Entenda como a queima de carvão pode se tornar a principal fonte de energia do Brasil

A energia gerada pelas usinas térmicas deve superar a soma do que está previsto para entrar em operação por meio de usinas solares e eólicas.

Postado em: 24-09-2021 às 09h26
Por: Redação
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A energia gerada pelas usinas térmicas deve superar a soma do que está previsto para entrar em operação por meio de usinas solares e eólicas | Foto: Reprodução/ Pixels

Com a crise hídrica que vem afetando diversos estados do Brasil, o Governo Federal tem apostado no uso das usinas termelétricas para o suprimento de energia no país. São usinas que geram energia a partir da queima de carvão mineral, que além de ser um combustível mais caro, é também de fonte limitada.

A potência total das usinas termelétricas contratadas pelo governo de Bolsonaro por meio de leilões nos últimos anos, e que já contam com alguma previsão de data para entrada em operação, supera tudo aquilo que entrará no sistema ao longo dos próximos cinco anos por meio de energia solar e eólica (também contratadas via leilões de energia).

As tabelas do governo indicam que volume de energia termelétrica previsto até maio de 2026 representa 47,7% de tudo o que será gerado pelas demais usinas em implantação, de todas as demais fontes.

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Segundo dados do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, coordenado pelo Ministério de Minas e Energia, empreendimentos termelétricos que saíram vencedores de leilões de energia nova realizados nos últimos anos terão o potencial de injetar no Sistema Interligado Nacional um total de 5.847 MW.

Nessa conta não entra, por exemplo, a usina nuclear de Angra III, também categorizada como térmica, com potência de 1.405 MW, mas que ainda não tem previsão de data para iniciar sua operação.

A energia gerada pelas térmicas supera a soma do que está previsto para entrar em operação por meio de usinas solares (1.635 MW) e eólicas (3.976 MW). No caso das hidrelétricas (inclusive as PCHs, pequenas centrais hidrelétricas), a previsão de geração nova ao longo dos próximos anos é de 791 MW.

Essa tendência amplamente dominada por termelétricas indica que o Brasil ainda irá demorar para de fato diversificar sua matriz energética, com priorização de soluções que não dependam da queima de combustíveis fósseis, como é o caso do Diesel e do gás natural, outros principais elementos nas caldeiras das usinas termelétricas – além do custo elevado associado ao acionamento dessas usinas, que se reflete nas tarifas cobradas na conta de luz.

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