Nobat lança single que homenageia o samba e traz registro inédito de Elza Soares e participação de BNegão

Registro foi feito em março de 2021, alguns meses antes da passagem de Elza

Postado em: 15-04-2022 às 08h51
Por: Redação
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Registro foi feito em março de 2021, alguns meses antes da passagem de Elza | Foto: reprodução

Por Elysia Cardoso

‘Me Deixa Sambar’, novo single de Nobat, une três vivências repletas de identidade e potência. O cantor e compositor mineiro tem a companhia luxuosa de Elza Soares e BNegão neste novo trabalho, segundo capítulo de uma trilogia que atravessa vários Brasis de diferentes perspectivas, para então celebrar um dos principais gêneros musicais nacionais, o samba. 

As gravações foram feitas em março de 2021, alguns meses antes da passagem de Elza, sendo um dos seus últimos registros fonográficos. A faixa já está disponível nas plataformas de streaming. Trata-se do segundo single do próximo disco do artista, ‘Mestiço’, previsto para junho. ‘Me Deixa Sambar’ vem acompanhada de um videoclipe que enaltece a beleza de Belo Horizonte, a força da dança e dedica uma delicada homenagem à Elza. 

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A presença de um nome como de Elza Soares em um trabalho como este toca profundamente no imaginário popular brasileiro, por tudo que representou a vida e obra da “Mulher do Fim do Mundo”. “Na noite em que ela gravou a canção, nós nos falamos por telefone e foi uma das experiências mais incríveis da minha vida. Ouvi-la dizer meu nome já foi uma das maiores emoções que vivi, mas mais fabuloso ainda foi poder ouvir seu olhar sobre a música, sobre nosso povo, nosso país”, relata Nobat.

Como um grito pela liberdade, a escolha por homenagear o samba passa pelo histórico do gênero sempre ligado às classes trabalhadoras, com visões politizadas e ainda assim, muitas vezes, esperançosas. Por conta de suas visões social e política, e de uma história que atravessa o samba em diversos momentos, BNegão foi essencial como uma das vozes da música. “Ele é um artista que pautou o pensamento e comportamento de uma geração, um cara que sempre elaborou muito bem sua visão sobre seu tempo e nosso povo. É para mim motivo de muito orgulho tê-lo nesse trabalho e foi fundamental sua participação nessa faixa”, conta o mineiro sobre a parceria com o carioca.

Com produção musical de Barral Lima, o arranjo da música faz referência a variações do ritmo, como o samba-funk, a gafieira e o samba-rock, tudo isso em comunhão com beats, sintetizadores e samples, estabelecendo assim uma relação entre o tradicional e o contemporâneo. 

Este é outro aspecto que reforça a presença de Elza no trabalho que, além de ter sido uma artista sempre inquieta, conectada à estética de cada década, teve sua história intimamente conectada ao samba. “Sempre digo que ser brasileiro é um dos pontos cruciais da minha identidade como um ser que vive, pensa, fala, canta. O samba é um dos principais dados dessa identidade, pois é uma das coisas mais incríveis que o Brasil entregou ao mundo e faz parte da minha vida muito antes de eu nascer”, comenta.

Carregado de emoção, o conjunto da obra exprime a grandeza de Elza e a falta que a mesma deixa. “Senti muita emoção e acredito que foi ali, ao ouvir sua voz cantando enquanto rodamos o clipe, que me caiu a última ficha de que, ao mesmo tempo, realizei esse sonho incrível de trabalhar com uma das maiores cantoras da história da MPB, mas que também a perdemos. Artistas como Elza não vão embora, sua arte e sua vida ecoarão em nós para sempre. O que importa é o que faremos com isso. Como a própria rainha diz no fim da canção: ‘Se liga, Brasil: eu quero ver a gente sambando (sonhando) de novo’”, finaliza ele. (Especial para O Hoje) 

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