Ministro quer ampliar treinamento de policiais brasileiros com oficiais dos EUA

O treinamento não seria apenas para agentes da Polícia Federal, mas também da Polícia Rodoviária Federal e do Departamento Penitenciário, além de agentes de secretarias de Segurança Pública

Postado em: 21-07-2017 às 08h10
Por: Thais Tomás
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O treinamento não seria apenas para agentes da Polícia Federal, mas também da Polícia Rodoviária Federal e do Departamento Penitenciário, além de agentes de secretarias de Segurança Pública

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Torquato Jardim,
disse ontem (20), em Washington, que propôs ao Departamento de Justiça
norte-americano expandir o programa de treinamento de agentes e delegados da
Polícia Federal com oficiais norte-americanos. Segundo o ministro, a proposta
seria aumentar o intercâmbio que já existe: “o que eu propus e que foi muito
bem aceito é que, em vez de mandarmos dois ou três brasileiros aqui, eles
poderiam mandar ao Brasil seus instrutores, para que, lá, treinem 20, 30 ou 40
brasileiros”.

Segundo o ministro, o treinamento não seria apenas para
agentes da Polícia Federal, mas também da Polícia Rodoviária Federal e do
Departamento Penitenciário, além de agentes de secretarias de Segurança Pública
de alguns estados. Hoje, ele se reuniu com integrantes do Departamento de
Estado norte-americano e com o secretário de Justiça dos Estados Unidos, Jeff
Sessions.

Na mesma linha de integração entre os dois países, 
Jardim assinou na ultima quarta-feira (19), com o diretor da Agência de Álcool, Tabaco, Armas de
Fogo e Explosivos dos EUA, acordo de cooperação para o rastreamento de armas roubadas que
entram no Brasil
.

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Agenda na OEA

Hoje (21), o ministro tem encontro com o secretário-geral
da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro. O tema deve ser a
maior cooperação entre os países que fazem fronteira com o Brasil. O ministro
vai fazer um convite para que oficiais de países vizinhos façam treinamentos
nas academias da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, “para
compartilharmos experiência e criarmos um método de operação em comum para
proteção mais eficaz da fronteira brasileira”.

Outro tema que será tratado na reunião com Almagro será a
reaproximação da Polícia Federal do Brasil da Ameripol, a Comunidade de
Polícias da América. “Em razão de um incidente diplomático no governo anterior,
o Brasil se afastou da OEA, a Polícia Federal se afastou da Ameripol”, afirmou
o ministro. O Brasil retirou o representante permanente brasileiro na
Organização dos Estados Americanos (OEA) em 2011, após a Comissão
Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da OEA ter solicitado ao governo
brasileiro a suspensão das obras da Usina de Belo Monte.

Torquato Jardim disse que “é preciso voltar a essa
convivência regional, porque os quatro crimes principais que o Brasil tem que
combater no curto prazo – drogas, armas, colarinho branco, crimes financeiros e
tráfico de pessoas – são crimes transnacionais, além da fronteira no Brasil,
então é importante nós termos essa parceria com a Ameripol”.

Ontem, o ministro assinou um acordo de cooperação com a
Agência norte-americana para Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (AFT),
responsável pelo combate ao tráfico de armas no país, para rastreamento de
armas roubadas nos Estados Unidos que entram no Brasil.

“O narcotráfico tem feito entrar no Brasil armas muito
poderosas que estão nas mãos do narcotraficante brasileiro no Rio, São Paulo e
em outras cidades, então é importante nós contarmos com assistência técnica de
rastreamento por satélite, inteligência, informação, tudo mais utilizado pela
equipe americana”, disse Jardim.

Nesta sexta (21), depois da reunião na OEA, Torquato Jardim
segue para Nova York, onde deve participar de uma reunião na Organização das
Nações Unidas sobre o tema refugiados. 

Agência Brasil

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