“Esse valor, decidido por nós, tem responsabilidade”, diz Bolsonaro sobre Auxílio Brasil

Em pronunciamento ao lado de Paulo Guedes, Bolsonaro argumenta que agravamento da inflação piorou a condição de vida de pessoas mais pobres

Postado em: 22-10-2021 às 17h58
Por: Maria Paula Borges
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Em pronunciamento ao lado de Paulo Guedes, Bolsonaro argumenta que agravamento da inflação piorou a condição de vida de pessoas mais pobres | Foto: Palácio do Planalto

O presidente da república, Jair Bolsonaro (sem partido), ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes, fez um pronunciamento argumentando que o agravamento da inflação, em decorrência da pandemia, piorou a condição de vida de pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade. Devido a dificuldade intensificada, o governo federal decidiu aumentar o valor do Auxílio Brasil, que substitui o Bolsa Família, para R$ 400. O discurso aconteceu na tarde desta sexta-feira (22/10) na sede do Ministério da Economia.

“Agravou-se a questão da inflação chegando aos dois dígitos. Isso não é exclusivo do Brasil, o mundo todo vive esse problema, como o Reino Unido, por exemplo, a Europa quase como um todo. Acompanhamos o aumento de preço nos Estados Unidos. E o Brasil é um dos países que, na economia, é um dos que menos está sofrendo”, destacou o presidente.

Segundo Bolsonaro, existe uma massa de pessoas mais necessitadas e que o valor atual do Bolsa Família é insuficiente. “Agora, contudo, tem uma massa de pessoas que são os mais necessitados. Hoje em dia, em torno de 16 milhões de pessoas, que estão no Bolsa Família, cujo ticket médio está na casa dos R$ 192. E a gente vê esse valor completamente insuficiente para o mínimo. Assim sendo, com responsabilidade, vínhamos estudando há meses essa questão, onde chegou-se a um valor. Deixo muito claro a todos os senhores: esse valor, decidido por nós, tem responsabilidade. Não faremos nenhuma aventura. Não queremos colocar em risco nada no tocante à economia”, acrescentou.

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Após a repercussão negativa do reajuste do Auxílio Brasil, que demanda recursos extras além do teto de gastos, o ministro da Economia e o presidente fizeram um pronunciamento à imprensa. De acordo com o governo federal, o benefício começará a ser pago em novembro com valor médio de R$ 400 por família, até o ano que vem. Do valor cheio, R$ 100 correspondem ao aporte extra fora do teto de gastos.

O reajuste do programa gera atrito entre a ala política e econômica do governo desde que foi anunciado. Devido aos atritos, foram geradas críticas de setores econômicos como o mercado financeiro.

Na última quinta-feira (21/10), o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, pediram exoneração dos respectivos cargos. Recentemente, ambos haviam se manifestado contra as medidas que flexibilizem o teto federal de gastos.

Além disso, a crise política repercutiu negativamente na Bolsa de Valores (B3), que registraram 4% pela manhã. Em relação ao dólar comercial, chegou a bater em R$ 5,73, caindo ao longo da tarde para R$ 5,65.

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