Piloto do avião que transportava Marília Mendonça se comunicou por rádio dois minutos antes do acidente

Após contato com um piloto experiente da região, não houve qualquer interação

Postado em: 11-11-2021 às 17h48
Por: Maria Paula Borges
Imagem Ilustrando a Notícia: Piloto do avião que transportava Marília Mendonça se comunicou por rádio dois minutos antes do acidente
Após contato com um piloto experiente da região, não houve qualquer interação | Foto: Reprodução

O avião que transportava a cantora Marília Mendonça, seu produtor, seu assessor, além do piloto e do copiloto da aeronave caiu na última sexta-feira (05/11). Segundo informações, ao que tudo indica, o acidente aconteceu dois minutos de uma conversa via rádio entre o piloto que guiava o avião e outro piloto da região, que preferiu não ser identificado.

O piloto, que opera alguns aviões de empresários locais, por ser experiente no mapa cartográfico da região, deu seu depoimento para os órgãos responsáveis pela investigação de possíveis causas do acidente, entre eles os Serviços Regionais de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa). De acordo com ele, o piloto do avião de Marília Mendonça comunicou por radiofrequência que estava “pegando a perna de vento”, que significa que estava na última etapa do pouso, reta final para alcançar a pista.

O subadministrador do Aeroporto de Caratinga, cidade onde a cantora se apresentaria na sexta-feira, Roni Macedo, calcula que a aeronave estava a 4,8 km na hora da queda que, se calculado em tempo de voo, resulta em torno de dois minutos.

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No depoimento, o piloto de Caratinga disse ainda que respondeu que também tinha intenção de pousar no mesmo local, mas que faltava cerca de dez minutos para finalizar a viagem. Depois do diálogo, não houve interação. “É tempo mais que suficiente para acontecerem os dois pousos em segurança. Tanto que o outro piloto chegou como previsto”, explica Macedo.

Apesar de não ser necessária uma “reserva” para usar a pista da cidade, é obrigatório que o piloto consulte a “carta de aproximação”, em que ficam registrados obstáculos existentes no perímetro de 4 km do aeródromo. No caso da região, constam um conjunto de morros e chaminé de uma cerâmica.

Entretanto as torres da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) não estão registradas, uma vez que ficam fora da obrigatoriedade de registro.  Uma das hipóteses para o acidente é que a aeronave tenha batido em um fio de uma dessas torres, e o fio teria se enrolado no eixo entre a hélice e um dos motores. Mas Macedo ressalta que a altura do avião estava muito abaixo do normal. “Nunca nenhum avião foi visto voando tão baixo próximo das torres. A grande pergunta é: por que isso aconteceu?”, disse.

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