Mulheres, por meio de histórias que vieram antes, hoje tomam consciência de sua força e capacidade de ocuparam lugares improváveis

Para comemorar o mês da mulher, várias instituições criaram programações com o intuito de dar visibilidade à elas

Postado em: 08-03-2022 às 09h25
Por: Lanna Oliveira
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Para comemorar o mês da mulher, várias instituições criaram programações com o intuito de dar visibilidade à elas | Foto: Reprodução

“Gostaria que você soubesse que existe dentro de si uma força capaz de mudar sua vida, basta que lute e aguarde um novo amanhecer”. A frase dita por Margaret Thatcher, a ‘Dama de Ferro’ que ficou conhecida por ser a primeira mulher a ser primeira-ministra do Reino Unido, nos mostra como a mulher tem tomado consciência da sua força. É assim, que ocupa-se lugares antes impensados para elas, é desta forma que chega-se a igualdade de gêneros e é assim que a luta por respeito se faz concreta, mulheres se reconhecendo como protagonistas.

Como Margaret Thatcher, outras tantas mulheres fazem parte dessa construção. Eleanor Roosevelt, defensora dos direitos das mulheres, a atriz e ganhadora de diversos prêmios Viola Davis, Malala Yousafzai, ativista paquistanesa, a jogadora Marta, a escritora Carolina de Jesus, entre milhões que vivem seus dias com muita luta e dedicação, também fazem parte dessa história que ainda está sendo escrita. Hoje, devido a tantas vidas dedicadas a causa, que as mulheres podem imaginar ocupar lugares e profissões antes apenas dos homens. 

Exemplo disso são as mulheres envolvidas na criação de histórias em quadrinhos. Muitas mulheres dão voz, emoção, traços e histórias fantásticas a diversos quadrinhos. Um meio mais conhecido por ser tipicamente masculino, possui diversas escritoras, autoras, desenhistas e roteiristas, que deram vida a obras famosas e muito queridas dos fãs. Por isso, neste dia, 8 de março, Dia Internacional da Mulher, celebremos algumas delas, brasileiras e estrangeiras que fazem a diferença no universo geek e inspiram meninas a acreditarem que são capazes.

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Espadas que fazem cabeças rolar pelo chão, sabres de luz brilhantes que emocionam fãs, superpoderes que derrubam qualquer vilão de físico forte também são pensados por elas. Diversas HQs, quadrinhos e mangás são escritos, roteirizados e desenhados por mulheres. Kelly Thompsson, por exemplo, é a roteirista responsável pelas histórias de ‘Viúva Negra’ e ‘Capitã Marvel’, e foi indicada várias vezes ao Eisner Awards; Há ainda Vita Ayala, roteirista dos ‘Novos Mutantes’, ‘Batman’ e ‘Mulher Maravilha’; Shima Shinya, roteirista de histórias da coleção ‘Star Wars: O Limite do Equilíbrio’, ao lado de outra grande escritora, Justina Ireland. 

Justina é uma autora americana de ficção científica e fantasia para jovens adultos, ganhou diversos prêmios e best-sellers que ficaram em destaque no New York Times. Ainda do lado DC da força, tem Kami Garcia, escritora de ficção de grandes best sellers e criadora de ‘Jovens Titãs’, e Mariko Tamaki, criadora de ‘Batman Detective Comics’. E se é para falar de desenho, tem inúmeros exemplos de desenhistas que transmitiram nos traços de personagens toda a ação e aventura, como é o caso de Sara Pichelli, em ‘Homem Aranha’; Erica D’urso com ‘Valquíria’; Minkyu Jung em ‘SW Doutora Aphra’ e ‘Manífica Ms. Marvel’; e Carmen Carnero, conhecida por ‘Miles Morales: Homem-Aranha’ e ‘Capitã Marvel’.  

Os mangás também não ficam de fora. Koyoharu Gotouge, autora das histórias de ‘Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba’, figurou na Revista Time como uma das 100 lideranças emergentes de 2020 que estão moldando o futuro, ao lado de grandes artistas do cinema, da música e até da política. Esta é a primeira vez que a revista coloca um mangaka neste ranking. Ia Yazawa, autora de ‘Paradise Kiss’, é focada no público feminino; Q Hayashida autora do mangá ‘Dorohedoro’ e que já fez adaptações de jogos eletrônicos; e tem até uma dupla de mangakas, Adachitoka, de ‘Noragami, um conto sobre deuses, budismo e xintoísmo’. 

No Brasil, Fefe Torquato, quadrinista e ilustradora que fez a graphic novel de Tina, personagem da ‘Turma da Mônica’, e Lu Cafaggi, que junto com o irmão foi convidada para contar a primeira história de ‘Turma da Mônica – Laços’, adaptado para o cinema em 2019, além de ‘Lições e Lembranças’. Ela levou o 26° Troféu HQ Mix nas categorias ‘Novo Talento – Desenhista’ e ‘Melhor Roteirista’ ao lado do irmão. São muitas as forças femininas que devem ser comemoradas neste 8 de março, que vão além das profissões rotineiras, quebrando paradigmas e estereótipos. Afinal, o lugar de uma mulher é onde ela decide estar.

Mais homenagens

Para comemorar o mês da mulher, várias instituições criaram programações com o intuito de dar visibilidade à elas. O canal Box Brazil Play, por exemplo, separou quatro conteúdos que têm as mulheres como Em ‘Carolina’, por exemplo, a diretora Lilih Curi fala sobre uma personagem feminina que tomou partido de si e evitou a invisibilidade. Já em ‘Rosas do Asfalto’, é colocado luz para mulheres da terceira idade que sustentam filhos e netos com trabalhos sexuais. ‘Meu Corpo é Político’, da diretora Alice Riff, aborda o cotidiano de quatro militantes LGBT que vivem em periferias de São Paulo. ‘Damas do Samba’, da diretora Susanna Lira, provoca uma reflexão sobre o papel da mulher no samba.

Já o projeto Tarsila Agenda, concebido pela pasta para celebrar o legado da Semana de Arte Moderna de 1922, por meio de palestras e cursos disponíveis no site agendatarsila.com.br, lembram de grandes artistas que abriram caminhos para o protagonismo feminino na arte. Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Zina Aita e Pagu foram nomes marcantes que fizeram história. Ainda em uma época (anos 20) em que se falava pouco sobre o espaço da mulher na sociedade, as modernistas mostraram o poder feminino na arte e na cultura brasileira, quebrando padrões.

E por fim, aqui em Goiânia, o Hospital Estadual Alberto Rassi – HGG abre nesta terça-feira (8), mais uma edição da tradicional exposição em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, tendo como modelos as colaboradoras da unidade de saúde. Pelo sétimo ano, o repórter fotográfico Cristiano Borges, voluntariamente, registrou as diversas poses das mulheres que atuam no HGG como forma de homenagear as profissionais que colaboram para o bem-estar, cuidado e humanização dos pacientes.

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