Médicos alertam sobre avanço de doenças silenciosas na pandemia. Saiba quais

Além da pandemia da Covid-19, a saúde do brasileiro e cada vez mais ameaçada, por outros tipos de enfermidades. Especialistas têm as chamadas de doenças silenciosas. Dentre as quais estão: a obesidade (o excesso de peso já atinge seis em cada 10 brasileiros) e do consumo de exagerado de álcool (gasto médio com bebidas aumentou em 4,3% na comparação com o ano passado). E isso tudo pode causar danos sérios ao aparelho digestivo e o fígado.

O cirurgião do aparelho digestivo Thiago Tredicci afirma que existem várias doenças que apresentam um comportamento silencioso até evoluírem para estágios mais avançados. “Dentro das doenças do aparelho digestivo podemos destacar os cânceres de modo geral e algumas doenças do fígado como as hepatites virais e mesmo a esteatose hepática”, esclarece.

Outros riscos são para surgimentos de cânceres, uma vez que o tumor no intestino é o mais comum do aparelho digestivo. “Atualmente ele é o segundo com maior incidência no Brasil, tanto em homens como em mulheres. Nos homens ele perde para o câncer de próstata e nas mulheres apenas para o de mama”, alerta.

Acerca do fígado, o cirurgião hepatopancreatobiliar Edmond Le Campion frisa que a incidência da cirrose hepática, problema final das hepatites agudas, é baixa na população geral. No entanto, o risco aumenta de forma considerável dentre aqueles que consomem álcool em excesso.

“Um dos reflexos desse consumo é o perigo de se desenvolver uma agressão no fígado pela substância. Hoje se estima que em média 3% dos pacientes que consomem álcool em grandes quantidades podem evoluir para cirrose. É um risco muito maior do que na população geral”, alerta.

Falta de diagnóstico

Os especialistas veem que há a dificuldade de se fazer um diagnóstico precoce dessas doenças, fazendo com que sejam ainda mais ameaçadoras. Por exemplo, o câncer de intestino pode permanecer silencioso por muito tempo e a descoberta da doença só é possível por meio do rastreio com a colonoscopia – feita a partir dos 45 ou 50 anos de idade, o que depende caso a caso.

Maus hábitos

Edmond Le Campion chama a atenção para as doenças do fígado, como hepatites agudas, que vão de infecções virais até a bebida alcoólica, além de contaminação por meio do uso de drogas e relações sexuais. Mas, mais do que isso, ele ressalta que é necessário ter cuidado com a automedicação.

“Muitos remédios que não vão trazer nenhum benefício ao paciente e que podem abrir a guarda para consequências não intencionais. Existem medicamentos que podem causar agressão no fígado como, por exemplo, chás para emagrecer, remédios à base de ervas, medicações para o coração mal utilizadas, e uma série de outras substâncias”, conclui.