Cerveja, música, comida e muita festa

Conheça destinos, na América Latina, para se comemorar a Oktoberfest

Postado em: 08-10-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Conheça destinos, na América Latina, para se comemorar a Oktoberfest

SABRINA MOURA*

Ela começou, há cerca de 200 anos, em 12 de outubro de 1810. O príncipe Herdeiro Luís que, sucessivamente tornou-se Rei Luís I, casou-se com a princesa Teresa da Saxônia-Hildburghausen. Todos os cidadãos de Munique foram convidados a participar da festa nos campos em frente à porta da cidade para comemorar o feliz evento real. Para honrar a princesa, o gramado, desde então, foi denominado Theresienwiese (“gramado de Teresa”), abreviado Wiesn. A cerimônia de encerramento previa uma corrida de cavalos a ser realizada no Theresienwiese, uma verdadeira festa para toda a Baviera.

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Devido ao sucesso da festa, foram originadas novas edições, todos os anos, sempre em outubro. Em 1840, a Oktoberfest de Munique ganhou novas dimensões com a chegada do trem à região. Curiosamente, a cerveja era proibida nas primeiras edições. A bebida só foi aparecer em 1918, mais de cem anos depois, e virou marca da festa. Atualmente, Munique recebe 10 milhões de pessoas que bebem 7 milhões de litros de cerveja a cada outubro. 

No Brasil, a comemoração é dedicada a reviver as tradições germânicas no País. A primeira Oktoberfest tupiniquim foi em Itapiranga, interior de Santa Catarina, em 1978. Foram apenas 16 pessoas naquela festa, bem diferente dos dias de hoje, quando a cidade recebe uma média de 30 mil participantes todo ano. A de Blumenau, a maior do País, teve a primeira edição em 1984, assim com a de Santa Cruz do Sul. Desde a primeira edição, 17 milhões de pessoas passaram pela cidade catarinense para apreciar a festa.

Para os amantes de cerveja que sabem que outubro é o mês de sua bebida favorita, apesar de a festa principal ocorrer na Alemanha, destacamos quatro destinos na América Latina em que a maravilhosa fusão de água, lúpulo, malte e levedura é festejada a cada brinde.

Blumenau (SC)

Esta cidade, cercada de colinas verdejantes está localizada a 130 quilômetros de Florianópolis. Foi fundada em 1850 por colonizadores alemães no Vale de Itajaí, em Santa Catarina. Sua cultura é visível tanto na arquitetura quanto na gastronomia. Blumenau, entretanto, se destaca realmente nas celebrações locais da Oktoberfest, a maior do mundo depois das que são realizadas na Alemanha. Durante o evento, há uma competição na qual os participantes devem tomar cerveja em metro (600 ml), sem derramar. Quem terminar primeiro ganha. 

A Rua XV de novembro é cenário dos principais desfiles que ocorrem durante a festa, e são muito atrativos e coloridos, com carros alegóricos, bandas e muita gente usando trajes típicos. Um dos detalhes mais interessantes é o Bierwagen, um carro que oferece cerveja pela cidade.

Villa General Belgrano (Argentina)

Villa General Belgrano é um destino localizado no Vale da Calamuchita, em meio às colinas de Córdoba, e se localiza a 80km da capital da Província. Ela foi fundada durante os anos 30 pelos colonizadores alemães e sua influência ainda é vista, hoje em dia, na arquitetura bávara e na gastronomia. 

Desde 1963, acontece uma Oktoberfest local, La Fiesta Nacional de la Cerveza (“Festa Nacional da Cerveja”), um evento que atrai multidões (é a terceira celebração mais visitada do mundo), e em 2017 reuniu 150.000 pessoas. Neste ano, ela será realizada entre os dias até 15 de outubro (começou no último dia 5). A cerveja, porém, não termina com este evento: há passeios guiados pelas cervejarias locais, onde você pode descobrir mais sobre a produção da cerveja artesanal (e degustá-las). Além disso, há muitas atrações, como a Torre do Relógio, um mirante que você pode ter uma vista paisagística da cidade toda. Basta subir pela escada caracol de 98 degraus.

Outro ponto interessante é o Passeo de los Arroyos, localizado a apenas 2 minutos do Centro da cidade, um caminho que cruza vários riachos e é perfeito para desfrutar da natureza e da tranquilidade.

Valdívia (Chile)

Valdivia é a capital da região de Los Rios e é uma bela cidade onde o passado colonial coexiste com uma marcante influência alemã, produto de uma forte imigração durante o século 19. O nome da cidade é uma homenagem a Pedro de Valdivia, conquistador espanhol que fundou Santiago. 

Embora o principal festival da cerveja em Valdivia não ocorra em outubro, é uma homenagem à Oktoberfest, por isso vale a pena levar em conta esse destino. As celebrações ocorrerão de 31 de janeiro a 3 de fevereiro de 2019 e, durante o evento, haverá muita dança, degustações e competições. Mesmo que você não viaje nessas datas, Valdivia é uma cidade cervejeira para capturar o espírito da Oktoberfest, já que você pode fazer visitas guiadas e degustações nas cervejarias, especialmente no bairro de Torobayo. Outras atrações que você pode aproveitar em Valdivia são passeios de barco, ou parques como Saval Park e Oncol Park, este último, considerado uma reserva natural de 754 hectares. 

Lima (Peru)

A capital do Peru é uma cidade única com muita história, embora muitas pessoas não a relacionem automaticamente com a cerveja. Esta cidade, entretanto, com todo o charme de sua arquitetura colonial, praias e gastronomia única (famosa em todo o mundo), também celebra sua própria versão da Oktoberfest desde 2002. 

Em 2018, o evento acontecerá entre os dias 25 e 31 de outubro. Durante a festa você pode desfrutar de uma grande variedade de cervejas artesanais, comidas típicas alemãs e muita música. A celebração coincide com o final (28 de outubro) da incrível procissão do Senhor dos Milagres, uma das procissões mais importantes da América Latina. 

Você vai poder aproveitar celebrações, nas quais também pode saborear pratos típicos, como o nougat DoñaPepa, iguaria cristalizada preparada nesta época. Caso você não conheça Lima, não deixe de visitar a Plaza Mayor, a praça principal da cidade, onde ficam a Catedral e o Palácio Pizarro, que datam do século 16 e são exemplos típicos da arquitetura colonial.

*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação da editora Flávia Popov 

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