Ludmila Rosa explica sua visão do cenário atual e fala sobre eleições no ‘Papo Xadrez’

“Eu acredito que nós, pessoas comprometidas, pessoas boas, não podem se esvair das trincheiras da boa política”, disse Ludmila

Postado em: 29-06-2022 às 09h15
Por: Redação
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“Eu acredito que nós, pessoas comprometidas, pessoas boas, não podem se esvair das trincheiras da boa política”, disse Ludmila | Foto: Divulgação

Guilherme de Andrade

Ocorreu nesta segunda-feira (27) a décima nona edição do ‘Papo Xadrez’ com a ativista política Ludmila Rosa. Sendo a primeira convidada do ramo da política a vir ao podcast, Ludmila fez dessa transmissão algo especial não apenas para o público mas também para a equipe. Em ano de eleição, conversando com dois jornalistas políticos, a ativista trouxe uma das discussões mais importantes e envolventes que já aconteceram nos estúdios do jornal ‘O Hoje’.  

Ludmila se formou cientista política pela UNB, estuda Direito na UFG, já se candidatou a vereadora por Goiânia e hoje se encontra assessora parlamentar. Envolta no meio político desde jovem, ela explica que esse desejo vem da infância. Quando perguntavam às crianças o que queriam ser quando crescessem, ela prontamente respondia “Presidente!”. Orgulhosa, ela afirma não negar ou fugir da política, como é comum de se ver. “A política nada mais é do que o contrário da barbárie”, concluiu a cientista.

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Defensora da aproximação entre política e a população em geral, Ludmila diz que “a política é um espaço que cada vez mais precisa convidar a sociedade civil, o cidadão comum para participar”. A ativista conta que o afastamento que existe pode gerar um senso permanente de não pertencimento de determinados grupos a esse meio de tomada de decisão, o que só aumenta as desigualdades já vividas hoje. “Feliz do político que ouve as bases, que vai numa associação, que vai na sociedade civil e se preocupa em ter essa escuta mais ativa”, enfatizou.

Enquanto mulher que atua cotidianamente nas arenas políticas, Ludmila fala dessa opressão sexista específica. A cientista conta que já passou por situações onde um grupo masculino pediu que ela se retirasse de uma reunião num momento de decisão dos rumos de um partido. Apesar de estar ciente de suas capacidades, no momento, ela recuou: “essa opressão drena a gente”. A ativista finaliza estimulando a reflexão “Por que as mulheres são uma minoria? Como fazer para ocupar esses espaços?”.

No bate-papo com os apresentadores Felipe e Yago, Ludmila não se esquivou de nenhum assunto. Falando das eleições deste ano, a cientista diz que percebe o eleitor desanimado, cansado. Com fake news, ataques físicos e verbais e tensão constante nas redes sociais, o eleitor prefere evitar o assunto. Ela alerta que este pleito está sendo guiado por ódios e aversões, o voto é construído com base em rejeições. “Nós precisamos aprender a dialogar com o outro, nem tudo que me difere de você é aquilo que deve nos afastar”, finalizou Ludmila.

Na voz dos apresentadores

A décima nona edição do ‘Papo Xadrez’ é especial, também, por ser o último episódio com Yago Sales na apresentação. De saída do Grupo O Hoje, Yago comenta: “Fico muito feliz em poder encerrar minha participação aqui no programa com esse papo sobre política”. O apresentador, que também é jornalista político, celebra o encontro com a cientista e ativista em sua despedida. “Senti que estou fechando esse ciclo com chave de ouro, um verdadeiro ‘Papo Xadrez’, sobre um tema tão especial para mim”, concluiu Yago. 

Felipe Cardoso, que segue à frente do podcast, também não poupa elogios à convidada. “Trazer uma pessoa que consegue traduzir tão bem tudo aquilo que vivo e vejo no cotidiano do meio político foi muito importante para o programa”, disse. Felipe continua destacando a necessidade de se aproximar a população geral das práticas cotidianas da política, e reforça a importância do último episódio, dizendo que a conversa com Ludmila foi “um belíssimo primeiro passo” nessa direção.

Nos últimos episódios

A ativista política Ludmila Rosa está no décimo nono episódio do ‘Papo Xadrez’, mas até aqui muitas histórias já foram contadas nos estúdios do jornal ‘O Hoje’. Da estilista Juliana Santos, que compartilhou suas vivências enquanto, mãe, influenciadora e militante pela causa PCD, até a transmissão com a lutadora de MMA, Sarah Frota, que contou de suas experiências no octógono: o podcast se consolida como um programa versátil, envolvente e que sempre traz discussões relevantes ao público.   

Na última transmissão, Bárbara Prado, uma das responsáveis pelo Salão Illuminé, veio ao podcast falar de suas vivências na indústria da beleza. Do desejo inicial que veio das brincadeiras de infância, até o cotidiano de hoje como profissional e empreendedora: nada ficou de fora desse bate-papo! Durante o encontro, a empresária destacou que existe um movimento de empoderamento crescente que pode ser visto também no salão: “Nós perdemos muitas progressivas”. Ela explica que a transição capilar é o carro-chefe do Illuminé, “antigamente tinha aquilo de ‘o liso é bonito’ e não existe isso mais. Hoje as cacheadas são lindas”, concluiu.

O décimo sétimo episódio do podcast ocorreu com o atleta paralímpico João Saci. Durante o encontro com os apresentadores Felipe e Yago, foi discutida a trajetória de João desde a juventude, momento em que encarou pela primeira vez um câncer e, também, a amputação de sua perna, até sua jornada ao Everest. Essa conversa e todas as outras que já aconteceram até aqui seguem disponíveis na íntegra pelo canal Youtube Papo Xadrez.   

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