Artista plástico Jaider Esbell é encontrado morto em São Paulo, aos 41 anos

Suas obras estão expostas atualmente na Bienal de São Paulo e no CCBB do Rio de Janeiro.

Postado em: 03-11-2021 às 16h23
Por: Alice Orth
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Suas obras estão expostas atualmente na Bienal de São Paulo e no CCBB do Rio de Janeiro. | Foto: Reprodução

O artista plástico makuxi Jaider Esbell foi encontrado morto em São Paulo nesta terça-feira (02/11), aos 41 anos. Seu galerista, André Millan, confirmou a informação, mas não deu detalhes sobre o falecimento.

Amigos do artista acreditam se tratar de suicídio. Em uma de suas últimas publicações no Instagram, ele escreveu na legenda de uma foto: “Para o além”. A causa oficial da morte ainda não foi divulgada.

Nascido em Normandia, em Roraima, na terra indígena Raposa Serra do Sol, ele se tornou uma figura central da arte indígena contemporânea no país. Suas obras estão atualmente expostas na mostra “Moquém_Surarî: Arte Indígena Contemporânea”, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, como parte da Bienal de São Paulo. Ele participa ainda do Centro Cultural Banco do Brasil do Rio (CCBB RJ), na exposição “Brasilidade pós-modernismo”.

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“É muito difícil processar a notícia, porque se tem alguém que eu associa à vida e à capacidade de gerar vida é o Jaider Esbell”, disse Paulo Miyada, curador adjunto da Bienal. “Ele era um dos grandes destaques desse país num momento em que nos falta tanta inteligência. Ele tinha a capacidade de enxergar além das diferenças e o dom de promover encontros entre mundos e saberes, e o emprestava para todos que olhavam seu caminho e suas obras, que estavam apenas começando”.

“O ‘artivismo’ nada mais é do que fazer essa agitação, essa política e comunicação cada vez mais definidas dentro do argumento artístico”, afirmou o artista em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo em maio deste ano. “Entendemos a arte como uma ferramenta politica”.

Sobre a profusão de obras indígenas, ele comentou: “Acredito que as coisas estejam acontecendo no tempo certo, na medida certa e, aos poucos, isso está se consolidando. As instituições vão entender que a gente vêm para ficar, e que não somos um modismo.”

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