Indicado por Bolsonaro, ministro do STF, Nunes Marques, deve pautar “rachadinha”

O primeiro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Nunes Marques, poderá ser o responsável por

Postado em: 05-07-2021 às 12h33
Por: Redação
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O ministro mais novo da Suprema Corte irá substituir Gilmar Mendes na presidência da 2ª Turma | Foto: reprodução

O primeiro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Nunes Marques, poderá ser o responsável por pautar o suposto caso das “rachadinhas” de Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ). É que ele irá substituir Gilmar Mendes, que está deixando a presidência da Segunda Turma – colegiado de ministros que já atuou no julgamento dos processos da Lava Jato.

Por regra do Supremo, a presidência é ocupada pelo ministro mais antigo da Casa, porém, a legislação proíbe que a recondução aconteça “até que todos os seus integrantes hajam exercido a presidência, observada a ordem decrescente de antiguidade.”

E Nunes Marques irá assumir o cargo no momento em que volta à tona as suspeitas de “rachadinhas”. Agora, não apenas do filho do presidente, mas do envolvimento direto do próprio Jair Bolsonaro, conforme áudios revelados nesta segunda-feira (05/07) de reportagens do site UOL.

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Presidente e “as rachadinhas”

Em três matérias publicadas na coluna da jornalista Juliana Dal Piva são divulgadas gravações atribuídas a pessoas do círculo íntimo e familiar de Jair Bolsonaro. Nelas, são apontadas que o presidente, então deputado, participava diretamente da “rachadinha” (nome popular para uma prática que configura o crime de peculato, isto é, mau uso de dinheiro público).

Na primeira reportagem, a fisiculturista Andrea Siqueira Valle, ex-cunhada do presidente, chega a afirmar que Jair Bolsonaro demitiu o irmão dela porque ele se recusava a devolver metade do salário como assessor dele.

“O André deu muito problema porque ele nunca devolveu o dinheiro certo que tinha que ser devolvido, entendeu? Tinha que devolver R$ 6.000, ele devolvia R$ 2.000, R$ 3.000. Foi um tempão assim até que o Jair pegou e falou: ‘Chega. Pode tirar ele porque ele nunca me devolve o dinheiro certo’”, narra Valle.

Na segunda matéria é revelado que no esquema, Jair Bolsonaro é considerado o “01”. Segundo o site, esse termo aparece em uma gravação de troca de mensagens de áudio, atribuídas a mulher e a filha de Fabrício Queiroz, Márcia Aguiar e Nathália Queiroz.

Já na última reportagem, aparece a ex-cunhado de Jair Bolsonaro afirmando que um coronel da reserva do Exército, ex-colega do presidente na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), atuava no recolhimento dos salários, ficando com R$ 7 mil, após fazer a distribuição. Nessa época, ela era assessora no antigo gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

À jornalista, a defesa da família Bolsonaro, o advogado Frederick Wassef, negou que haja ilegalidades e disse que existe uma antecipação da campanha de 2022.

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