Após Guedes pedir demissão, Bolsonaro tenta convencê-lo a ficar no governo
Ministro diz se sentir desmoralizado e que não aceitaria as manobras feitas pelo governo para furar o teto de gastos para bancar o Auxílio Brasil
Por: Maria Paula Borges
O ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu demissão do cargo, na última quinta-feira (21/10) durante uma discussão com o presidente da república Jair Bolsonaro (sem partido). O ministro falou muitos tons acima do normal e afirmou não aceitar as manobras feitas pelo governo para furar o teto de gastos para bancar o Auxílio Brasil, de R$ 400.
O pedido de demissão foi confirmado por quatro interlocutores ouvidos pelo Blog do Correio Braziliense. Segundo informações, o pedido foi feito depois de o ministro ser comunicado por auxiliares de que não ficariam no governo diante da farra fiscal, tentativa de reeleger Bolsonaro nas eleições de 2022.
O secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, a secretária especial adjunta do Tesouro e Orçamento, Gildenora Dantas, e o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araujo, deixaram o Ministério. De acordo com amigos próximos de Guedes, o ministro está se sentindo desmoralizado.
A possibilidade de a demissão ser formalizada nesta sexta-feira (22/10) ou ao longo da próxima semana não está descartada. O ministro informou que chegou ao limite, uma vez que as mudanças propostas são inaceitáveis.
A agenda de Guedes não foi divulgada e a única informação que se tem é que ele está em compromissos internos. A equipe de Bolsonaro já está sondando nomes para ocupar o cargo, apesar de no Ministério da Economia, pouca gente acreditar que algum nome de peso aceite assumir o comando.
