“Os R$ 400 que eles estão oferecendo é esmola”, diz deputado bolsonarista sobre auxílio para caminhoneiros

Nereu Crispim entrou para a fila de aliados de Bolsonaro que têm se decepcionado com a condução do país

Postado em: 25-10-2021 às 16h32
Por: Maria Paula Borges
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Nereu Crispim entrou para a fila de aliados de Bolsonaro que têm se decepcionado com a condução do país | Foto: Reprodução

O deputado e presidente da Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, Nereu Crispim (PSL-RS), entrou para a fila de aliados próximos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que têm se decepcionado com sua condução do Brasil. O deputado bolsonarista está à frente das negociações sobre as pautas dos caminhoneiros com a administração federal em relação à paralisação da categoria prevista para a próxima segunda-feira (01/11).

O parlamentar afirma que o presidente e o ministro da Economia, Paulo Guedes, trabalham hoje apenas para banqueiro e investidor da Bolsa de Valores. Referente ao auxílio que Bolsonaro prometeu criar para os caminhoneiros, Crispim ressalta que os R$ 400 é esmola para a categoria.

Além disso, disse que os caminhoneiros não querem conversar com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, principal interlocutor da categoria. Segundo Crispim, ele está “empurrando tudo com a barriga há três anos”.

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“A única pessoa que não queremos que participe de uma reunião com caminhoneiros é ele. Não fez nenhuma entrega por caminhoneiros autônomos. Fazemos questão de que não participe. Ele se dizia autorizado pelo governo para tocar essas pautas e nunca resolveu nada, desde 2018. Sempre conversa fiada”, completa.

A Secretaria Especial de Articulação Social do governo federal desmarcou via e-mail a reunião já confirmada com Crispim e representantes dos caminhoneiros. A reunião estava prevista para esta quinta-feira (28/10) e foi desmarcada diante alegação que havia sido veiculado na imprensa que ministros estariam presentes, o que não seria verdade.

“Em razão das notícias veiculadas na imprensa de que a reunião seria realizada com a participação de Ministros de Estado, o que não se coaduna com o convite enviado, esta Secretaria Especial de Articulação Social informa o cancelamento da reunião do dia 28”, diz mensagem enviada a Crispim pela chefe de gabinete do órgão.

De acordo com Crispim, Bolsonaro está encomendando a paralisação para a próxima segunda-feira e que não há previsão de novos encontros para negociação com o governo federal. Ele está negociando reuniões com Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente do Senado.

“Desta vez os caminhoneiros estão bem comprometidos, bem fechados. As pautas estão unificadas, com piso mínimo, aposentadoria especial, ponto de parada. E o principal, a mudança da política de preços da Petrobras, que aniquila qualquer resultado financeiro dos caminhoneiros autônomos, que estão em situação de miséria, assim como a população, usando lenha para cozinhar, comprando osso a R$ 4”, afirma Crispim.

A avaliação no Palácio é que Crispim tenta se promover às custas de Bolsonaro e, por esse motivo, a interlocução foi interrompida.

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