Presidente do Banco Central aponta maior inflação em setembro

Ressaltou ainda o problema global na inflação de energia e o problema brasileiro relacionado ao preço do combustível

Postado em: 04-10-2021 às 16h42
Por: Maria Paula Borges
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Ressaltou ainda o problema global na inflação de energia e o problema brasileiro relacionado ao preço do combustível | Foto: Reprodução

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, avaliou a possibilidade de a alta inflação ter atingido o pico em setembro, nesta segunda-feira (04/10). Além disso, ressaltou que há um problema global na inflação de energia, mas que o Brasil se destaca. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), responsável oficial por medir a prévia da inflação, atingiu a marca de 1,14% no mês, acumulando taxas de 7,02% no ano e de 10,05% em 12 meses.

“Nós entendemos que, em termos de inflação de 12 meses, setembro deve ser o pico. A gente ainda tem uma inflação alta em setembro”, disse durante palestra na Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

Segundo o presidente do BC, no ano passado o país sofreu com um aumento brusco de preços dos alimentos associado à uma grande perda de valor da moeda brasileira em relação ao dólar. Para ele, o preço da gasolina no país merece destaque, uma vez que subiu com a cotação internacional estável, além de o preço no Brasil ser influenciado pelo etanol e valor do frete.

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No que se refere à inflação ao consumidor brasileiro, Roberto ressaltou que está entre as mais altas do mundo, e os preços de serviços entre os mais baixos. Entretanto, o presidente do BC reconheceu que os preços de serviços estão subindo com a reabertura e que está sendo monitorado de perto.

De acordo com Campos neto, a inflação da energia é um fenômeno internacional e que acontece por diferentes razões. “Por um lado, eu tenho mais demanda de bens, que geram mais demanda de energia. Por outro lado, eu tenho, de uma forma geral, os países querendo produzir menos energia, ou energia mais limpa interrompendo a produção de algumas fontes que não são tão limpas. A conjunção desses fatores está gerando uma inflação grande em alguns países e alguns problemas energéticos”, explicou.

O presidente do BC ainda afirmou que as taxas de juros longas voltaram a subir consideravelmente. Por essas taxas serem importantes para projetos estruturantes geram preocupações fiscais e traz apreensão. “O Brasil tem um prêmio na curva muito alta. É a curva mais inclinada de juros. Um pouco está ligada à questão fiscal. Eu acho que tem um tema de incerteza de curto prazo que deve arrefecer em breve”, disse.

Para conter as pressões, ele afirma que o Banco Central tem agido rapidamente para reajustar os juros e controlar a alta inflacionária. Além disso, destacou parecer ter um ciclo de normalização de juros no mundo, uma vez que países como México e Rússia também subiram juros.

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