Mourão justifica ausência de Bolsonaro na COP 26: ‘todo mundo vai jogar pedra nele’

Conferência começa neste fim de semana na Escócia e com a temática climática, organizada pela ONU

Postado em: 29-10-2021 às 17h37
Por: Maria Paula Borges
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Conferência começa neste fim de semana na Escócia e com a temática climática, organizada pela ONU | Foto: Reuters/Ueslei Marcelino

O vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão (PRTB), justificou a ausência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), nesta sexta-feira (29/10), na COP 26, que consiste na conferência mundial sobre o clima organizada pela Organização das Nações Unidas (ONU). O evento começa neste fim de semana em Glasgow, na Escócia.

A principal autoridade brasileira presente na conferência será o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite. O vice-presidente foi questionado sobre a ausência de Bolsonaro no evento e afirmou que o presidente sofre críticas e seria atacado. “Sabe que o presidente Bolsonaro sofre uma série de críticas. Então, ele vai chegar em um lugar em que todo mundo vai jogar pedra nele. Está uma equipe robusta lá com capacidade para, vamos dizer, levar adiante a estratégia de negociação”, relata Mourão.

Sobre a ausência do presidente, o governo federal enviou uma resposta à GloboNews. “Por motivo de agenda, o presidente da República participará da COP 26 por meio de vídeo, gravado e já enviado aos organizadores do evento”.

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Bolsonaro é criticado internacionalmente pela gestão ambiental do atual governo. O presidente diz que há uma “indústria de multas” nos órgãos ambientais, que sofre “ataques injustificados”, apesar do recorde do desmatamento e que “floresta não pega fogo”.

Mourão, que também é presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal, não irá para a Escócia. Segundo o vice-presidente, o governo brasileiro sofre críticas em relação a política, economia e ambiental. “A maioria das pessoas que tem realmente uma consciência ambiental maior é de esquerda, então, há crítica política embutida nisso aí. E tem a questão econômica: sempre uma busca de uma barreira em relação à pujança do nosso agronegócio, querendo dizer que ele provém de área desmatada da Amazônia, que não é uma realidade. E, óbvio, a questão ambiental embutida”, disse.

O Brasil chega à COP 26 com emissões de gases estufa em alta e baixa credibilidade. A meta oficial brasileira apresentada no Acordo de Paris era reduzir em 43% as emissões de gases estufa até 2030. Entretanto, no fim do ano passado, o governo federal mudou a base de cálculo das metas, significando permissão para poluir mais, segundo especialistas.

Segundo um relatório do Observatório do Clima, divulgado na última quinta-feira (28/10), em vez de reduzir, o Brasil elevou as emissões de gases estufa em quase 5%. Em 2020, o mundo registrava queda de 6,7% nas emissões, já o Brasil seguia na contramão, com aumento de 9,5%.

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