Setembro Amarelo: Entenda mais sobre o mês de prevenção ao suicídio

Como identificar uma pessoa com depressão, doença que pode afetar indivíduos de diferentes origens, sexos, culturas, classes sociais e idades?

Postado em: 07-09-2022 às 08h47
Por: Lanna Oliveira
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O Centro de Valorização da Vida (CVV) presta apoio emocional, voluntário e gratuito em prol da prevenção do suicídio | Foto: Reprodução

O Setembro Amarelo é a campanha que marca o mês dedicado à prevenção ao suicídio e no dia 10, sábado, é comemorado oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. No Brasil, ela é uma iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), da Associação Brasileira de Psiquiatria e do Conselho Federal de Medicina. Neste ano, o tema da campanha é ‘A vida é a melhor escolha’. A psicoterapeuta Jordana Ribeiro alerta para as formas de prevenção, acolhimento e o aumento da rede de apoio.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), todos os anos, mais pessoas morrem como resultado de suicídio do que HIV, malária ou câncer de mama ou guerras e homicídios. Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio foi a quarta causa e morte depois de acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal. Trata-se de um fenômeno complexo, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, sexos, culturas, classes sociais e idades. 

As taxas variam entre países, regiões e entre homens e mulheres. No Brasil, 12,6% por cada 100 mil homens em comparação com 5,4% por cada 100 mil mulheres, morrem devido ao suicídio. As taxas entre os homens são geralmente mais altas em países de alta renda (16,6% por 100 mil). Para as mulheres, as taxas de suicídio mais altas são encontradas em países de baixa-média renda (7,1% por 100 mil).

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Desde 2003, o dia 10 de setembro é considerado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. A data foi criada pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio e pela Organização Mundial da Saúde para chamar a atenção de governos e da sociedade civil para a importância do assunto. De acordo com a última pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019, foram registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia.

Segundo a psicoterapeuta Jordana Ribeiro, fundadora do tratamento Fibromulheres, que ajuda as mulheres com fibromialgia a viverem sem dores, e sem o uso de medicações, “mais do que falar de estatísticas é mostrar formas de prevenção, acolhimento e trabalhar para aumentar essa rede de apoio para pessoas que tem esse risco de suicídio, pois elas não querem tirar a vida, e sim o sofrimento”, afirma.

Ela ainda lembra que a Fibromialgia é um exemplo de doença crônica que afeta a vida da pessoa como um todo devido a dores difusas no corpo. Por ser uma síndrome, essa dor está associada a outros sintomas, como fadiga, alterações do sono, distúrbios intestinais, depressão e ansiedade. Acomete 2% da população mundial e é mais frequente no público feminino.

“Pelo fato da doença desencadear dores difusas no corpo, em que a mulher sente dor da ponta do pé ao fio do cabelo gerando muito estresse, fadiga e insônia, há depressão e uma perca de expectativa na vida, aumentando o risco. Frases como ‘eu quero dormir e não acordar mais’, ‘quero me dopar de remedios’, ‘perdi a vontade de viver’, ‘quero sair do meu corpo de tanta dor’, são indicativos fortes de risco”, explica a psicoterapeuta.

A principal medida é não fazer com que o problema pareça uma bobagem ou algo trivial. Não tente diminuir a dor da pessoa, dizendo que as dores logo vai passar ou para ela ocupar a cabeça. Julgar, e apontar o dedo dizendo o que ela precisa fazer ao invés de acolher, pode prejudicar o processo. Mas como ajudar? Conversar; acompanhar; acolher; e procurar ajuda profissional.

O Centro de Valorização da Vida (CVV) é uma associação de utilidade pública federal, que presta um apoio emocional, voluntário e gratuito em prol da prevenção do suicídio. Qualquer pessoa que queira ou precise conversar pode acioná-los por chat, telefone, e-mail ou presencialmente. Tudo é realizado com profissionalismo, sigilo total e anonimato. Basta acessar o site do CVV ou ligar para o número 188.

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