Nápole abraçou umas delas para deixar o resultado mais harmonioso, sem marcas dos pontos, sem cicatrizes aparentes e com baixo risco de ele se fechar. “Primeiramente temos que entender que para se fazer um novo umbigo temos duas partes: aquele velho umbigo que fica preso lá no fundo da aponeurose e o seu envoltório que será desenhado na pele do abdômen esticado”, o médico começa explicando o processo.

“O velho umbigo é recortado de forma arredondada e exteriorizado na pele que acabou de ser esticada. Essa exteriorização se dá através de um orifício em formato de elipse horizontalizada de 1,5 cm. Teremos o encaixe de um velho umbigo arredondado em um retalho abdominal elipsoide. Funciona? Sim, muito! Todo esse complexo é fixado na parte mais profunda da cirurgia, a aponeurose. Ali ocorrerá sua definitiva cicatrização.  Essa técnica dispensa o uso das órteses e seu índice de sucesso é alto”, continua.

O sucesso da cirurgia é determinado por uma boa técnica durante o procedimento, mas o umbigo perfeito também se define por alguns cuidados no pós-operatório. Andar encurvada durante 15 dias, além de preservar a boa cicatrização abdominal, também mantém os pontos feitos no umbigo em ordem. Sua soltura por ter realizado movimentos indevidos, exercícios físicos antes do permitido ou andar ereta precocemente, fatalmente irá prejudicar seu resultado estético, por vezes, de forma irreversível. O cirurgião plástico Fernando de Nápole finaliza relembrando alguns cuidados igualmente importantes. “Evitar o sol antes de 3 meses e o uso de protetor solar nos meses iniciais em cima da cicatriz umbilical, evitará sua hipercromia (cicatriz escura). Após 30 dias da cirurgia, avaliamos se a cicatriz está crescendo, caminhando para se tornar queloide. Nesse momento, a injeção local de corticóide pode salvar sua aparência estética, na maior parte das vezes. Por fim, caso cicatrize mal a despeito de todos os esforços empreendidos, indicamos a realização da micropigmentação. Trata-se de algo parecido a uma tatuagem, que imita a cor da pele local e camufla as cicatrizes do umbigo”.

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