Mercado de cannabis pode gerar expectativa de empregos no Brasil. Saiba quais

Desde 2020, indústrias farmacêuticas podem solicitar autorização à Anvisa para vender e processar derivados da substância no país

Postado em: 14-10-2021 às 17h48
Por: Maria Paula Borges
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Desde 2020, indústrias farmacêuticas podem solicitar autorização à Anvisa para vender e processar derivados da substância no país | Foto: Reprodução

O mercado de cannabis medicinal tem tido enorme crescimento no Brasil, sendo que desde 2020 as farmacêuticas podem solicitar autorização à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para vender nas farmácias e processar o derivado da maconha no país. Desde 2015 a agência permitia a compra online via importação da canabidiol. Expectativa é que autorização gere empregos.

De acordo com a Revista Exame, apenas a empresa paranaense Prati-Dounaduzzi recebeu o aval para comercializar o produto. Entretanto, a Anvisa possui grande demanda de solicitações para autorização da venda em espera. O processo é lento por conta das exigências e por causa da difícil importação do produto.

Segundo a empresa Clever Leaves, a autorização prevê que o setor poderia gerar 328 mil empregos para a economia brasileira quatro anos após a regulamentação. No cálculo feito pela empresa estão incluídas vagas no setor de exploração industrial do cânhamo, variação da cannabis que pode ser utilizada para fibras têxteis.

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A expectativa é resultado de um exemplo norte-americano que, conforme a US Bureau of Labor Statistics, atualmente 371 mil profissionais trabalham na indústria de cannabis nos Estados Unidos. Além disso, o plantio de cânhamo já é legalizado nos EUA e há uma economia complexa de fazendas com foco na extração de substâncias medicinais, como por exemplo o canabidiol. Este possui indicações medicinais para convulsões, insônia, dores crônicas e ansiedade, sem efeitos psicoativos.

Está em tramitação na Câmara dos Deputados, o projeto de lei 399/15 que autoriza o plantio por associações e empresas, além de estender a permissão para pesquisa científica. O projeto foi aprovado em junho em comissão especial, porém segue paralisado por não ter ido ao plenário.

A permissão se estenderia apenas ao uso medicinal, sem perspectiva de autorização para uso recreativo. Portanto, as oportunidades oferecidas estariam ligadas à ações medicinais, serviços auxiliares ao redor e possível permissão de plantio por empresas e associações.

O fundador da aceleradora de startups do setor The Green Hub, Marcelo Grecco, ressaltou em entrevista a revista que no país estão surgindo especializações de profissões já existentes, destacando agrônomos especializados, advogados, bioquímicos com conhecimento sobre a cannabis, médicos, farmacêuticos, enfermeiros e veterinários, desde que tenham conhecimento sobre as substâncias.

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