Paulo Santos assina álbum dedicado à temática ambiental disponível nas plataformas do Sesc Digital

Álbum faz um alerta ao desmonte que a Floresta Amazônica enfrenta

Postado em: 26-03-2022 às 10h06
Por: Redação
Imagem Ilustrando a Notícia: Paulo Santos assina álbum dedicado à temática ambiental disponível nas plataformas do Sesc Digital
Álbum faz um alerta ao desmonte que a Floresta Amazônica enfrenta | Foto: Reprodução

Por Elysia Cardoso

O Selo Sesc e o multi-instrumentista mineiro Paulo Santos, que fez parte do extinto grupo brasileiro de música experimental Uakti, apresentam o álbum ‘Chama’. Produzido entre 2020 e 2021, a obra estará disponível nas principais plataformas de streaming e gratuitamente no Sesc Digital e faz um alerta ao desmonte que a Floresta Amazônica, em especial, vem enfrentando nos últimos tempos.

Ao acompanhar pela imprensa as notícias a respeito do sucateamento dos órgãos de defesa da floresta, da falta de proteção aos povos originários, do envenenamento dos rios e da devastação dos biomas brasileiros foi que o músico veterano concebeu a ideia do disco. 

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Essas notícias, tão presentes durante o período de pandemia, em um contexto de necessário isolamento social, levaram a uma profunda indignação com todo esse estado de coisas: “O trabalho tem esse sentido de falar do meio ambiente, da Amazônia, do Pantanal, pois para mim o Brasil é o ‘berço do ar’, que é também nome de uma das faixas do álbum. E ver tudo isso ser destruído me deu certa angústia”, comenta Paulo.

Composto por nove faixas, ‘Chama’ está repleto de mensagens que alertam sobre a destruição da Floresta Amazônica. As músicas promovem reflexões sobre o papel da sociedade civil e de intelectuais frente às políticas ambientais, e como as autoridades estão criando caminhos para derrubar a Floresta em nome do desenvolvimento econômico, colocando em risco a sobrevivência da fauna e da flora.  

A criação e a gravação solitárias, iniciadas em casa, são também sinais dos tempos atuais. No álbum, Paulo toca todos os instrumentos, que vão da tabla indiana ao uso de samplers e texturas digitais que se destacam pela amplitude das variações timbrísticas, em um vivo diálogo entre o acústico e o eletrônico. 

A proximidade com a música eletrônica, aliás, presente em diversas composições, dispensa a repetição exaustiva para fluir de maneira orgânica, expressando-se enquanto trilha sonora que tem como motivo a própria vida: “Estamos assistindo, passivos e impotentes, a destruição do nosso ecossistema. E é este o tema deste disco. É sobre algo que está em processo. Não sobre o passado. E sim, o nosso presente”, explica.

Benjamin Taubkin, músico e compositor brasileiro, discorre sobre o álbum de Paulo Santos e o manifesto que a arte pode e deve fazer para alertar a sociedade quando o nosso maior patrimônio está em risco, a floresta, a vida: “Foi com encantamento que escutei este novo projeto do Paulinho Santos. E não são poucas as razões.Sem necessidade de outra referência que não o próprio som. E as imagens que vão atravessando a mente enquanto escuto. A primeira transição em Chama… e o rio aparece. O que gera uma estranha urgência”, conta.

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