Quinta-feira, 28 de março de 2024

Champanhe: Símbolo do espírito frânces tornou-se universal e vem conquistando os brasileiros

A marca Peterlongo mantém o termo champanhe nos rótulos da marca ‘Elegance’, a linha superior, as demais adotam o termo espumante

Postado em: 29-03-2023 às 08h19
Por: Lanna Oliveira
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A marca Peterlongo mantém o termo champanhe nos rótulos da marca ‘Elegance’, a linha superior, as demais adotam o termo espumante | Foto: Divulgação

Um brinde com um bom champanhe cairia bem nesse momento, já que hoje venho apresentar à vocês o melhor que há desse universo francês. Tudo na bebida evoca comemoração e felicidade, traços característicos de boas festas. O próprio ato de estourar uma garrafa de espumante é uma celebração por si só, e o brinde com os amigos e familiares fortifica o sentimento de união e amor. Há quem diga que o vinho espumante esbanja vida na taça, e por isso é um costume tão especial e adorado quando se trata de brindar à vida.

Não há nada como estourar uma boa garrafa de champanhe! Seja do popular Nicolas Feuillatte Brut francês ao Armand de Brignac francês, eles realmente contribuem, e muito, para qualquer celebração. Festivo e chique, a bebida universal tornou-se artigo de luxo e é sempre a escolha certa para comemorações e ocasiões especiais. Desempenhando um papel de protagonista nas festividades, é possível encontrar uma variedade de faixas de preço e estilos. E, com tantos tipos na carta de vinhos, escolher o diamante padrão ouro certo pode ser difícil.  

Embora a champanhe seja o vinho espumante mais conhecido, nem todo espumante é champanhe. ‘Champanhe’ é uma denominação de origem controlada. A região de Champagne, na França, é a única no mundo que pode dar esse nome aos seus espumantes.  Nem mesmo outras regiões do próprio País podem chamar assim suas receitas. Champagne, tem um solo com características específicas que propiciam as uvas aptas para um champanhe (Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meunier) e um clima frio. 

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A importância e o impacto que tem a história da bebida no mundo foi reconhecida até pela Unesco. A região da França produtora do mais famoso vinho espumante do mundo foi tombada como patrimônio histórico da humanidade. Inegavelmente um sucesso, entre as escolhas listadas até o momento como as melhores marcas do mercado estão: Cuvée Roger Daltrey; Veuve Clicquot; Louis Roederer; Dom Pérignon; Perrier Jouët Grand; Krug; Laurent-Perrier; Bollinger; Taittinger; Moët Chandon; Piper-Heidsieck; e Billecart-Salmon.

No Brasil também tem champanhe

Sediada em Garibaldi, cidade gaúcha conhecida como capital brasileira do espumante, a centenária Peterlongo, é a única vinícola brasileira com o direito de usar o termo champanhe no rótulo de seus produtos. Isso porque ela já elaborava espumantes pelo método tradicional antes mesmo da região francesa Champagne conquistar sua Denominação de Origem (DO). Na primeira metade do século 20, vinícolas francesas chegaram a questionar a utilização do termo champanhe em rótulos de brasileiros. 

Em 1974, o Supremo Tribunal Federal (STF), no entanto, julgou improcedente o questionamento e a Peterlongo ganhou o direito da denominação, que foi absorvida desde o início da elaboração da bebida por Manoel Peterlongo. Além do histórico de elaboração de champanhes pelo método tradicional ou champenoise (com a segunda fermentação na própria garrafa), o STF levou em conta para a decisão o fato de a vinícola ter sido a primeira a plantar uvas viníferas brancas no Brasil e de importar leveduras de alta qualidade da França.

A bebida dos Reis

A tradição do vinho em Champagne é bastante antiga: remonta ao tempo dos romanos. Foram eles que plantaram as primeiras videiras. A vinha da região foi então mantida graças à atenção dada pelo clero e em particular as comunidades religiosas de Reims e Châlons. Sabe-se que o primeiro rei da França, Clovis, por uma mistura de política e localização geográfica foi sagrado rei em Champagne e por consequência, sua coroação foi banhada a vinhos na véspera de Natal do ano 496. 

Alguns anos depois, após abrigar dezenas de casamentos e festividades reais, a cidade de Reims, no coração da região de Champagne, tornou-se oficialmente o lugar dos reis da França. Rapidamente o sucesso dos vinhos dali estendeu-se às elites aristocráticas de todo o mundo graças ao dinamismo e a força das Maisons produtoras de champanhe. A bebida se tornou o símbolo do espírito francês. No entanto, vale ressaltar que o champanhe como conhecemos hoje não apareceu até o século XVII.

A bebida foi descoberta há cerca de 344 anos por um monge religioso chamado Dom Pérignon, que era o responsável pelas adegas da Abadia de Hautvilleres, na diocese de Reims, onde ficou curioso com a afirmação dos vinicultores de que certos tipos de vinhos fermentavam novamente depois de engarrafados. Essa refermentação do vinho que ocorria dentro das garrafas fechadas provocava a liberação do gás carbônico, provocando pressão que estourava os tampões ou arrebentavam as garrafas. 

Dom Pérignon então experimentou garrafas mais fortes e utilizou rolhas amarradas com arame, conseguindo obter a segunda fermentação dentro da própria garrafa. E com o aprimoramento da técnica a fermentação passou a ser controlada por açúcares e fermentos, conseguindo um controle sobre a sua efervescência, e elaborando assim um produto mais agradável ao paladar. Conta à história que o monge se surpreendeu ao experimentar a bebida e comentou “estou bebendo estrelas”.

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