‘Concertos em Goiânia’ recebe Jean-Louis Steuerman

Pianista brasileiro encerra, neste domingo (26), a programação clássica no Centro Cultural UFG

Postado em: 24-11-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Pianista brasileiro encerra, neste domingo (26), a programação clássica no Centro Cultural UFG

Bruna Policena*

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Para fechar sua Temporada 2017, o projeto Concertos em Goiânia recebe o pianista Jean-Louis Steuerman, aclamado pela crítica como um dos principais intérpretes brasileiros de obras clássicas. A apresentação será no Centro Cultural UFG, neste domingo (26), às 11h. A entrada é gratuita. No programa,  estão obras de João Guilherme Ripper (1959), Ludwig van Beethoven (1770-1827) e Frédéric Chopin (1810-1849).

Jean-Louis

Steuerman (Rio de Janeiro-RJ, 1949) ganhou grande reconhecimento como solista e recitalista internacional depois de conquistar, em 1972, o segundo lugar no Concurso Johann Sebastian Bach, em Leipzig (Alemanha). Já se apresentou como solista com a London Symphony, sob regência de Claudio Abbado; com a Royal Philharmonic, sob a batuta de Lord Menuhin e Vladimir Ashkenazy, e debutou nos Concertos Promenade BBC, em 1985, com o Concerto em Ré Menor de Bach, com a Polish Chamber Orchestra.

Durante a carreira, o pianista já se apresentou em diversos concertos pelo mundo, e faz turnês na Europa, na América do Norte e no Japão. Dentre suas gravações, Seis Partitas de Bach lhe rendeu o prestigioso Diapason d’Or. Suas gravações para a Philips Classics incluem a obra para piano solo de Scriabin, a obra completa de Mendelssohn piano e orchestra com a Moscow Chamber Orchestra, os concertos para piano de Bach com a Chamber Orchestra of Europe.

‘Concertos em Goiânia’

O projeto Concertos em Goiânia é realizado pelas professoras da Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás (Emac/UFG) Gyovana Carneiro e Ana Flávia Frazão. Como produtoras culturais, elas desenvolvem séries regulares de concertos que há mais de dez anos inserem a Capital no circuito nacional da música clássica, e colaboram na diversificação do calendário cultural da cidade.

Dentre outros projetos goianos de incentivo à arte e principalmente à música clássica, este tem alcançado um público variado – diversos gostos, interesses e idades –, unidos pelo momento de se aprender a apreciar a música erudita que, por muitas vezes, é vista como algo inacessível.  De acordo com as produtoras, o Concertos em Goiânia trouxe, neste ano, tanto músicos internacionais, quando de nacionalidade brasileira, com propostas diferentes e composições de diversos lugares do mundo. “De composições alemãs às alagoanas, despertou o público de maneira única”, diz Gyovana Carneiro.

*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação da editora Flávia Popov

Qual a importância – senão, necessidade – de um projeto como o ‘Concertos em Goiânia’ na nossa cidade?

A partir de parcerias entre a Universidade Federal de Goiás, leis de incentivo à cultura e empresários sensíveis, temos conseguido manter séries regulares de concertos há mais de dez anos.  Desta forma, além de contribuirmos para a formação do público de concerto, estamos, ao longo destes dez anos, inserindo a Capital no circuito nacional da música clássica e colaborando na diversificação do calendário cultural da cidade. Isto é muito importante para Goiânia.

Como você percebe a participação e o perfil do público ao longo dos dez anos de projeto?

O aumento do público tem sido considerável.  A maioria, quase absoluta, dos concertos está tendo uma superlotação. No início do projeto, jamais imaginávamos que as pessoas voltariam para casa sem conseguir assistir aos concertos devido à casa lotada. Isso é uma grande vitória para a música de concerto em Goiânia.

De que forma é planejada e organizada cada temporada? Como são feitos os convites aos músicos e como se constrói a ordem das apresentações? 

Elaboramos vários projetos culturais como: Concertos Didáticos para a Juventude, Concertos na Cidade e Concertos UFG. Selecionamos músicos procurando artistas que vêm se destacando nos cenários nacional e internacional, procurando diversificar as formações tentando trazer cantores, instrumentistas de cordas, sopros, pianistas solistas, etc. Depois de escolhidos os músicos, partimos para a etapa da agenda, procurando adequar a agenda dos músicos aos nossos projetos. Concluído os projetos, entramos nos editais de fomento à cultura. Depois de aprovado, vem a captação da verba e, só depois, vem a produção do evento.

Há também uma intenção didática de incentivo à música clássica, não somente para os alunos da disciplina, mas também para o público externo?

Sim, acreditamos muito na formação de plateia. A partir de explicações simples sobre autores, obras e a instrumentação, a plateia consegue se interessar e melhor apreciar o concerto. Temos tido um ótimo resultado com as palestras antes dos concertos – para alunos das disciplinas da UFG, alunos de escolas públicas de primeiro e segundo graus e para o público em geral. Outra estratégia que temos utilizado com o objetivo de formar plateia é o blog em uma revista local. Tenho uma coluna semanal, na qual procuro falar, informalmente, sobre música de concerto com curiosidades e sugestões de escuta.

Como você avalia esta edição do projeto em relação às anteriores? 

Cada edição é uma. Ana Flávia e eu vivemos intensamente a música de concerto em Goiânia. O nosso entusiasmo e a certeza de estar no caminho certo fazem com que a gente nunca desista – apesar das inúmeras dificuldades. Desta forma, sempre achamos que a atual é a melhor! Tudo faz parte de uma construção. Vamos aprendendo com os erros, e parece-me que cada temporada tem superado a anterior.

Por que Jean-Louis foi escolhido para o encerramento da Temporada 2017? Qual a importância da participação deste grande intérprete da música clássica em Goiânia?

Para Goiânia, é um enorme ganho receber um artista como Jean-Louis Steuerman, um interprete com grande reconhecimento internacional, detentor de vários prêmios e consagrado pela crítica. A vinda dele coloca Goiânia dentro do circuito internacional da música clássica. Realmente um privilégio! 

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