Grandes clássicos da literatura brasileira para jovens que não possuem o costume de ler

Especialista afirma que as leituras realizadas na juventude dão forma às experiências futuras

Postado em: 06-05-2023 às 10h02
Por: Lanna Oliveira
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Especialista afirma que as leituras realizadas na juventude dão forma às experiências futuras | Foto: Divulgação

Incentivar a leitura faz parte da essência do que se propõe o caderno de dois do jornal O Hoje. Percebe-se que é no conhecimento que as possibilidades se abrem e a capacidade se multiplica. Hoje, a educação é fator fundamental no desenvolvimento dos jovens e poder potencializar essa perspectiva é uma dádiva. Para cumprir esse compromisso com os nossos leitores, o Essência, em parceria com a Somos Literatura, selecionou cinco livros para os jovens perderem o medo de ler clássicos da literatura brasileira.

Dia 5 de maio é o Dia Mundial da Língua Portuguesa, uma oportunidade para incentivar a leitura de obras clássicas da nossa língua entre os mais jovens. A data foi estabelecida oficialmente em 2009 pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) durante a 40ª sessão da Conferência Geral da UNESCO. Idioma com mais de 265 milhões de falantes espalhados por todos os continentes, o português é a língua mais falada no hemisfério sul. Nesse contexto, o objetivo é desenvolver atividades que valorizem a diversidade da cultura portuguesa.

É comum que o público mais jovem, quando não é incentivado adequadamente, tenha receio de se aventurar na leitura de obras clássicas. Porém, essa é uma fase interessante para ter o primeiro contato com livros que marcaram a história da literatura, que podem ser revisitados em uma idade mais madura, posteriormente. Em seu texto ‘Por que ler os clássicos?’, Ítalo Calvino, um dos mais importantes escritores italianos do século XX, afirma que as leituras realizadas na juventude dão forma às experiências futuras. 

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Segundo Calvino, essas experiências literárias “fornecem modelos, recipientes, termos de comparação, esquemas de classificação, escalas de valores e paradigmas de beleza”. Pensando em aproximar jovens dos grandes clássicos neste Dia Mundial da Língua Portuguesa, foram selecionados livros nacionais para incentivar a formação de novos leitores. Entre as obras escolhidas estão ‘Aluísio Azevedo e O Cortiço’, ‘Dom Casmurro’, ‘O Guarani’, ‘Os Sertões’ e ‘A escrava Isaura’.

‘Aluísio Azevedo e O Cortiço’ é uma narrativa que recria os eventos biográficos e históricos do clássico de Aluísio Azevedo, ‘O cortiço’, combinando dados factuais com criação ficcional. O livro remonta a vida do autor maranhense até o momento de escrita de sua obra-prima, em uma viagem literária à cidade do Rio de Janeiro do século XIX, onde Aluísio Azevedo viveu durante mais de 15 anos. Escrito por Ivan Jaf, o livro mostra como ‘O Cortiço’ ajuda a entender melhor nossa formação literária, política e social, propiciando um olhar crítico do presente.

No Rio de Janeiro do século XIX, ‘Dom Casmurro’ traz um relacionamento regado de amor e ciúmes, narrado a partir do ponto de vista do rabugento narrador Bentinho, que acredita ter sido traído por sua esposa, Capitu, “dona de olhos de ressaca”. O romance é um marco do Realismo brasileiro, caracterizado pelo uso de ironias no estilo inconfundível de Machado de Assis, autor sensível e observador.

Um amor conturbado entre Peri, indígena goitacá, e Ceci, filha do fidalgo português D. Antônio de Mariz. Após a morte acidental de uma índigena aimoré, a tribo se revolta contra os brancos colonizadores, levando o protagonista a enfrentar muitos perigos para proteger sua amada. Considerado o grande épico de José de Alencar, ‘O Guarani’ é um livro temperado por amor, aventura, vingança e planos de traição, que se desenrolam em cenários cinematográficos.

‘Os Sertões’ narra episódios da descomunal guerra de Canudos, revelando um território desconhecido e esquecido pela República recém-instaurada no Brasil. Além de ser reconhecida pelas excelentes descrições da paisagem, a obra de Euclides da Cunha se consagrou como uma importante denúncia social, reforçada pelo elemento humano. A edição publicada pela editora Ática apresenta mapas estilizados da região e um texto reduzido para atrair os leitores mais jovens sem perder a excelência e o tom clássico do original.

O clássico ‘A escrava Isaura’ de Bernardo Guimarães traz como protagonista a jovem Isaura, uma escrava branca que foi educada como uma dama da corte. Isso porque é filha de um português com uma negra e, após a morte de sua mãe quando Isaura ainda era criança, foi adotada pela esposa do comendador. Em seguida, com a morte de sua benfeitora, seu sonho de liberdade parece cada vez mais distante ao cruzar com as maldades de Leôncio, dono da fazenda onde ela vive.

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