Sargento da PM é preso após movimentar R$ 8 milhões com agiotagem, extorsão e lavagem de dinheiro

Grupo criminoso era hierarquizado e com divisões de tarefas, além de ser chefiado por sargento da PMDF e seu irmão

Postado em: 16-11-2021 às 16h21
Por: Maria Paula Borges
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Grupo criminoso era hierarquizado e com divisões de tarefas, além de ser chefiado por sargento da PMDF e seu irmão | Foto: Reprodução

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), durante uma operação que investiga um esquema milionário de agiotagem, extorsão e lavagem de dinheiro, prendeu sete integrantes de uma organização criminosa, chefiada por um sargento da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e seu irmão. Nesta terça-feira (16/11), os policiais cumpriram 15 mandados de busca e apreensão, e sete de prisão em Vicente Pires, Taguatinga e São Paulo.

O sargento da PMDF, Ronie Peter Fernandes da Silva, e o irmão dele, o empresário Tiago Fernandes da Silva, foram apontados como líderes da quadrilha e são investigados pela Coordenação de Repressão a Crimes Patrimoniais (Corpatri) pelos crimes. Foram presos ainda quatro operadores financeiros do grupo, responsáveis pela sequência de transações e saques em contas de empresas de fachada, um suspeito está foragido. Além disso, três deles eram responsáveis pela ocultação dos valores da agiotagem, cedendo os nomes para o registro de veículos de luxo pertencentes ao líder da organização criminosa.

Segundo as investigações, a cobrança de quem não pagava as prestações do empréstimo em dia era feita por coação e ameaças, além de tomar veículos e exigir transferência de imóveis dos endividados. Os valores da agiotagem eram ocultados por meio da aquisição de veículos de luxo, registrados em nomes de terceiros, e através de quatro empresas de fachada, sediadas em Águas Claras e Vicente Pires.

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O grupo adquiriu oito veículos da marca Porsche, com valor aproximado de R$ 1 milhão, nos últimos dois anos, e movimentou mais de R$ 8 milhões nos últimos seis meses. Na operação foram apreendidos três veículos da marca Porsche e um veículo BMW/X4, carros avaliados em R$ 3 milhões. “A engrenagem criminosa era altamente lucrativa e demandava saques em espécie de quantias milionárias. Em ação controlada comunicada à Justiça, a DRF acompanhou dois saques milionários, nos valores de R$800 mil e R$530 mil”, afirma André Luís Leite, delegado e coordenador da Corpatri.

Conforme apurado, a estrutura do grupo era hierarquizada e havia divisão de tarefas. No comando havia dois integrantes da mesma família, responsáveis por emprestar os valores e cobrar os endividados, mediante ameaças. Além disso, o líder era responsável também pela aquisição de veículos de luxo.

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