Renan Calheiros é indiciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro

O inquérito havia sido aberto em abril de 2017 pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da Lava Jato.

Postado em: 03-07-2021 às 17h06
Por: Alice Orth
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O inquérito havia sido aberto em abril de 2017 pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da Lava Jato. | Foto: Reprodução

O senador e relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. De acordo com a denúncia, ele teria pedido e recebido R$1 milhão em propina em 2012, da Odebrecht. O inquérito havia sido aberto em abril de 2017 pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da Lava Jato.

Segundo os investigadores, o pagamento teria ocorrido em troca da aprovação de uma resolução para restringir incentivos fiscais a produtos importados. A ação serviria para beneficiar a Braskem, empresa do ramo petroquímico. No sistema da Odebrecht, o senador era identificado pelo codinome “Justiça”. O dinheiro teria sido recebido no dia 31 de maio de 2012, no bairro Mooca, em São Paulo (SP).

“Ao final de complexa investigação criminal, verificou-se a existência de elementos probatórios concretos de autoria e materialidade para se atestar a presença de indícios suficientes de que o Senador da República José Renan Vasconcelos Calheiros, no exercício de mandatos sucessivos de Senador da República desde 1995, juntamente com outras pessoas, cometeu o delito de corrupção passiva ao solicitar e receber pagamentos indevidos no montante de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), no dia 31.05.2012, ano em que não foi candidato nas eleições, no contexto da aprovação do Projeto de Resolução do Senado nº 72/2010, convertido na Resolução do Senado Federal nº 13/2012”, disse o delegado em relatório.

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Em nota, Calheiros se disse “surpreso” com o processo. “A Polícia Federal não tem competência para indiciar senador. Apenas o STF. Essa investigação está aberta desde março de 2017 e como não encontraram prova alguma, pediram prorrogação. Estou surpreso que justamente agora, quando a PF, instituição de Estado, abre investigação sobre a Precisa para facilitar Habeas Corpus do vendedor da vacina da propina e garantir seu silêncio na CPI. Mas não irei me intimidar. Os culpados pelas mortes, pelo atraso das vacinas, pela cloroquina e pela propina irão pagar”.

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