Beatriz Azevedo e Moreno Veloso lançam projeto em homenagem ao centenário de Clarice Lispector

Abrindo série de singles, projeto foi criado em homenagem ao centenário da escritora Clarice Lispector

Postado em: 07-12-2021 às 10h26
Por: Redação
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Abrindo série de singles, projeto foi criado em homenagem ao centenário da escritora Clarice Lispector | Foto: Reprodução

Por Elysia Cardoso

A poeta e compositora Beatriz Azevedo incorpora trechos da obra de Clarice Lispector em canção inédita. Criada especialmente para o projeto ‘Clarice Clarão’, que se desdobrará no primeiro semestre de 2022 com novas faixas. Na sexta-feira, 10 de dezembro de 2021, quando se celebra o 101º aniversário da escritora brasileira, o single Clarice Clarão estreia nas principais plataformas de streaming e também no Sesc Digital, plataforma do Sesc São Paulo que oferece o conteúdo gratuitamente sem necessidade de cadastro.

“Amar não acaba. É como se o mundo estivesse à minha espera. Eu vou ao encontro do que me espera”, diz o refrão da canção, em trecho musicado da crônica “As três experiências”, de 1968. Beatriz dá voz aos escritos de Clarice, que foi uma escritora prolífica em cartas, romances, contos, crônicas e textos jornalísticos. Clarice Lispector circulou por gêneros literários diversos e assumiu personas diferentes para publicar seus textos. Como diz a pesquisadora Yudith Rosenbaum, Clarice era “essa escritora ucraniana, judia, nordestina, carioca, brasileira e estrangeira”. Múltipla, como seu legado à cultura.

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A convite da Princeton University, Beatriz Azevedo criou o espetáculo Now Clarice, para celebrar os 100 anos da escritora, interpretando, ao lado de Moreno Veloso, canções originais e trechos da obra luminosa de Lispector. Filmado ao vivo em novembro de 2020, o show reuniu ainda os músicos Jaques Morelenbaum e Marcelo Costa. 

A cantora Maria Bethânia também está no projeto Clarice Clarão, em uma participação especial que ressalta a teatralidade da proposta. As pinturas e desenhos que compõem o projeto visual do álbum e as capas dos singles são assinados pela artista plástica e filósofa Marcia Tiburi. Clarice Clarão é um desdobramento do audiovisual somado ao interesse da artista pela obra de Lispector, reconhecida por seus escritos muitas vezes introspectivos. Nesta faixa, Beatriz Azevedo e Moreno Veloso tocam violão, cantam e celebram Clarice em sua profundidade, acompanhados pelo violoncelo de Jaques Morelenbaum e percussão de Marcelo Costa.

Sobre o single que abre o lançamento do projeto, Beatriz conta que escreveu a composição. “Sozinha, mas de mãos dadas com Clarice, com seus livros espalhados por toda a casa, num momento de mergulho total em sua obra. Além dos textos, fiquei muito impressionada com as histórias contadas por Caetano Veloso e Maria Bethânia sobre seus primeiros encontros com ela. Na letra da canção eu cito uma palavra que Clarice disse quando assistiu Bethânia pela primeira vez: ‘faíscas’.  Essa palavra traduz tanto a intensidade da cantora como a da própria escritora, afinal quem enxerga faíscas conhece o fogo”.

Beatriz Azevedo 

É poeta e compositora, multiartista brasileira. Doutora em Artes da Cena pela UNICAMP e Mestre em Literatura Comparada pela USP. Pesquisadora de Pós-Doutorado Unicamp / Fapesp. Estudou música no Mannes College of Music em Nova York e dramaturgia na Sala Beckett em Barcelona. Gravou os discos A.G.O.R.A, AntroPOPhagia ao vivo em Nova York, Alegria, lançados pela Biscoito Fino no Brasil e pela Discmedi na Europa; e Bum bum do poeta, pela gravadora Natasha Records no Brasil e pela Nippon Crown no Japão. Suas composições musicais foram cantadas por Adriana Calcanhotto, Matheus Nachtergaele, Moreno Veloso, Tom Zé, Zelia Duncan e Zé Celso Martinez Correa, entre outros.

Moreno Veloso 

É cantor, compositor e produtor musical. Estudou física na faculdade, mas atua como músico no Brasil e no exterior. Primeiro filho de Caetano Veloso e da atriz Dedé Gadelha Veloso.  Desde criança, Moreno começou a compor canções em parceria com o pai; ‘Um canto de afoxé para o bloco do Ilê’, foi registrada por Caetano no LP ‘Cores, nomes’ em 1982. Em 1997, outra composição de Moreno, ‘How beautiful could a being be’ foi registrada por Caetano no LP ‘Livro’. Sua música ‘Sertão’, também em parceria com o pai, foi gravada por Gal Costa.  (Especial para O Hoje)

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