Manifestantes protestam contra a Prevent Senior e jogam tinta vermelha na fachada da empresa

Grupo levou cartazes com os dizeres 'óbito não é alta' e 'Bolsonaro Genocida'; operadora é acusada de ocultar mortes de pacientes por Covid e utilizar tratamentos ineficazes contra a doença

Postado em: 30-09-2021 às 18h01
Por: Giovana Andrade
Imagem Ilustrando a Notícia: Manifestantes protestam contra a Prevent Senior e jogam tinta vermelha na fachada da empresa
Grupo levou cartazes com os dizeres 'óbito não é alta' e 'Bolsonaro Genocida'; operadora é acusada de ocultar mortes de pacientes por Covid e utilizar tratamentos ineficazes contra a doença. | Foto: Reprodução

Um grupo de 40 manifestantes protestou contra a Prevent Senior, na manhã desta quinta-feira (30), na sede da empresa, em São Paulo, por “justiça aos mortos da Covid-19”. A operadora de planos de saúde, alvo de investigação da CPI da Covid, é acusada, por ex-médicos, de ocultar mortes de pacientes por Covid e fazer uso de tratamentos ineficazes contra a doença.

No ato desta quinta-feira (30), organizado pelo Levante Popular da Juventude, a fachada da Prevent Senior foi pintada de vermelho e, na calçada, os manifestantes escreveram em tinta branca a palavra “assassinos”. Durante o ato, que durou 15 minutos e ocorreu de maneira pacífica, os participantes gritavam “Prevent assassina” e “a Prevent mata e chama óbito de alta”.

Uma das manifestantes, usando uma máscara com o rosto do presidente Jair Bolsonaro e uma faixa presidencial estampada com a palavra “assassino”, carregava um cartaz em imitação a uma embalagem de remédio: “kit covid”, “assassinato premeditado”, “contém 30 mortes em comprimido” e “venda sob prescrição do governo genocida”, dizia.

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Outros cartazes carregados pelos manifestantes traziam frases como “Fora Bolsonaro”, “óbito não é alta” e “Bolsonaro genocida”.

Júlia Aguiar, coordenadora nacional do Levante Popular da Juventude, disse que o ato foi uma forma de denunciar as ações da empresa e chamar atenção para o que está sendo investigado. “Não queremos que uma empresa como essa seja referência de um governo no combate à pandemia. A gente quer a valorização do SUS e cuidado para que o povo brasileiro possa ter segurança”, explicou.

Fachada da sede da Prevent Senior, em São Paulo

Após o ato, quando os manifestantes já tinham ido embora, quatro viaturas da Polícia Militar apareceram no local para investigar o ocorrido. Segundo o G1, a Prevent Senior registrou um boletim de ocorrência contra o movimento por pichação, devido à tinta que foi jogada na fachada.

Acusações

A Prevent Senior é, atualmente, o principal foco das investigações da CPI da Covid, que investiga o combate à pandemia no país. A operadora de saúde é acusada de administrar medicamentos que não tinham comprovação científica de eficácia contra o coronavírus, e sem o consentimento dos pacientes.

A empresa também é acusada de adulterar o registro de casos de coronavírus atendidos na rede, e a CPI investiga um dossiê que aponta que houve subnotificação do número de mortes em um estudo com hidroxicloroquina, remédio que não funciona contra Covid.

Em uma das revelações mais chocantes do caso, a advogada Bruna Morato, que representa médicos que fizeram denúncias sobre a Prevent Senior, afirmou ainda que o plano de saúde diminuía o fornecimento de oxigênio a pacientes idosos que ficassem mais de 14 dias internados em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI).

Segundo ela, a empresa trabalhava com o princípio de que “óbito também é alta”, e que a “ordem expressa” dada aos médicos era de “entregar o kit [covid] e não internar o paciente”.

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