Goiânia recebe espetáculo “Hi.a.to” da Cia Catavento

Circo leva para cena um pouco do que foram esses últimos anos de Felipe investigando as técnicas circenses

Postado em: 31-05-2023 às 09h17
Por: Lanna Oliveira
Imagem Ilustrando a Notícia: Goiânia recebe espetáculo “Hi.a.to” da Cia Catavento
Circo leva para cena um pouco do que foram esses últimos anos de Felipe investigando as técnicas circenses | Foto: Divulgação

Ao longo dos últimos anos, o diretor Felipe Nicknig tem investigado a técnica circense nas acrobacias aéreas e difundido bastante o trabalho com os aéreos dinâmicos. Além disso, tem se debruçado sobre questões estéticas em busca de possibilidades e formas do fazer circense. Toda essa dinâmica resultou no espetáculo ‘Hi.a.to’, que entra em sua primeira circulação nacional nesta semana. As primeiras apresentações ocorrem em Goiânia, na sexta-feira (2) e no sábado (3), no Teatro Goiânia Ouro, às 20h. Com entrada franca, a Cia Catavento dá o ponta pé inicial com ansiedade e otimismo.

O mais novo e maduro trabalho da Cia Catavento cai na estrada a partir de junho. ‘Hi.a.to’, que teve a sua estreia em 2021, passa por Brasília (DF), Anápolis (GO), Porto Alegre (RS), Santa Cruz do Sul (RS), Campo Grande (MG), Uberlândia (MG) e Fortaleza (CE). O início da jornada será por Goiânia, a única cidade da circulação que vai receber duas apresentações. Em seguida, o grupo se apresenta no Eixo Cultural Íbero-Americano, no dia 10 de junho. No dia seguinte (11), é a vez do Teatro Municipal de Anápolis. Esse projeto conta com apoio do Fundo Estadual de Cultura de Goiás.

Hiato, na língua portuguesa, significa o encontro de duas vogais que pertencem a sílabas diferentes, ou seja, se constituem, estão juntas e separadas ao mesmo tempo. Também representa o encontro de duas pessoas em cena que experimentam essa linha tênue entre instabilidade e estabilidade, equilíbrio e desequilíbrio, competitividade e cooperação, explorando as possibilidades desta relação, sem romper com nenhum dos lados, afinal de contas é necessária certa prudência ou a vida seria impossível, ou então muito breve. 

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O espetáculo, que apresenta ao público números com trapézio, tecido e passeio aéreo, ainda oferece uma trilha sonora autoral que oferece uma experiência estética e sensorial sobre esses sentimentos narrados por Nicknig. Para que serve a utopia? Quando Eduardo Galeano foi interpelado por essa questão ele respondeu: “para caminhar”. É justamente esse sentimento que move o diretor da Companhia Catavento. “Este caminhar é sobre a vida, sobre o viver, sobre todos os desafios, anseios, medos e coragens que se interpõem na caminhada contra a nossa vontade”, compartilha.

Goiânia ainda recebe três oficinas gratuitas pelo projeto. No dia 18 de agosto a companhia vai oferecer uma de criação em aéreo, na Sede da Catavento, no Setor Bela Vista. No mesmo local, a companhia estende seu trabalho também para uma oficina de técnicas de acrobacias aéreas no dia 25 de agosto. O projeto ainda contempla o Núcleo de Pesquisa e Experimentação em Circo, cujo trabalho se desdobra de abril a setembro. Por fim, a companhia ainda vai estrear um espetáculo em setembro deste ano.

A circulação

Um catavento para a companhia: é como Felipe Nicknig define a circulação desse espetáculo neste momento. Neste ano em que completam 11 anos, a circulação vem como oportunidade de dar vazão ao que construíram ao longo desses anos e fortalecer ainda mais o trabalho da companhia. Durante essa última década, a Catavento realizou diferentes frentes de trabalho com a intenção de construir trabalhos que pudessem circular por outras cidades, estados e países. “Acredito que essa circulação chega num momento que, por pelo menos dois anos, viemos construindo: este movimento de expandir nossos horizontes, extrapolar os muros da nossa atuação em Goiânia e no estado de Goiás”, comenta o diretor.

Viajar pelo País levando um trabalho autoral, além de dar visibilidade para a companhia, é uma oportunidade ímpar de crescimento e maturidade, segundo Nicknig. A circulação, comenta, traz um novo ritmo de trabalho, diferente ao que estão habituados em Goiânia. “Aprender como é fazer circo e arte em cada lugar, se deparar com diferentes públicos, com diferentes profissionais de outras cidades e estados provoca muitas reflexões e intercâmbios”, comenta o diretor. 

Felipe Nicknig conta que a escolha das cidades contemplou o desejo de circular de norte a sul do País. Além disso, eles se pautaram nas relações que já tinham cultivado com artistas, produtores e espaços que desenvolvem trabalho com circo e teatro. Assim, foi possível incluir no projeto oito cidades, além de Goiânia, para receber o espetáculo. “Para nós é importante expandir os trabalhos da Cia Catavento para outras cidades e estados e também garantir esses intercâmbios com grupos que já desenvolvem trabalhos em suas regiões. Porque isso soma muito com o trabalho de divulgação da circulação bem como da própria companhia e de seus trabalhos”, comenta o diretor. 

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