CNJ processa juiz goiano que apoiou indicação de ex-ministro para o Banco Mundial

Sessão aconteceu na última terça-feira (31/08) e envolveu o juiz federal Eduardo Luiz Rocha Cubas e o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub

Postado em: 02-09-2021 às 16h32
Por: Carlos Nathan Sampaio
Imagem Ilustrando a Notícia: CNJ processa juiz goiano que apoiou indicação de ex-ministro para o Banco Mundial
Sessão aconteceu na última terça-feira (31/08) e envolveu o juiz federal Eduardo Luiz Rocha Cubas e o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub | Foto: reprodução

O juiz federal goiano Eduardo Luiz Rocha Cubas foi acusado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que abriu um processo administrativ disciplinar, por suspeita da prática vedada à magistratura por apoiar, em junho de 2020, a indicação do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub para um cargo no Banco Mundial. As informações são do colunista da Folha de São Paulo, Frederico Vasconcelos.

De acordo com o jornalista, a sessão ocorreu nesta terça-feira (31/08) e, na ocasião, o relator, conselheiro Emmanoel Pereira, evitou citar o nome do ex-ministro. para ele, as manifestações do Juiz (por meio de uma entidade) se caracterizaram como políticas, o que é “proibido” aos magistrados.

O Juiz Eduardo Cubas é presidente da Unajuf – União Nacional dos Juízes Federais, uma entidade considerada pouco representativa para a magistratura federal. Em 2020, a Unajuf emitiu nota de apoio a Weintraub, “por reconhecer a inexistência de mácula curricular ou profissional que possa impedi-lo de exercer tais funções”. A nota concluía afirmando que “as instituições democráticas no Brasil seguem firmes no propósito do cumprimento do estabelecido pela Constituição”.

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Já Weintraub deixou de ser ministro, após ser demitido por Bolsonaro e ter acumulado, ao longo de sua gestão, polêmicas e insultos ao Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-ministro chegou a dizer, em abril de 2020, que “colocaria os vagabundos na cadeia, começando no STF”.​

Além desse processo, Eduardo Cubas também já colecionou outros momentos polêmicos. Na época das eleições de 2018, o juiz, assim como o deputado federal Eduardo Bolsonaro questionaram em vídeo a segurança das urnas eletrônicas. Cubas determinou que o Exército recolhesse urnas para fazer perícia.

COm isso, Cubas foi afastado do cargo em setembro de 2018, acusado de atividade partidária e que tal ação poderia “trazer grande tumulto às eleições”.

Ainda recentemente, o Juiz goiano também elogiou Sérgio Moro como “fenomenal”, mas quando Moro caiu, Cubas disse que “Deus conferiu ao Presidente a chance de errar ao indicar Sergio Moro ministro de Estado, sem conhecer suas plenas qualidades ou os plenos defeitos”. Na ocasião, ele chegou a comparar seu colega, o ex-juiz federal do Paraná, com criminosos nazistas e a “grandes traidores da História”.

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